Nascido em Goiânia (Goiás), Pablo Marçal sempre foi uma pessoa inquieta e não conformada com o que tinha. Tanto que aos 9 anos começou de certa forma a trabalhar sua veia empreendedora. Conformismo e vitimismo são duas palavras que nunca fizeram parte do seu vocabulário. Essas duas palavras deram lugar a batalhador e transformador. Que no real sentido da palavra o levaram aprender a lidar com os desafios, a escrever 25 livros (3 deles viraram Best-sellers), criar programas ativacionaise chegar na carreira política. Pablo chegou lá, mas ainda tem muito que conquistar. Seu foco agora é ampliar suas conquistas pessoais para que sejam conquistas de muitos. Através da política e ações que levem a ações transformadoras. “Chega dessa intolerância, vamos todos juntos carregando as nossas diferenças, só que na mesma direção”, conclui Pablo.
Pablo, em sua trajetória de vida quem veio primeiro, o empreendedor, o escritor ou o político? Vim de uma origem muito pobre e aos nove anos de idade, eu já estava trabalhando. Comecei a guardar carros na rua porque eu queria um brinquedo e meu pai não podia comprar. Acho que quem veio primeiro foi o trabalhador. Por isso, sou tão apaixonado por motivar pessoas para se tornarem altamente produtivas. Aprendi que se eu quisesse alguma coisa, ao invés de reclamar, eu tinha que produzir e esse foi o start para o empreendedor, o professor, o escritor, o investidor e o político. Na vida, se você perde tempo reclamando e se vitimizando, você não prospera. Essa é uma característica da mentalidade pobre, gastar mais energia na condição do que na decisão.
Como cada um foi formando o cara que você é hoje? Trabalhar desde tão pequeno para alcançar meus objetivos, me ensinou a agir mais e não reclamar. Só que agir sem constância, também é pouco produtivo. Então, me tornei alguém incansável na perseguição de meus alvos. Na faculdade, eu fazia trabalhos para os colegas, vendia resumos e cópias para os outros alunos e logo fui picado pelo empreendedorismo. De novo eu estava decidindo agir ao invés de aceitar a condição. Eu estudava direito e trabalhava na Brasil Telecom quando vi a oportunidade de promover um evento, e nunca mais parei. Nessa época, eu já estava organizando palestras e ensinando, e esse foi um dos aprendizados mais incríveis. Descobri que ensinar e transbordar na vida dos outros era a melhor forma de pôr pressão em mim mesmo para aprender mais e mais rápido, além de aumentar o meu repertório. Foi assim que, em 2018, escrevi meu primeiro livro. Hoje tenho 25 livros publicados, sendo três best-sellers. Acredito que toda essa trajetória criou o molde do pré-candidato Marçal que, em 2022, decidiu sair da torcida para mais uma vez, de maneira incansável, perseguir o alvo de tornar o Brasil um país mais rico para todos os brasileiros.
Qual o maior desafio em ativar a identidade e revelar o propósito das pessoas? O grande problema é que as pessoas não querem saber disso. O maior desafio não é libertar as pessoas, mas mostrar que vale a pena ser livre, porque o preço da liberdade é muito alto. Quando você cresce sem saber quem realmente é, fica confortável conviver com as limitações e bloqueios. É mais fácil continuar com a ração da escravidão, do que pagar o preço da liberdade.
Qual sua maior característica como empreendedor e empresário? Do que se orgulha nesse sentido? Uma característica importante como empreendedor é saber enxergar pessoas e números de maneira diferente. Pode parecer contraditório, mas apesar de pessoas e resultados estarem interligadas, elas precisam de tratamento diferente. Pessoas precisam ser ativadas para se tornarem produtivas, então elas serão sempre investimento e custo. Investir nas pessoas sempre vai gerar valor e retorno. Já os resultados, dependem de uma equação entre custo e despesa. Para o resultado ser bom não basta ser positivo, precisa zerar a despesa e representar de fato retorno com o menor esforço para aquela ação. Me orgulho muito de valorizar os recursos, tanto os humanos, quanto os metafísicos e materiais.
Formado em Direito, você chegou a trabalhar em diversas áreas, como por exemplo técnico em informática, sonoplasta e atendente em telemarketing. Era o que ia aparecendo de oportunidades e você abraçando, ou já existia um foco? O objetivo claro a ser alcançado nessa época? Meu objetivo sempre foi aprender e é assim, até hoje. Quem aprende não depende. Então, precisamos aprender o máximo possível com cada experiência e seguir para a próxima fase. Sempre digo que você pode aproveitar muito ao trabalhar para os outros, se estiver focado em extrair os códigos daquilo que está fazendo porque é o aprendizado que te dá munição para a guerra do dia a dia. O caminho é aprender, governar e depois transbordar.
O quanto da sua trajetória até aqui foi planejada e o quanto foi o destino que lhe direcionou? Como perceber os caminhos da vida, mesmo destoando do que imaginávamos como sendo ideal? Acho essa pergunta muito curiosa, porque faz parte da mentalidade do brasileiro e do ser humano em si. Criamos uma ideia inatingível, o mundo ideal para justificar nossa falta de resultados e quando alguém tem resultados melhores que os nossos, foi o destino. É aquela frase famosa “fulano enriqueceu da noite para o dia”. Por outro lado, tem aquele que planeja tanto que nunca vai executar nada. Não gosto da palavra tentar, porque quem tenta já assumiu que não vai conseguir. Eu mudei minha maneira de ver o trajeto, ao invés de buscar ou traçar um caminho ideal. O que precisamos fazer é testar e testar e testar. Esse é o poder da ação, Deus já nos deu tudo, só precisamos agir sem parar. Quando você testa, o erro está implícito, não incomoda, porque o teste é feito para dar errado. A gente testa até achar o jeito que dá certo, assim, vai corrigindo a rota durante o caminho. Posso dizer que 85% dos meus resultados são frutos das conexões que eu fiz e do networking, mas elas só trouxeram resultado porque eu nunca fiquei no mundo ideal. Tudo tem que ser testado.
Especialista em Recursos Humanos e tendo cursado Teologia, lidar com pessoas ainda é o maior desafio? Eu diria que esse é o único desafio que existe na terra porque cada cérebro tem uma maneira de pensar diferente do outro. Se duas pessoas receberem o mesmo conceito e tiverem o mesmo raciocínio e chegarem no mesmo resultado, ainda assim as trilhas neurais serão completamente diferentes.
Isso é um dos pontos que lhe movem dentro da política, as pessoas? Sim, esse é um chamado para potencializar gente e fazer com que o povo entre no governalismo. Algumas pessoas pensam que é sobre ego e sobre uma pessoa exercer o governo. Por isso, acho que sou tão atacado por determinados grupos que não aceitam a ideia de que não é sobre mim, mas sobre todos. Vamos ativar o Brasil para que cada brasileiro não se permita mais ser explorado e assuma o governo da própria vida.
Em meio a pandemia você criou os programas La Casa Digital, que se tornou um dos maiores lançamentos digitais do país. A pandemia de certa forma foi um campo amplo a ser explorado para aprender a lidar com as dificuldades e abrir a mente para o novo? Sim, a pandemia apesar da tragédia sanitária e do drama social, foi uma oportunidade de enxergar diferentes caminhos e formas diferentes de fazer as pessoas crescerem. No livro Provérbios Salomão diz que é melhor a casa onde há luto do que aquela onde há festa, exatamente porque a morte nos leva a refletir sobre a vida. Isso é um paradoxo, mas, curiosamente, só valorizamos o favor de Deus na vida quando estamos prestes a perdê-lo.
Você também criou os programas ativacionais O Pior Ano da Sua Vida e Clube 459. Como foi o retorno e o que você aprendeu com eles? Fiz os maiores lançamentos da América latina e ainda passam pelas madrugadas lives 4:59 milhares de pessoas todos os dias. Toda pessoa que eu ajudei a transformar, fez de mim um ser humano maior e mais forte. Isso é viciante. Acho que já afetei a vida de dezenas de milhões de pessoas pelo mundo e isso, por si, só traz um retorno muito grande.
Como você enxerga essa polarização no país? Vejo como uma demência emocional, um grau de loucura mesmo, que vai quebrar a nação se nós não interrompermos esse ciclo. A esquerda e a direita se retroalimentam, porque um não vive sem o outro. O problema é que, enquanto eles se alimentam de ódio, a população, principalmente os mais carentes e pobres, morrem de fome sem ter verdadeiras soluções para questões como inflação de dois dígitos, 11 milhões de desempregados e 30 milhões de pessoas que vivem sem ter 250 reais per capita.
Qual o caminho para o Brasil reverter sua situação atual, para retomar seu crescimento? O caminho é investir na mudança de mentalidade da população em curto prazo, sem deixar de enxergar soluções duradouras a médio e longo prazo. A pandemia acelerou a migração dos negócios e dos relacionamentos para o mundo digital. Por isso, precisamos investir na virtualização e naquilo que eu chamo de empresarização, que é incentivar a criação de empresas e a produtividade no Brasil. Precisamos, urgentemente, exportar mais produtos acabados e menos matéria prima.
Pai de quatro filhos, que país você deseja para eles? Desejo um país que eles governem e não dependam de governos estatais, e que, a cada ano, eles possam enxergar e ajudar a potencializar a nação como eu estou fazendo.
O que te inspira? O Reino de Deus porque governo não é sobre se eleger, mas sobre ter sido eleito por Ele antes da fundação do mundo. O Reino está em processo de expansão onde pessoas do bem estão se levantando para ocupar o espaço que até hoje era ocupado apenas pelos maus. Foi a ausência e omissão dos bons que permitiu os governos malignos, corruptos e cheios de violência. Chega de briga de torcida e rivalidade na política. Estamos discutindo os rumos do país como quem assiste a um jogo de futebol. Chega dessa intolerância, vamos todos juntos carregando as nossas diferenças, só que na mesma direção.