A atriz Thuany Parente tem nos musicais sua origem como atriz. Já encenou, cantou e encantou em peças como “Rent”, A Era do Rock” e “Wicked”. Recentemente fez sua estreia na TV na novela “Apocalipse” e já deixou sua marca. Entre um trabalho e outro conversamos com a bela para conhecer um pouco dessa trajetória de trabalhos marcantes.
Você tem 7 anos de carreira, especialmente voltada para musicais. Fale um pouco da sua trajetória nos palcos. Comecei a estudar teatro com 7 anos. Aos 14, descobri o teatro musical e me apaixonei. Meu primeiro espetáculo profissional foi aos 18 anos, mesma idade que tinha quando comecei meu curso profissionalizante na CAL. Continuei fazendo alguns trabalhos, até que em 2016 tive destaque na montagem brasileira de um dos maiores musicais da Broadway, Wicked – foi quando minha carreira deu uma virada. Depois veio “Rent” e, em 2017, protagonizei o espetáculo “A Era do Rock”. Como depois disso comecei a gravar Apocalipse, fiquei um tempo longe dos palcos. Ansiosa para voltar!
Como observa o mercado de musicais no país? Acho que nosso mercado tem crescido muito nos últimos anos. O mercado de teatro musical tem crescido muuuuito nos últimos anos. Lembro que quando comecei a estudar, ainda tínhamos poucas produções, principalmente no Rio. As audições eram menores, a galera, no geral, ainda estava “tateando” esse universo. Hoje temos inúmeras escolas focadas em preparar o ator com aulas de canto, dança, interpretação, técnicas de audição etc., É surreal! É bonito ver essa expansão, criamos um nicho com público próprio, sabe? Nossa própria tribo, com lojas específicas, grupos em redes sociais, até memes! (risos)
E sonha em fazer algum específico? Adoraria fazer “The Last Five Years”! Acho que seria um desafio enorme, porque são dois atores que praticamente não se cruzam em cena contando a história de um relacionamento, cada um numa linha. A da mulher, Cathy, é de trás pra frente. Então ela começa o espetáculo na separação e termina no primeiro encontro. Fico emocionada só de lembrar, (risos)
Você estreou na TV em “Apocalipse”, na Record, fazendo uma jovem que tinha vida dupla. Como foi montar essa personagem que por hora era recatada e na outra era mais sensual e cantava na noite? Num primeiro momento, comecei a assistir filmes com diversas jovens atrizes indicadas ao Oscar para entender o que me fazia diferenciar uma atuação para as câmeras excelente de uma boa, de uma regular e de uma ruim. Depois, tive o auxílio do Leandro Baumgratz, preparador de elenco da Record TV. Buscamos, juntos, entender as motivações da personagem; os questionamentos, os medos. Com isso, as nuances foram surgindo. O Spinello, diretor geral da novela, pediu que houvesse uma cisão grande entre essas duas personalidades – Alice e Lili Star -, então focamos bastante em diferenças de energia, temperatura e tal. O olhar da Alice era mais passivo, discreto; ela tinha um segredo, era como se o escondesse dentro dos seus olhos, por isso não focava muito, era perdido. Já a Lili olhava de forma furtiva, afiada… encarava mesmo! Queria ter o mundo todo como seu palco, queria dominá-lo. Flertava com a vida, (risos).
Sua personagem mentia para todos para seguir o sonho de ser cantora, já que a família era contra. Até que ponto você acredita que uma mentira pode ser perdoável? A língua inglesa tem uma expressão que eu gosto muito: “white lies”. São aquelas mentiras “inofensivas”, aquelas que criamos para não depreciar alguém, por exemplo, ou quando chegamos atrasados em algum compromisso porque demoramos para sair de casa, mas não queremos ficar mal na fita, (risos). Acho que esse tipo de mentira é perdoável, porque ela está lá para evitar atritos, mágoas, mas, ao mesmo tempo, não têm consequências graves.
No caso das mentiras da Alice, eu acho que ela foi longe demais com suas mentiras e acabou magoando muita gente ao seu redor. Ao mesmo tempo, entendo que tenha sido um ato desespero dela, por não se sentir aceita por sua família e seu noivo. É complicado opinar! Eu, particularmente, detesto mentira. Sempre procuro ser honesta e peço o mesmo em troca.
Você agora está se preparando para estrear o musical “Na pele”. Fale um pouco deste projeto – como foi selecionada, a preparação. Nossa, estou completamente apaixonada por essa peça! Fui convidada pela equipe, que é a mesma que produziu “A Era do Rock”, a 4act. Eles estão com a ideia de criar uma vertente “off-broadway”, fora do mainstream, usando métodos alternativos para captação de recursos, criando, assim, uma independência em relação aos gigantes do patrocínio – as grandes empresas. Estamos com um financiamento coletivo no Catarse e precisamos alcançar a meta para que o projeto aconteça. A ideia original é começar a ensaiar no final de agosto. O texto é incrível, as músicas são lindas. É um espetáculo que fala sobre aceitação e empatia, acima de tudo. E acho que é um tema mais que necessário nesses tempos que estamos vivendo.
É muito vaidosa? Como do corpo? Bebo muita água e uso filtro solar todos os dias – esses cuidados são essenciais! Óleo de coco salva MUITO o meu cabelo! Além disso, procuro ir à academia e praticar yoga 3 vezes por semana, pelo menos. Me ajuda bastante na questão da ansiedade. Também procuro fazer drenagem linfática toda semana… é impressionante como desincha! A verdade é que conta com a ajuda de um time de primeira: dermato Luiza Lopes, fisio Keli Fernandes e a personal Nanda Brandão são minhas fadas madrinhas da beleza e da saúde.
Você se acha sexy? Olha, acho que o conceito de sexy varia muito de pessoa pra pessoa. Se você considera sexy uma mulher que fala sempre com voz aveludada, tem gestos delicados, anda sempre com maquiagem e cabelo impecáveis e fica sempre com os olhos fechadinhos, eu não sou nem um pouco sexy! (risos). Sexy, pra mim, é uma pessoa despojada, espontânea, com personalidade. No meu conceito de sexy, eu sou bastante! (risos).
O que é um homem sexy pra você? Um homem sexy, pra mim, é um cara desencanado. Detesto essa rigidez imposta ao sexo masculino, acho um tédio só. Sensualidade tem a ver com fluidez. Gosto de gente pra cima, despreocupada com o que os outros vão pensar.
O que um homem tem que ter pra te conquistar? Antes de tudo, caráter. Eu observo muito os valores de uma pessoa. Além do mais, gosto de um bom papo. Detesto sair com um cara e perceber que ele não presta atenção no que eu falo, não se importa com meu ponto de vista sobre as coisas. Me acho interessante demais para ter apenas o decote notado. Sou um pacote legal, um cara que não percebe isso e só se apega à questão física não tem minha admiração, logo, não tem meu interesse. Acho senso de humor indispensável também. Sou bobona, adoro fazer palhaçada, rir. É aquele velho clichê: tem que ser ele mesmo. Simplicidade é fundamental.
Para encerrar… Está solteira? Não! (risos)
foto Rodrigo Lopes
beauty Caty Pires