Do circo para os palcos de teatro, do teatro para a TV. A trajetória da atriz Gabriela Moreno é diversa e estimulante para os sentidos. Sua luta pela arte vem de sempre, assim como sua luta por espaços e direitos. Sua versatilidade a tem levado longe, mais recentemente à sua estreia no streaming com a série “DNA do Crime” (Netflix) e aos palcos com o espetáculo “Bê a Bach”. Nossa musa é craque em equilibrar suas diversas paixões, que vai das artes marciais às suas diversas formas de arte.
Gabriela qual o ponto comum entre a arte circense e a atuação na TV? Acredito que as artes se complementam de uma forma geral. E tanto nas artes circenses como na atuação pras câmeras, vemos que uma agrega à outra. Admiro muito grandes nomes do cinema como Chaplin, Buster Keaton, Dercy Gonçalves, Grande Otelo… Entre tantos outros e outras por aí que desenvolveram seus trabalhos no cinema e na televisão com a arte mambembe e circense. No circo, a gente chega à cidade ou na praça, levantamos o circo, nos maquiamos e cuidamos dos nossos figurinos. No picadeiro, como estamos em contato direto com o público, assim como no teatro, a troca e o jogo de cena são estabelecidos naquele momento, no aqui e agora. E a resposta é tão imediata que criamos e nos transformamos ali naquele momento junto com o público. É um processo artístico e coletivo, assim como no teatro e no cinema, que se dá no momento presente.
Como foi interpretar a Cynthia em DNA do Crime (Netflix), a série que é um sucesso em vários países? Fez alguma preparação especial? Foi um desafio maravilhoso, porque além de ser o meu primeiro trabalho no streaming, quando recebi os roteiros e li todos os episódios, já senti que a série iria ser um estouro. É a maior produção de Netflix no Brasil, juntamente a uma equipe de produção, direção e elenco extremamente potentes. Comecei a estudar assim que recebi os roteiros e depois fui pesquisando por fora algumas figuras que me chamaram atenção, como a Emma Coronel, esposa de El Chapo, mundialmente conhecida por ajudar na fuga de um dos maiores traficantes do mundo. E o que mais me chamou atenção nessa pesquisa é que essas mulheres não caem no estereótipo apenas das esposas de traficantes, mas sim, mulheres que tem o desejo de assumir cargos e posições de liderança no crime organizado. Elas são esposas, mães e muitas vezes, tomam à frente nos negócios e lidam com os riscos que essa vida oferece. Para além do estudo da personagem, também me preparei fisicamente. Com treinos de artes marciais, ensaios e também emagreci alguns quilos de acordo com as necessidades da personagem.
De onde surgiu a vontade para os estudos das artes marciais? Desde pequena eu sempre quis lutar, pois via meu pai lutando Kung Fu e achava diferente, interessante. Fui crescendo e entendendo mais sobre a filosofia que as artes marciais carregam, e em um dado momento da minha vida decidi começar a lutar. E percebi que isso trazia o equilíbrio que me faltava. Eu precisava equilibrar minhas energias de uma maneira que só encontrei na arte marcial. E hoje em dia, agrega muito na minha profissão também.
Você está em cartaz no espetáculo Bê a Bach, conta um pouco sobre ele? É um espetáculo infantil, super lúdico e gracioso. Com quatro atrizes, bailarinas e acrobatas acompanhadas por flauta, violão e violoncelo que traduzem as emoções sonoras de Bach por meio de composições célebres do artista, escolhidas a dedo para o primeiro encontro do público infantil com compositor. Enquanto isso, as artistas se transformam em seres fantásticos ao ritmo da trilha sonora que vai se desconstruindo, criando uma viagem musical ao público infantil.
Você luta pelos direitos LGBTQIA+, já sofreu algum preconceito? Existir como pessoa Lgbtqia+ já é uma luta em um país como o nosso. Em muitas famílias, a partir do momento que você identifica seu gênero e sexualidade e expõe isso, você de cara já tem a sua primeira luta, que é a de dentro de casa. Assim foi comigo e com muitos amigos, amigas e amigues. Na sociedade, a coisa de fato é muito pior, mesmo hoje em dia conquistando alguns espaços ainda temos muitos direitos a serem conquistados na sociedade, e muitos que estamos conquistando, como por exemplo, o primeiro censo de emprego e escolaridade da população Lgbtqia+ em 2024. Porém, o Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas Lgbtqia+ no mundo e essa realidade precisa mudar.
Você é vaidosa, tem algum ritual de beleza? Sim, hoje em dia me considero uma pessoa mais vaidosa. Porém, em primeiro lugar, prezo por uma boa saúde mental. E aí claro, uma boa alimentação, beber água sempre e a prática de exercícios pra mim é de suma importância. Gosto de cuidar da pele e sigo sempre as orientações da minha dermatologista, que é muito cuidadosa, Dra Alanna Mendonça, pra manter minha pele saudável e natural.
Para conquistar a Gabriela, é preciso… Ser uma pessoa sensível, humilde, honesta e íntegra. Pessoas que pensam fora da caixa e que estão abertas às experienciais, as diferentes visões de mundo e que agregam na construção de seres mais humanos e benevolentes.
Fotos Julio Aracack @julioaracack
Stylist Arno Junior @arnojr
Beleza Viviane Mattos @vica_mattos
Assessoria First Pressa Comunicação @firstpress_comunicacao