CAPA: JOSÉ CONDESSA – TEM NOVO GALÃ PORTUGUÊS NO PEDAÇO

Com apenas 22 anos e um currículo bem extenso com trabalhos na TV e teatro em sua terra natal, o ator português José Condessa já estreou em novelas brasileiras com pinta de galã e mostrando a que veio. José interpreta Juan em “Salve-se Quem Puder” e já no início da trama surgiu numa praia paradisíaca do Caribe se declarando para a mocinha interpretada por Juliana Paiva. Com tão pouco tempo de exposição por aqui, José já conquistou o público e a crítica e promete ser mais um ator vindo das terras lusitanas a fazer história por aqui. Enquanto a 2ª parte da novela não volta ao ar fomos lá conversar com José para conhecer um pouco desse cara que promete com seu Juan.

José você estreou em novelas brasileiras e de cara já sentiu a repercussão do trabalho. Como foi isso pra você? Foi maravilhoso! E é a confirmação do meu trabalho. É maravilhoso para mim enquanto ator ver o meu trabalho reconhecido. Principalmente em tão pouco tempo. Sentir que somos acarinhados é muito bom.


Aliás, como surgiu o convite? Deu um frio na barriga ir fazer novela em um país que não era o seu? Algum medo de rejeição?
Deu, claro. O convite aconteceu por parte do Daniel Ortiz (autor) que viu o meu trabalho em Portugal. Eu acabei fazendo um teste que foi muito bem recebido. Quando soube que ia dar vida ao “Juan”, eu fiquei muito feliz. O medo de rejeição existiu sempre, ainda existe. Acho que é normal.

As novelas brasileiras sempre “importaram” atores portugueses que viraram queridinhos da TV brasileira, como é o caso de Paulo Rocha e Ricardo Pereira, que já moram aqui faz um tempo. Você acompanhou a trajetória deles? Serviu como exemplo? Sim, sem dúvida. Nós, portugueses, seguimos fielmente as novelas da Globo, e eu lembro-me de desde há muito tempo sonhar e questionar-me se um dia poderia trabalhar com aqueles atores que eu tanto admirava. Claro que atores como o Paulo e o Ricardo, eles são exemplos para mim. São um orgulho para nós portugueses. É maravilhoso ver como o trabalho deles é tão bem recebido.

Diante da aceitação do público, pensa na possibilidade de morar no Brasil de vez? O que te faria mudar e o que te faria ficar em Portugal? Não consigo responder isso ainda. Eu gosto muito de pensar no presente. Estou muito feliz trabalhando no Brasil, me sinto bem e realizado. Sei também que tenho muitos projetos que ainda quero fazer em Portugal (principalmente em teatro, que faço regularmente), mas só o futuro o dirá. Não gosto de me condicionar.

Como é isso de um português interpretando um latino no Caribe (nos referindo ao seu personagem na novela)? Acima de tudo muito desafiante. Eu adoro personagens de construção, e Juan me exigiu isso mesmo. Ter de construir um sotaque que não é meu. Tive de construir esse sotaque com uma mistura de português do Brasil com espanhol. Mas tem sido uma aprendizagem constante.

Em Portugal você já fez vários trabalhos. Aqui no Brasil sua estreia. Vê alguma diferença entre trabalhar em países distintos? O que tem em comum e o que tem diferente? Tem muito mais em comum do que em diferenças. Portugal tem evoluído muito nos últimos dez anos, muito também pela parceria com o Brasil. As principais diferenças são as que eu vivi pessoalmente! Eu também cresci muito vivendo num país novo e trabalhando com pessoas novas com quem tenho aprendido tanto! Mas a energia, alegria e profissionalismo é muito parecido nos dois países! Isso me faz sentir em casa!


Já aparecer  na TV montado num cavalo brando para conquistar a mocinha e ser considerado galã incomodou um pouco? Te trouxe mais alguma responsabilidade? Não, penso que não. Estou contando uma história, e fico feliz por gostar muito da trama do Juan. Tem sido muito bonito construir ele. É um galã que tem muitas facetas, e tenho gostado muito de explorá-las. A única “missão” é contar o melhor possível esta história! Não me incomodou nada, tem sido muito positivo até. 

Como tem sido contracenar com atores consagrados no Brasil como Juliana Paiva e Murilo Rosa? Tenho só coisas boas para dizer. São dois atores maravilhosos com quem tenho aprendido muito. Há um energia muito boa entre todos nós! Todo o elenco e equipe me acolheu de uma forma muito bonita, sempre preocupados com a minha integração no Brasil. Mas com a Juliana, com o Murilo e com a Nina, eu construí uma amizade muito especial que me tem ajudado muito a fazer melhor o meu trabalho.


Conta um pouco da sua trajetória até aqui… Como começou a atuar? Quando descobriu que era isso que queria como profissão?
Meu pai é ator amador e eu cresci nas casas de teatro. Comecei fazendo teatro com 5 anos, e desde aí não parei. Acabei fazendo teatro amador muitos anos até decidir ir estudar teatro, tirei o meu curso e comecei licenciamento também, tenho feito muito teatro, comecei em 2015 a fazer novela também (SIC e TVI) e cinema. Acho que sempre soube que queria representar para o resto da vida. A paixão foi crescendo e entendi que tinha de procurar formação. Estudei cinco anos de teatro e continuo procurando sempre mais formação.

Soubemos que antes você foi jogador de futebol, é isso mesmo? Sim. Eu comecei jogando futebol também com 5 anos no Benfica, e aí joguei até aos 15 anos. Depois acabei tendo uma lesão que me afastou dos futebol e acabei ficando só com o teatro.

Que por sinal continua presente no seu dia-a-dia até aqui no Brasil. O que mais te distrai? Sim (risos). O futebol é importante para a minha estabilidade (risos). Não consigo deixar de jogar, porque sou realmente feliz a fazê-lo. Amo natureza. No Brasil tenho aproveitado muito para ver o nascer e o pôr-do-sol. Amo descobrir lugares novos, e já conheci muitas cachoeiras.

E como foi a adaptação aqui no Brasil? Já fez amigos? Já superou a saudade da família? A saudade nunca se supera, o fazer amigos apenar atenua essa saudade. Tenho feito amizades, e tenho reencontrado amigos daqui de Portugal aí no Brasil. Os meus colegas de trabalho são a minha família no Brasil, tenho reencontrado amigos do coração com quem trabalhei em Portugal, como o Thiago Rodrigues e a Carolina Kasting. E tenho feito mais amizades no Futebol e futevôlei (risos)

Como está sendo manter o namoro à distância? É a pior parte dessa mudança de vida profissional? É sim. Foi uma novidade e não sabíamos como seria, mas temos sabendo arrumar formas de contornar a distância.

Também soubemos que você é um cara romântico. Verdade? Isso você tem em comum com seu personagem Juan em “Salve-se Quem Puder”? Sim, é verdade. Gosto muito de preparar surpresas. É algo em comum sim. O Juan também é um cara muito romântico e sonhador.

É um cara vaidoso? Até que ponto? Acho que sim. Não a um nível preocupante (risos). Sou sempre muito rápido e prático me arrumando. 

O que espera para seu personagem Juan quando a novela voltar? E depois desse trabalho o que espera para sua carreira? Não sei, estou muito curioso com a ida do Juan para o Brasil para procurar a Luna. Depois deste trabalho, tenho um projeto teatral em Portugal me esperando, depois disso só o futuro o dirá.