BEBIDA: Vinhos Rosé, sofisticados e versátéis. Perfeito para o verão‏

Depois de ter falado do badalado vinho tinto, chegou a vez do rose. Aquele papo de que é vinho de mulher já passou. Com a chegada do verão, nada melhor para essas noites quentes um bom vinho rose. Que tem um sabor mais leve e um prazer refrescante. Além de agradar as mulheres, o que pode fazer com que você ganhe mais alguns pontinhos com elas. Afinal o vinho por si só já é uma grande arma de sedução e atiça a libido.

Sofisticados, complexos e versáteis, o vinho rose tem ganhado cada vez mais espaço e apreciadores. Grandes rótulos e produtores estão investindo cada vez mais nos rosé. O número de apreciadores cresceu, surgiram vinícolas em novas regiões e produtores clássicos se expandiram no mercado. Se as boas marcas ainda não são uma pechincha, a bebida ficou ao menos mais democrática. Os especialistas garantem que é possível degustar excelentes safras por até R$ 50. Sem prejuízo da sofisticação. Talvez seja o vinho mais social, digamos assim, ele tanto vai bem à beira da piscina num belo dia de sol quanto à noite durante um jantar romântico. Sem falar da harmonia com pratos variados.

Entre os anos de 1940 até 1970, o vinho rose era uma bebida despretensiosa que acompanhava muito bem as refeições em família. Porém, com o passar o tempo os produtores de vinho rose mudaram e não se adaptaram mais. Depois desse período o rose foi considerado de mal-gosto, chegando quase a desaparecer no início dos anos 90. Hoje em dia, o panorama é outro. E a volta desse estilo de vinho, traz uma deliciosa sensação de Savoir-Faire.

MAS O QUE É UM VINHO ROSÉ?
É feito de uvas tintas e tem tons variados que podem vir desde o alaranjado ao púrpura dependendo do tipo de uva e do tempo em que a bebida fica em contato com as cascas, que são retiradas antes de liberar todo o pigmento. São vinhos tranqüilos, ou seja, sem bolhas (com exceção do Champanhe). Das uvas mais usadas, as mais comuns são a Cabernet Sauvignon, a Grenache, a Pinot Noir e a Merlot. Ele agrega algumas qualidades dos brancos (ex.: acidez) com outras qualidades dos tintos (ex.: estrutura aromática). É um vinho bastante versátil, que combina com as altas temperaturas do verão brasileiro. Na boca ele se mostra fresco e ácido, bom equilíbrio com o álcool e com corpo médio (no máximo). Os taninos não são desejáveis e a temperatura de serviço deve ser próxima a dos vinhos brancos (12 graus).
PRODUÇÃO DO ROSÉ
Com a popularização do vinho rosé que deixou de ser a sombra dos outros vinhos, hoje em dia é difícil encontrar um país que não produza vinho rosé. Porém, o seu país de origem é a França, mais especificamente Provença ao sul da França. Ainda hoje considerada uma das principais regiões produtoras do rose. Além da França, países como Espanha, Portugal, Itália, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália tem produzido exemplares cada vez mais sofisticados. Aqui no Brasil a maioria dos rosé produzidos vem do Rio Grande do Sul.

Normalmente, os vinhos rosés são vinificados pelo método de maceração curta, ou seja, vinifica-se como os vinhos tintos, partindo-se de uvas tintas, deixando-se o mosto em contato com as uvas por um período mais curto de tempo (de 03 à 24 horas), dependendo da tonalidade de cor desejada pelo produtor. Cuida-se, apenas, para que a maceração não seja muito longa, estendendo-se até que se atinja a coloração desejada. As cascas são, então, retiradas do mosto. A partir daí, segue-se o ritual adotado para o vinho branco: o líquido vai para uma cuba de aço inoxidável, onde se obtém aromas frutados e frescos.

UVAS MAIS USADAS EM ROSÉS

Cabernet Sauvignon: Considerada a mais nobre e a mais famosa uva tinta do mundo, dona de uma cor intensa e de um alto teor de tanino. Seu cultivo, que iniciou-se no século 18 em Bordeaux, na França, espalha-se hoje por diferentes continentes, encontrando condições adequadas em terras da Itália, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Brasil, Chile e Argentina.
Chardonnay: É a principal uva branca. Graças à facilidade de cultivo, resistência e produtividade, espalhou-se pelo mundo, sendo a base de vinhos brancos muito secos. É a uva do Chablis e produz vinhos excelentes na Borgonha, na França. É encontrada na Califórnia, Chile, Argentina e Brasil.
Grenache: Esse tipo é bastante viajada, sendo encontrada em diversas partes do mundo. Tem origem no sul do Rhône. Na Espanha, adquiriu a alcunha de Granacha. Também é bastante cultivada na Califórnia e na Austrália.
Merlot: Também presente nos vinhos de Bordeuax nos últimos séculos, atualmente é produzida também em diferentes regiões do mundo: Califórnia, Chile, Austrália, Argentina e no Brasil.
Pinot Noir: Plantada na Borgonha, onde também serve de base para a produção de champanhes, tem sido cultivada em outras regiões, obtendo resultados inferiores aos da terra natal.
VINHO BOM E BARATO
E para quem quer se tornar um bom enófilo, a ordem é uma só: experimentar. Fomos atrás de algumas sugestões de grandes distribuidores e fizemos uma pequena lista com rótulos para aqueles que pretendem se aventurar em novos sabores sem ter de fazer investimentos muito altos. Deixe o preconceito de lado e esqueça o estigma de que vinho bom é vinho caro. “Isso já não existe mais. E muita gente se surpreende, porque há muitas opções de qualidade no mercado com um custo razoável”, comenta Marly Maia, da Bordeaux Casa &Vinho.
Os campeões de vendas continuam sendo os rótulos vindos da Argentina e do Chile. Segundo Fernando Rodrigues, sócio da Gran Cru, as vinícolas desses países são os favoritos dos brasileiros porque produzem excelentes vinhos a preços acessíveis. “O novo mundo latino produz uma fruta que caiu no gosto do brasileiro, fácil de admirar. O vinho europeu é mais sutil e demanda um pouco mais de educação para o paladar e para o nariz. Por causa do Mercosul também, a importação é facilitada. Além disso, devido à proximidade, principalmente no caso dos argentinos, o transporte é mais barato”, explica o empresário. Para Gutto Assunção, sommelier da Vintage Vinhos, é necessário equilibrar o que você mais gosta com o que seu orçamento permite. “Não é o preço que diz se o vinho é bom, mas o seu gosto.”

Um brinde ao rose nesse verão de final de ano!

Para saber mais: