O olhar apurado e a sensibilidade em captar o melhor ângulo, a luz ideal e o momento fazem do fotógrafo Ita Mazzutti. Com mais de 15 anos de estrada, em especial trabalhando com moda e direção de vídeos publicitários, Ita sempre traz um olhar contemporâneo e atemporal de forma natural, mística e clássica. Suas imagens revelam a identidade da moda brasileira e são capazes de transmitir traços reais de homens e mulheres igualmente brilhantes. A sua paixão pela arte o levou a transformar a fotografia em verdadeiras obras de arte que geram uma transformação digital e física através da mistura de materiais e ideias que fluem de seu cotidiano e suas experiências.
Como a fotografia surgiu na sua vida? Acredito que surgiu a paixão quando era criança, sempre amei arte no geral, e hoje parando pra pensar, lembro que pegava escondido a câmera fotográfica da minha mãe (analógica de filme) e levava pra escola sem ela saber. E minha paixão pela moda e beleza me levou para esse mercado da fotografia.
Qual (ou quais) o maior desafio da fotografia hoje em dia? As pessoas hoje falam muito que, a facilidade de acesso a câmeras e a tecnologia no geral, atrapalha um pouco o mercado. Acredito que de uma forma mínima sim, mas o desafio maior é manter a nossa criatividade e acompanhar o mercado sem perder a identidade artística.
Ita, quais são os principais desafios que você enfrenta ao dirigir ensaios fotográficos e de vídeo publicitários? Quando se trata de publicidade acredito que o desafio é conseguir pegar toda referência e briefing do cliente e colocar a sua identidade em cima do processo e do resultado. Nem sempre é fácil mudar algo ou tentar trocar a ideia inicial, pois se trata de uma marca, mas com a colaboração de toda equipe e dos envolvidos, a troca de ideias e conhecimentos pode levar a um resultado incrível.
Como você aborda a criação de ensaios fotográficos que transmitam uma mensagem autêntica e atemporal, independentemente do perfil do modelo ou celebridade envolvida? Eu amo o conceito de capturar e criar da forma que eu acredito ser belo. Pra mim esse processo que envolve arte, beleza e sentimento, vai muito mais além de montar todas as referências, moods, etc. Eu acredito na fotografia como arte pura, me baseio em sentir algo na hora e tentar criar com tudo que tenho na cabeça que chamo de “backdrop de memórias”.
Qual é a importância da auto aceitação artística e social em seu trabalho fotográfico? Como você lida com os desafios associados a essa questão? O fotógrafo ou qualquer outro artista e profissional, acredito que sempre passa por fases. Uma delas é essa auto aceitação. Entender sua identidade, saber reconhecer em quais aspectos ele é melhor, mas entender também que existe realmente essa parte de se questionar em alguns momentos. Mas eu acredito nisso de forma positiva, pois isso nos faz parar pra pensar e refletir. E muitas vezes é ali que saímos da zona de conforto ou do conflito de identidade artística.
Como suas experiências em diferentes continentes influenciaram sua visão artística e seu estilo fotográfico? Graças ao meu trabalho, eu conheci lugares maravilhosos que talvez eu não tivesse a oportunidade de ir de outra forma. Se deparar com culturas diferentes nos faz ampliar mais ainda nossas ideias e conhecimentos de uma forma social e visual. E para a fotografia isso é de extrema importância. Pois temos em mãos essa pluralidade. E sobre o ponto de vista comercial e de mercado isso também nos ajuda a entender sobre as diversas formas de entregar resultado, com marcas e públicos de uma forma geral.
Photos Lucas Brandão (@lucasbrando)
Produção House MAZZUTTI (@housemazzutti)