“A vida mesmo quando sombria é bela”. Por essa frase já dá pra perceber que Tuca Andrada é um entusiasta da vida, um cara otimista e que não pensa nas dificuldades. Foi assim quando se mudou de Recife, sua terra natal, para seguir carreira de ator no Rio, levando vontade e deixando saudades. Tuca está na nova novela das 18h da Globo que se passa em uma época de transformações, aliás transformação é com ele mesmo. Versátil, vai da comédia ao drama com maestria. Conheça um pouco mais desse grande ator que está sempre se realizando.Foi difícil deixar sua cidade natal para tentar carreira artística no Sudeste? Sempre é difícil se deixar a terra onde a gente nasceu e onde fui muito feliz, mas quando se tem um sonho é preciso persegui-lo mesmo que tenhamos que deixar para trás coisas que prezamos tanto.
Apesar da efervescência cultural, em cinema e teatro, em outras localidades fora do eixo Rio-São Paulo, ainda é preciso para o ator se deslocar para o Sudeste para poder viver da arte? Sim, as oportunidades de trabalho ainda são maiores e melhores no eixo RJ-SP, mas começa a aparecer atores que não estão dispostos a largar sua terra e que conseguem trabalhar constantemente. Um exemplo disso é o Irandhir Santos, um dos atores mais requisitados do atual cinema brasileiro e que mora por aí em Recife.
Você já fez novela, teatro, cinema, drama, comédia, isso foi planejado para se tornar o ator versátil que é ou as oportunidades foram surgindo e você foi aproveitando todas? As duas coisas. Sempre trabalhei para ser um ator que pudesse fazer todos os gêneros possíveis, mas, é claro, que tive boas oportunidades.
Quando você lembra dos prêmios que já ganhou o que te vem à cabeça? Uma frase da Fernanda Montenegro: “Prêmios são acidentes de percurso”
O que considera melhor para o ator, contrato por obra ou por período? Depende de como tá a vida financeira do ator… (risos)
“O Pequenino Grão de Areia” foi sua estréia nos palcos. Que lembrança traz desses momentos? As melhores possíveis, estrear com um texto pernambucano de João Falcão, com amigos por perto tendo a direção do próprio João Falcão, com um personagem encantador… Além disso, tudo na peça foi um sucesso, me abriu portas aqui no RJ e rendeu uma indicação para o prêmio Mambembe de melhor ator em teatro infantil, ou seja, tudo de bom.
O ator, em cena, muitas vezes precisa se abstrair de seus problemas pessoais para dar tudo de si ao personagem. É um processo sempre difícil ou a prática o torna fácil? Muitas vezes os problemas que um ator está passando podem ajudá-lo no palco, outras podem atrapalhar muito. É pratica mesmo e com o tempo o ator vai aprendendo a usar tudo na sua vida, o bom e o ruim, em seu favor.
Já pensou em se arriscar por trás das câmeras? Produzindo, dirigindo, escrevendo roteiros? Já sim e é para breve.
Tendo a dança como pano de fundo, a peça Seis Aulas de Dança em Seis Semanas aborda temas como família, amizade, sonhos, frustrações, idade e eterna busca pela felicidade. Como lida com esses temas na sua vida pessoal? Temas complexos, (risos). Precisaria de uma entrevista só para falar disso tudo.
Você já está trabalhando no próximo papel para a TV, a nova novela das 18hs. Como será esse trabalho? O que espera dele? É uma novela que se passa na virada do século XIX para o século XX no Rio de Janeiro. Uma época de grandes transformações para a cidade e para o Brasil. Faço um ator de uma companhia de teatro, é o núcleo cômico da novela e tem sido muito divertido. Tenho como companheiros de cena Maria Padilha, Paulo Betti e Maria Clara Gueiros, grandes profissionais e ótimos colegas.
Depois de alguns anos de carreira, você se sente mais realizado ou realizando? Sempre realizando, realizado só quando morrer.
Qual sua maior vaidade como ator e como homem? Como ator, sempre conseguir dar tudo o que o personagem pede, conseguir explorar todas as nuances que ele possa ter. Como homem, são tantas…
Falando em vaidade, como mantém a forma? Alguma rotina de exercícios ou dieta específica? Faço musculação, alongamento e corrida. Dieta só quando é extremamente necessário. Detesto fazer dieta e graças a Deus não tenho facilidade de engordar.
Quando a passagem de tempo realmente importa? Quando percebo que não tenho mais fôlego para certas atividades. (risos)
O que curte mais quando está em Recife e o que curte mais quando está no Rio de Janeiro? Em Recife, rever os amigos, comer tapioca com queijo de coalho, andar na praia, sentar num bar da Rua da Moeda e jogar conversa fora. No Rio, gosto de ficar em casa, já que paro tão pouco aqui devido ao trabalho.
Qual a maior virtude de um homem e o que você busca para si? Ser verdadeiro consigo mesmo, ter coragem, ser honesto e nunca desistir dos seus sonhos. Procuro sempre pensar que tudo isso aqui é passageiro, nada é para sempre e que a vida mesmo quando sombria é bela.
Produção de moda: Jhon
Santana