Márcia Dornelles, ou melhor, Marcinha para os íntimos como a galera da MENSCH costuma tratar, tem uma história que se mistura totalmente com a nossa. Uma história que mistura amizade e trabalho de uma forma que o resultado não poderia ser melhor. Desde o início da MENSCH ela está aqui produzindo e dando seus jeitos para muita coisa acontecer. Uma parceria que rende ótimos frutos e até hoje, 10 anos depois, é só alegria. E numa edição tão especial quanto essa, claro que ela teria que estar presente. Vamos lá contar um pouco dessa história.
Marcinha, você passou de minha musa da época da Playboy para amiga e produtora da MENSCH, desde quando ela surgiu. Como foi para você essa parceria com a MENSCH que só se fortaleceu ao longo dos anos? Você só não disse que foi o Orkut que nos conectou pela primeira vez! (risos) Foi por lá que nos tornamos grandes amigos e quando você criou a, eu me lembro perfeitamente do seu convite e como eu estava cheia de ideias! Foi sensacional poder colaborar com minha experiência como modelo, para produzir outros artistas! Acho que, quem já atuou na frente das câmeras, sabe quais são os desafios que o artista enfrenta nos bastidores! Isso é muito valioso no meu trabalho! A cada ano que passa, encontramos novos desafios! De lá pra cá, se vão 10 anos e quanta coisa vivemos, aprendemos, superamos, aperfeiçoamos e posso dizer que essa parceria com a MENSCH é como vinho, quanto mais o tempo passa, melhor fica! É uma alegria muito grande fazer parte da MENSCH desde que ela nasceu!
Conta para os leitores como foram os bastidores do primeiro ensaio de capa produzido por você, para a MENSCH. Minha primeira produção de capa para a edição impressa, foi com o ator Bruno Garcia e quem fotografou foi Serginho Santoian. O Bruno estava fazendo uma novela de muito sucesso na Globo! Eu e Serginho nos divertimos muito! O ensaio foi produzido em um Café, onde havia performances na época! Bruno vestiu uma jaqueta de couro preta e calça jeans para a foto da capa! Ficou bem bacana!
Musa, Playmate e modelo por muitos anos, atriz. O que essas experiências ajudaram na formação da profissional que você é hoje? Caramba! Acho que tudo o que vivi me ajudou a ser a profissional que me tornei! Eu me tornei modelo por acaso, atriz por consequência e marketeira por escolha! Eu nunca sonhei ser artista, eu não tinha este projeto de vida, mas ao longo da minha carreira artística, ao final dos anos 1990, eu conheci o Marketing e me apaixonei! Até tentei conciliar as duas coisas, fazia novela, teatro e cinema, mas já cursando a universidade! Abri minha própria produtora artística, investi no segmento de eventos e produções artísticas e foi um sucesso! A empresa começou a prosperar de uma maneira tal que fui largando as artes! E não me arrependo! Eu gosto muito do que eu faço hoje! Sou muito realizada com o meu trabalho! Acho que tudo que vivi antes de me tornar a profissional que sou hoje me ajudou a ter sensibilidade, feeling, coragem para apostar em coisas novas!
E aquela história que você não queria ser capa da Playboy (novembro de 1995), e um belo dia quando voltava para casa se surpreendeu com um pôster seu na banca de jornal que era a capa da Playboy? Ah essa história é icônica (risos). Eu mesma, quando me lembro, dou risada sozinha! Bom, vamos lá! De fato, eu não queria ser capa da Playboy! Eu só queria fazer o trabalho como modelo, ganhar o cachê combinado e não aparecer na capa da revista, porque dessa forma, eu, na ingenuidade dos meus 21 anos, achava que se minhas fotos só saíssem no recheio da revista, eu iria passar “desapercebida” pelos leitores e, principalmente, por meu irmão, por meus pais enfim… (risos) Imagina isso? Eu não queria que meus familiares soubessem que eu havia posado. Me lembro que no dia da assinatura do contrato, eu fiz o editor da revista me prometer que eu não iria sair na capa! (risos) Enfim, meses depois, Novembro de 1985, não existia redes sociais pra gente saber tudo que acontece em poucos segundos! Lá fui eu na padaria e levei um susto quando me vi estampada em um outdoor gigante na maior banca de jornal da Zona Sul! Quase tive um treco! Ao chegar no meu prédio, havia uma fila de porteiros e vizinhos me esperando no portão com a revista na mão, para eu autografar! Consegue imaginar essa cena? Aff, hoje em dia, isso não existe mais!
Você viveu plenamente os anos 80 e 90 em sua plenitude. Qual a diferença entre ser famosa e fazer sucesso naquela época e hoje em dia? Ah, com certeza jamais haverá uma outra década como a de 1980! Naquela época, existia glamour – celular existia! Nem existia e-mail naqueles Anos 80! Ainda era o fax (risos)! Não havia o Instagram, essa ferramenta que pode tornar alguém famoso, do Oiapoque ao Chuí e no mundo inteiro, em poucos segundos. Naquela época, não tinha isso!! Então, pra pessoa ser famosa ou ela tinha que estar numa capa de revista impressa, ou em Jornal impresso ou na TV! E para que isso acontecesse, era porque realmente a pessoa havia ganho visibilidade, o bastante! Quando fui capa da Playboy, a Editora Abril agendou os maiores programas de TV na época para que eu participasse para divulgar a revista! Faziam o mesmo com todas as modelos que saiam nas capas! Imagina a repercussão disso! Eu fui parar no Júri do Chacrinha por dois anos, por causa da Playboy! Um patrocinador me viu na revista e então, me chamaram! E daí, foram muitas portas abertas! Dessa forma, decidi dar continuidade à carreira artística. Fui estudar artes cênicas e me tronei atriz, pois eu percebi as oportunidades que surgiram e aproveitei todas!
Que lições esse período te trouxe que você levou para vida e traz para seu trabalho de produtora e assessora? Eu fui percebendo, ao longo da minha trajetória artística, que muitos artistas não sabiam aproveitar as oportunidades, porque eles tinham dificuldades para lidar com a parte comercial da carreira. Já comigo, era diferente! Eu tinha muita facilidade com negociação, networking e fazer uma oportunidade se multiplicar por 10. Foi assim que comecei a agenciar meus colegas. Esse período me trouxe esse aprendizado, que acabou virando meu negócio até hoje! Eu descobri a ciência do Marketing e me apaixonei! Isto mudou minha vida! Abri minha empresa e a partir de 2005, migrei para home office. Hoje, com a pandemia, todo mundo faz isso, mas eu pratico esse modelo de negócio, desde aquela época. Quando eu vejo um talento, eu quero mostrá-lo para o mundo. Gosto de fazer a pessoa se sentir bem com meus conselhos profissionais. Não me acho a dona da verdade, gosto de ouvir também, mas eu aprendi na prática que a experiência de vida, vale muito! Meu negócio é cuidar da imagem do artista, criando estratégias de carreira, apoiando-o e ajudando-o em tomadas de decisões. Sempre gostei de comunicação e essa experiência de ter sido artista, me ajuda muito no trabalho de assessoria que realizo hoje.
Aqui na MENSCH, muitas produções e capas ao longo desses anos, você apontaria as mais marcantes, por alguma razão, que você guarda com carinho até hoje? Esta pergunta é difícil de responder porque me lembro com carinho de todas as capas que produzi até hoje, mas fico muito feliz quando consigo realizar produções diferentes das tradicionais, como por exemplo quando fotografamos a Ana de Biase no pico de uma pedra e precisamos levar um instrutor de escalada para dar suporte. Em Uma outra produção, quando amarrei um trapézio numa árvore na Urca, para fotografar Glauce Moretti. Também adorei produzir Cláudia Raia, Débora Secco, Eriberto Leão, Rafael Cardoso… tanta gente. Adoro produzir (risos)
O que é mais difícil no trabalho de produtora? Como lidar com pedidos complicados por parte de artistas ou assessores, por exemplo? O que é mais difícil é lidar com o ego das pessoas! Eu procuro fazer o melhor que posso para não desagradar ninguém! Geralmente, tenho facilidade para lidar com pedidos. Ao longo desses anos, todas as histórias complicadas dos bastidores tiveram finais felizes! (risos)
Um desejo seu, profissional… O que ou quem gostaria de produzir que ainda não realizou? Ah!!! Eu gostaria muito de produzir o Rodrigo Lombardi! E viajar para Europa neste ano, a trabalho.
Faz um resuminho de sua trajetória desde o início de carreira até o trabalho como atriz e produtora. Minha carreira artística começou por acaso quando recebi um convite para ser manequim e desfilar para a alta costura. Eu desfilei para várias marcas importantes, e em seguida, surgiu o convite da Playboy! Me tornei muito conhecida nos anos 1980-1990 por conta da revista, viajei o mundo todo modelando. Fui trabalhar na TV como jurada do Programa do Chacrinha (TV Globo) e estudar teatro para me tornar atriz. Fiz a novela Brasileiras e Brasileiros no SBT, uma série na Band chamada Colônia Cecília, fiz a novela Perigosas Peruas na Globo. Logo em seguida, abri minha produtora A MD Produções, onde fazia produção de eventos, e produções artísticas.Com o passar dos anos parei de produzir eventos e foquei em Assessoria e Produção de Moda.
Fotos e beleza Aramis & Freitas
Look Carmen Steffnes