Sem medo de ser feliz. É assim que nosso entrevistado Rodrigo Phavanello encara a vida e seus desafios. Sempre seguindo seu coração, seja abandonando um grande contrato ou uma carreira de sucesso, Rodrigo antes de tudo busca realização pessoal acima de fama, vaidade ou conta bancária. Foi assim que largou o grupo Dominó, que fazia um tremendo sucesso nos anos 80/90, e foi assim que largou seu promissor contrato na TV Globo em busca de novos rumos. Hoje aos 35 anos, Rodrigo ainda guarda essa garra e esse desprendimento que o leva à constantes desafios e realizações. Sua paixão por cachorros e sua admiração por mulheres viraram manchetes tanto quanto seus personagens tão diversos na TV. Atualmente na série “Rei Davi”, Rodrigo continua inabalado pelo poder da fama e segue seu rumo com simplicidade e o bom humor de sempre. Para ele não tem tempo ruim, tem tempo para aprendizados e ensinamentos que vão muito além da arte de interpretar, mas que vão pela arte de ser feliz.
Rodrigo, depois de três novelas seguidas na Globo, você se mudou para a Record e atualmente está tendo muito destaque com a série Rei Davi. Como foi essa mudança de emissora? Só tenho que agradecer aos personagens que interpretei na TV Globo, foram personagens que se tornaram maravilhosos no decorrer de cada trama. A minha primeira novela foi Alma Gêmea de Walcyr Carrasco quando vivi o Roberval, à princípio o personagem era praticamente elenco de apoio, que fazia parte do núcleo da pensão da “Divina” (Neusa Maria Faro), ele só comia o tempo todo e levava uns “pedalas Robinho” na cabeça! (risos)… só que na trama amorosa secreta entre “Dalila”, vivida por Fernanda Machado, e “Raul” por Luigi Barichelli, percebi que tinha um espaço para começar a criar uns subtextos… então comecei a dar entender que o Roberval sabia da relação secreta entre os dois, e também que o Roberval era completamente apaixonado por Dalila, sendo que, não poderia colocar nenhum “caco” nas poucas falas que o personagem, tinha que ser tudo no olhar… e não deu outra! Consegui passar para o público o que queria! Daí a história começou a crescer e acabou mudando a trama toda! Percebi logo de cara, quem manda numa trama é o público! Ou seja, não existem pequenos papéis mais sim grandes oportunidades! E graças à Deus todos os meus trabalhos na TV Globo foram crescendo exatamente desta forma, no improviso, na garra! Tornando todos filhos que foram adotados pelo público.
Só que depois de três trabalhos seguidos, estava precisando me reciclar, buscar novos desafios… E como um sagitariano nato, gosto de aventurar! Aproveitei que meu contrato estava acabando e pedi para direção da emissora me liberar, ninguém entendeu nada (risos), mas a Globo acabou liberando! Pois bem estava tudo programado para ficar um tempo fora do país, onde iria fazer alguns cursos. Só que vazou a notícia na imprensa que eu tinha rompido com a Globo e no meio de toda a confusão um amigo das antigas me ligou! Era o Fernando Rancolleta diretor de elenco da Record me dizendo: “Phavanello não quero nem saber, mas queremos você aqui com a gente!” Expliquei para ele sobre os meus projetos e objetivos… ele aceitou e de quebra com uma proposta irrecusável… acabei cedendo. Estou muito feliz na Record onde estou tendo a oportunidade de interpretar personagens intensos com características completamente diferentes!
Falando em mudança… Como se deu essa passagem de cantor para ator? Se sente mais realizado como ator? Deixou a música de lado de vez? O Dominó foi uma escola em todos os sentidos, aprendi muita coisa durante minha trajetória no grupo, lá eu conheci a famosa e perigosa “fama” e era uma verdadeira loucura! Ficamos morando na Europa durante dois anos, estávamos bombando nas paradas Francesas com o hit “Baila Baila Comigo”… discos de ouro, enfim… mas não estava feliz! Não era aquilo que realmente queria, ficar longe da minha família, amigos, e principalmente do curso de teatro que estava fazendo em Campinas. Acho que era mais por causa disso! (risos) Então assim que chegamos no Brasil esperei terminar meu contrato e não renovei com eles, todos achavam que estava louco, diziam: “vai sair no auge grupo, como assim?! Você vai acabar com sua carreira!”
Não havia contado à ninguém sobre meus planos… mas na realidade tinha a certeza do que queria, só pedia para Deus que me desse forças para seguir o meu caminho, sei que seria um longo caminho. Hoje posso dizer que começar uma carreira é fácil! Difícil é recomeçar! Minha alma sempre buscou por novos desafios, espero que assim seja… eternamente! E vou confessar, tenho uma mulher e uma amante! Sou casado com a arte de interpretar e a música é minha amante, um dia vou colocar as duas na mesma cama, ou seja, no “palco”… (risos) Num grande musical!
O que te deixa mais sem jeito, aquelas dancinhas do grupo Dominó ou ter posado pelado? O que constrangia mais? Porque tanto preconceito? Tudo tem seu tempo certo! Achava o máximo as danças coreografadas do grupo… Até hoje às vezes quando me empolgo danço pow! A galera racha de rir e eu também! E posar pelado foi moleza sempre curti ficar peladão em casa! Quando não tinha ninguém é claro… (risos) Como já disse tudo tem sua época! Cada coisa no seu quadrado!
Ter posado nu alimentou o ego ou só serviu para aumentar a conta bancária? Foi necessário, o dinheiro que recebi da revista foi fundamental para dar continuidade nos meus sonhos! Nunca faria isso por ego…
Você já declarou que gosta de mulher não importa o tipo físico, seja gorda, magra, negra, japonesa… O que mais te atrai nas mulheres?Mulher já é um ser abençoado por natureza! Mas com inteligência elas se eternizam…
Fazer um vilão, por mais incrível que pareça, é mais fácil. Fazer um mocinho exige jogo de cintura para ele não ficar chato na historia. O vilão não, ele já tem uma carga de emoção própria. Mas o Eliabe é diferente dos vilões atuais, que são vilões que usam máscaras. Se ele sente inveja, por exemplo, você percebe esse sentimento no olhar, ele não esconde isso. Além dessa interpretação particular, apresentar uma história bíblica é uma responsabilidade muito grande.
Quais suas crenças religiosas? Elas interferem no seu personagem em Rei Davi? Eu acredito em Deus, acredito muito na lei do retorno, o universo está sempre conspirando à nosso favor e ele nos irá devolver aquilo que jogamos ao ar! Agora em relação ao personagem acredito que o Eliabe plantou o mal e colheu o mesmo. É mais uma prova que essa lei é infalível! Cada personagem vivido pelo ator tem características e traços de personalidades próprias, que o faz cometer diversas atitudes no desenrolar da trama. Já parou para refletir sobre os atos de seus personagens e questionar o comportamento humano por conta disso? É como já disse, nós atores temos que emprestar nossos sentimentos ao personagem e não o personagem emprestar o dele para gente! Os artistas tem uma missão muito importante para sociedade, por isso acredito que nós temos uma ligação direta com Deus! Não temos a dimensão de quantas pessoas ajudamos a entender um pouco mais sobre a vida, através da arte! É mágico!
E a paixão por cachorros, como explicar? São seres especiais, tenho um sentimento de amor à primeira vista com os cães. Eles sentem minha paixão e me permitem entrar em seus mundos, o cão para mim é um anjo, que vem ao mundo nos ensinar o que é amor… sem pedir nada em troca!
O que busca para você através da sua arte de interpretar? E o que busca para o público? “A arte não deve ter regras preestabelecidas, para transcender a alma do seu criador” Para o público eu tenho uma única missão de transmitir o “belo”, ou seja; Ampliação da visão de si e do mundo!
Cabelo e make up: Dan Marques
Produção: Sylvia Goulart
Realizado no Estúdio Wagner Carvalho / Rio de Janeiro
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