Os relógios mais antigos que se têm registro surgiram fruto da criatividade do povo Hebreu, por volta de mais ou menos 600 a.C., em forma de clepsidras (de água) ou ampulhetas (de areia), ambos movidos pela lei da gravidade. Com o desenvolvimento da sociedade, o homem buscou noções cada vez mais exatas para controlar o tempo, ocasionando o surgimento do primeiro relógio de bolso, por volta de 1500, na Alemanha.
Foi no início do século XX, que a história da Rolex começou a ser desenhada pelas mãos do seu fundador, Hans Wilsdorf, em Londres. Naquela época, a relojoaria se chamava Wilsdorf & Davis, pois Wilsdorf tinha uma sociedade com seu cunhado. Em tempos onde usar relógio de bolso era norma, Wilsdorf já vislumbrava as vantagens de usá-los no pulso. O seu espírito visionário e pioneiro aliado ao seu perfeccionismo tratou de melhorar os padrões de fabricação dos relógios, pois foi necessário produzir movimentos precisos e confiáveis para o pequeno tamanho de uma caixa de relógio de pulso.
Mesmo sabendo que a precisão desses modelos precisava ser melhorada, Wilsdorf pressentia que poderiam se tornar não apenas elegantes, como também confiáveis. Para convencer o público disso, equipou-os com mecanismos extremamente pequenos e precisos, produzidos por uma manufatura de relógios sediada em Bienne, na Suíça, assim, surgia a Rolex. Diz-se que Wilsdorf sonhou com a palavra “Rolex” ao andar de ônibus em Londres, tendo sido inspirado pelo som de um relógio ao ser dado a corda.
Em 1910, a Rolex enviou seu primeiro relógio de pulso para a Escola de Horologia, na Suíça, aonde conseguiu a classificação do primeiro relógio de pulso do mundo, pois atendia aos requisitos principais: manter a hora precisa e ser confiável. Vale salientar que um dos principais problemas daquela época era a umidade e poeira na caixa do relógio, danificando a precisão dos movimentos. Assim, Wilsdorf, desenvolveu um sistema de coroa e caixa rosqueadas completamente a prova d’água e de poeira, revolucionando a indústria do relógio. Quatro anos mais tarde, em 1914, o organismo britânico Kew Observatory, atribuiu ao relógio de pulso Rolex, um certificado de precisão “classe A”, distinção até então conferida exclusivamente a cronômetros da Marinha. A partir desta data, os relógios Rolex tornaram-se sinônimos de precisão.
A obsessão implacável de ganhar o mundo passou a reger os planos de Wildorf em um tempo onde não se imaginava que pudesse existir a palavra “empresa multinacional”. O seu objetivo era claro: inventar um relógio com o qual se pudesse governar a vida. Assim, em 1931, surgiu um novo marco na história da Rolex: a marca registrou a patente do primeiro mecanismo automático equipado com Rodor Perpetual, dispositivo que permitia o funcionamento contínuo do relógio, acionado pelos próprios movimentos do pulso. Foi este engenhoso sistema que deu origem a todos os relógios automáticos modernos.
A empresa mudou-se de Londres para Genebra, devido à alta taxa de importação das manufaturas que vinham da Suíça. Embora tenha vivido em Genebra por 40 anos, Wilsdorf nunca se tornou um cidadão suíço. Ele faleceu como britânico em 1960 e foi lembrado pelos colegas como um homem bem humorado e paternal que amava a vida tanto quanto amava um luxuoso relógio.
Por volta de 1970, houve uma verdadeira revolução na forma de produção dos relógios, com a chegada do quartzo e a substituição do trabalho intensivo do artesanato pela tecnologia digital de baixo custo, os japoneses aterrorizaram a indústria artesanal suíça, deixando-a em estado crítico. Muitas empresas adotaram a produção digital, enquanto a Rolex se agarrava a tradição, às suas armas mecânicas. Neste período, muitos relojoeiros de Genebra fecharam as portas. Um terço dos sobreviventes, incluindo nomes de prestígio como Omega, Longines, Blancpain, Tissot e Hamilton, foi incorporado por um consórcio de investidores privados para evitar a falência.
Para evitar que a Rolex fosse vendida e perdesse sua tradição, Wilsdorf, um viúvo sem herdeiros, tinha criado um fundo privado gerido por um quadro de diretores para assegurar que a empresa nunca fosse vendida. Talvez isto tenha ajudado a salvar a Rolex, pois a empresa foi gerida por apenas dois diretores; Wilsdorf, e seu substituto, André Heiniger. Vale frisar, que mesmo em tempos de incerteza, a maior política da Rolex foi nunca mudar, ou seja, se deixar ser seduzida pela moda. Uma prova disto é que o único modelo a quartzo desenvolvido pela Rolex não representou grandes números nas vendas. Em 1992, Patrick Heiniger substituiu seu pai como diretor geral da Rolex. Ambos garantem os segredos da marca. Seus executivos e artesãos nunca dão entrevistas e a filosofia da empresa é manter o silêncio, já que o produto fala por si só.
O apreço pelos detalhes passa pelos cuidados com o interior do relógio, justamente o que não vemos. Cada componente de todo movimento é esculpido com espirais, linhas ou voltas, já o ângulo é arredondado e polido até brilhar. Isto não acrescenta nenhum benefício visível para o cliente, mas é um gesto que atesta o refinamento da marca. Para os relógios da Rolex, tudo começa no departamento de criação na sede da empresa. Inicia-se então uma longa viagem, uma viagem que, a cada etapa, requer a criatividade e a competência de vários profissionais especializados. Lá, só é aceito trabalhar com a tecnologia mais revolucionária possível. No entanto, a empresa cultiva a tradição de um ofício que só a mão do homem é capaz de executar, uma prestigiosa herança no setor da relojoaria é mobilizada para conceber verdadeiros tesouros de técnica e estética, já que todos os relógios Rolex são montados manualmente, pois eles acreditam que mesmo o menor componente mecânico ou decorativo requer cálculos complexos e a maestria de um artista.
AS PEÇAS PRINCIPAIS DO ROLEX
Mecanismo – Trata-se do autêntico cronometro suíço, com movimentos de altíssima precisão.
Espiral Parachrom – Após cinco anos de pesquisa a Rolex desenvolveu a espiral azul Parachrom, concebida de uma liga paramagnética, ela é resistente a ação dos campos magnéticos, além de ser até 10 vezes mais resistente a choques.
Luneta de cerâmica – A luneta dos relógios podem se deteriorar quando exposta a luz do sol ou arranhões. A luneta da Rolex é feita de cerâmica, a prova de arranhões ou a radiação ultravioleta. Ao todo, são necessárias 40 horas para se produzir esta peça.
Aço 904L – É o material usado na fabricação da caixa do relógio.
Finalizado todo o processo de concepção do relógio, após passar pelas mãos de designers, joalheiros, cravejadores, relojoeiros e especialistas em caixas, mostradores e pulseiras , é hora de receber a coroa, símbolo da Rolex.
Como se vê, a arte de criar relógios passou por uma profunda evolução, deixando de ser o ofício de um artesão solitário para transformar-se numa junção de profissionais especializados. Quem adquire um Rolex, sem dúvida, ganha uma sinfonia de precisão de uma empresa que venceu o tempo com a arte de mostrar o tempo.
ALGUNS MODELOS CLÁSSICOS:
DAYTONA – Este modelo é um clássico da Rolex e ficou famoso em 1935, quando Sir Malcolm Campbell, usando um relógio Rolex ao volante do seu famoso “Bluebird”, bateu recorde na velocidade em terra. Embora a tecnologia automotiva não estivesse bem desenvolvida, ele chegou a bater o recorde mundial, chegando a 484 km/h, o que representou uma extraordinária conquista na época.
SUBMARINER – A luneta giratória é uma das funções mais importantes deste Rolex. As graduações fornecem ao mergulhador uma indicação precisa do tempo de imersão. Por motivos de segurança, ela gira no sentido anti-horário, excluindo qualquer possibilidade de erro no calculo do tempo para voltar à superfície ou do volume de oxigênio disponível na água. A capsula luminescente oferece maior legibilidade, mesmo em ambientes totalmente privados de luz.
YACHT MASTER II – Este talvez seja o modelo mais bonito da Rolex. É o primeiro relógio de regata a oferecer um dispositivo de contagem regressiva, conduzindo o usuário ao coração da competição, rumo à linha de chegada.
Fonte: Site Oficial Rolex