O apresentador de TV Flávio Barra revela sua alma de artista através das tintas e do grafitti expressando sua arte em muros e paredes pelo mundo. Da época de criança à vida adulta diante das câmeras de TV, surgiu o “Santo Forte Nas Ruas”, trazendo mais cor e vida para o mundo.
Flávio, como se dá essa “convivência” entre o apresentador de TV e o artista? Um completa o outro? Não, acho que não se trata de um complemento um do outro. Sempre tive essa alma de artista, talvez por isso eu tenha feito de tudo em TV, do jornalismo de bancada ao “Agora é Hora”, que é um programa de entretenimento. As duas coisas andam paralelamente, dá para dividir tranquilo.
Como você despertou para a arte e por que a “street art”? Quando era moleque, eu pichava muro…kkkkkkkk (por favor, crianças, não façam isso!!!), eu tinha uns doze ou treze anos. A maioria que grafita, começou no “pixo”. Depois de mais de 20 anos, em um belo domingo de sol… (risos)…meu amigo Rafa Mattos, do projeto “Plante Amor Colha o Bem”, combinou comigo de sair para pintar. E ele me batizou nesse dia de “Santo Forte Nas Ruas”. Porque eu sempre digo a ele que meu santo é forte! Agradeço muito a ele por ter me devolvido às ruas.
A “street art” tem se tornado um movimento mundial revelando talentos e trazendo ao grande público diferentes formas de arte. O que você quer passar? Na realidade a arte de rua sempre esteve ali, só que agora as pessoas abriram os olhos para ela. Existe, de fato, uma grande onda em torno do movimento e isso é fantástico, grandes artistas, consagrados no “gueto”, estão agora tendo esse reconhecimento mais que merecido. Em relação ao meu trabalho, eu costumo dizer que quero passar o que o outro quer entender daquilo que eu fiz. A minha intenção é expressar o que eu sinto naquele momento.
Você acredita no poder transformador da arte? De que forma você foi tocado e toca as pessoas sobre isso? Que a arte transforma eu não tenho dúvida e esse poder é gigantesco, mas isso eu posso falar por mim. Minha vida mudou quando voltei a pintar. Até o momento, pelo que sei, minha arte mexe com as pessoas positivamente e isso me deixa muito feliz, apesar de não ter nem uma pretensão de controlar a forma de atingi-las.
Qual das suas obras até hoje deu mais trabalho e qual deu maior realização? Talvez até tenha sido outra, mas a que vem imediatamente na minha cabeça é “O Olhar de Bia” a que deu mais trabalho. É uma peça em madeira e muito diferente de tudo o que tinha feito. E a de maior realização foi “Marie”. Um muro que pintei em Paris no ano passado.
Por ser uma pessoa de certa forma conhecida do público isso ajudou ou atrapalhou? Os dois…(risos)… Ajuda para abrir os olhos do público em geral que tem arte boa na rua sim e isso tem que ser valorizado. E atrapalha porque como em toda área, existe um certo preconceito de uma parte da galera do grafitti, pelo fato de eu não ter vindo do “gueto”.
Como jornalista como você vê esse tipo de manifestação artística e como poderia ser mais incentivada? A melhor forma de incentivar é mostrar. Isso que a MENSCH está fazendo. Artista gosta, quer e precisa ser visto.
Que artistas você admira e serviu de inspiração? Putz…vai precisar me dar mais umas seis páginas…(risos)…vou falar apenas de alguns daqui… Rafa Mattos, Guga Baygon, Ariel Fernando, Jeff, Derlon, Jota Zeroff, RafaB, Bozó Bacamarte…ah, tem um monte!
O que é arte para você? Tudo o que eu quero dizer…
Onde ainda não colocou suas ideias e tintas, mas gostaria muito de fazê-lo? Em todos os lugares que ainda não estive. Mas pode escrever aí…inclusive pode ser a manchete…(risos)… EU VOU PINTAR O MUNDO! Beijo na alma e aquela paz…