ESTILO: Always jeans – Uma tendência em todas as estações e sempre em foco

Desde final do século XIX, das minas de ouro da Califórnia, o jeans passou por diversas mudanças, acompanhando e influenciando diversas transformações sociais e culturais até chegar aos dias de hoje como uma peça coringa e que une o mundo no quesito praticidade e versatilidade. Hemisfério norte ou sul, países desenvolvidos ou não, ocidente ou oriente, religiões e crenças políticas diferentes, esse tecido azul domina a vestimenta mundial. São várias as razões e entendê-las nos faz perceber a grandiosidade da diversidade humana.

Ainda nos anos 40, o jeans começou a se popularizar entre os jovens como forma de quebrar a formalidade, mas foi apenas na década seguinte que ele ganhou mais visibilidade e entrou de vez nos guarda-roupas mundo afora. O poder do cinema encantou gerações, especialmente depois que James Dean e Marlon Brando adotaram a calça jeans como símbolo de rebeldia e juventude. Os Beatniks, como também foram chamados, vieram na seqüência da Segunda Guerra Mundial e representaram um dos movimentos socioculturais mais importantes dos anos 50. O estilo de vida louco, sem regras nem limites, se contrapunha fortemente ao American Way of Life daquela década que pregava, sobretudo, uma volta à normalidade e à moralidade pré-guerra. Eram os anos das donas de casa americanas, cercadas por conforto e também submissão. Mas os Beatniks ofereciam um mundo antimaterialista e cheio de possibilidades. O jeans era um dos ícones desse grupo e era só o início de outras revoluções que essa peça de roupa influenciaria.

Nos anos 60, a década das transformações, mais uma vez ele estava lá. O jeans era uma das vestimentas básicas dos hippies, que pregavam a paz e o amor e lutavam contra a Guerra do Vietnã. A roupa atendia bem a essa geração, pois tinha um preço acessível e era resistente. Nessa mesma década, foram vestidos em calças jeans que estudantes mundo afora correram da polícia, no ano mais emblemático do século XX, 1968. Os anseios de paz e de um mundo melhor se chocavam contra as autoridades e os tanques de guerra, mas encontravam nesse traje a liberdade que procuravam. Já nos anos 70, os modelos boca-de-sino nas discotecas e nas passarelas de grandes estilistas da época também provam a popularização desse tecido único. E desde então, é uma paixão mundial, vestindo mauricinhos, executivos super ocupados, jovens com e sem causa, mulheres formais ou as funkeiras de plantão. Tem para todos os gostos e estilos.

 

 

JEANS E O MOVIMENTO PUNK

Originado ainda na década de 70 nos EUA, o Movimento Punk logo ganhou a Inglaterra e o mundo com sua proposta de subversão cultural e uma mistura de niilismo, sarcasmo e busca de afirmação. Eram anos turbulentos e o que se queria era propor um mundo sem lideranças, com liberdade individual e muito cosmopolita.

O jeitão mais agressivo pode até chocar os mais conservadores, mas é pela música e também pela moda que esse grupo mais se particulariza. A vestimenta é formada por muitos metais, correntes, alfinetes e spikes (esses, alias, estão com tudo hoje) jaquetas de couro, coturnos, sombras preta nos olhos e claro, a boa e velha (rasgada mesmo) calça jeans. Ela sempre onipresente onde quer que estejam vivas as palavras contestação e liberdade. Nos anos 90, o Movimento Grunge revive o jeans rasgado e desgastado.  Ouvir: Ramones, Sex Pistols.

UMA ROUPA UNIVERSAL QUE VESTIU O SÉCULO XX E CONTINUA SE REINVENTANDO DIARIAMENTE

O jeans presenciou todas as grandes transformações do século XX e é talvez a roupa mais universal que o homem conhece. Ele já sobreviveu a guerras e contribuiu para revoluções. Foi alvo de muito preconceito e também ícone de gerações. Saiu do fundo das minas de ouro há mais de 150 anos para as passarelas e vitrines dos maiores estilistas do mundo. Não é à toa que o jeans é tão amado. Sua trajetória de grandes histórias ainda não acabou (e parece estar longe), porque o jeans continua se reinventado todos os dias. E faz parte da nossa vida incondicionalmente.

 

A escolha certa – Por Marco Antônio Ferraz

Ao escolher um jeans você leva em consideração seu estilo pessoal, seu tamanho e medidas, seu tipo de corpo. Pra essa matéria a gente fez o contrário. Já tínhamos os jeans, a escolha era sobre quem os vestiria. E aí vale lembrar que a escolha do casting é a garantia do sucesso ou da derrota de um editorial e nós, buscávamos o sucesso. A própria Dior, por exemplo, escolhia suas modelos pela cintura; Galliano na sua passagem pela mesma Dior misturou ícones dos anos 80 e 90 com new faces, a valenciana de Nicolas Chequierre chegou a ser o casting mais difícil de muitas temporadas. Vera Valdez foi apresentada pela legendária Suzi Parker a Coco Chanel e assim passou a ser a preferida da Maison por anos seguidos.

Nos anos 80 Ana Paula Arósio foi descoberta no supermercado. Versace personificou as lendárias supermodels no início dos anos 90. Pode ser contos de fadas ou não, às vezes trabalho árduo, anos seguidos de lutas, às vezes um olhar pessoal. O que é certo é que a moda precisa de inspirações e imagens. Modelos fazem parte da popularização da criação, eles são o final do processo. A imagem que queremos passar em definitivo, a imagem que adolescentes irão querer como espelho, são influência verdadeira no dia a dia do mundo real. Todos irão querer ser como eles.

 

Marco Antonio Ferraz e seu “time”

A beleza pode ser dádiva ou pode ser moldada ao longo do tempo. Histórias de patinhos feios são comuns. Narciso se afogou em desespero a tanta beleza que via. Afogou-se em si mesmo. Escolher os modelos para a MENSCH especial de moda jeans aconteceu naturalmente. Sérgio Mattos, diretor sócio da agencia 40 graus, conhecido por suas descobertas, foi a ponte para chegarmos aos escolhidos. Em uma conversa informal Christine da 40 graus falou do Leonardo Brum, olhei as fotos e aprovei de cara. Eu já tinha fotografado Douglas Tavares anos antes em um shooting na favela da Rocinha, mas Douglas evoluiu muito neste tempo, sempre esperei a oportunidade de revê-lo e a MENSCH era essa excelente oportunidade. Weder Wiliam é exatamente o tipo de modelo que adoro trabalhar, clássico e sexy ao mesmo tempo. Vi Juan em uma foto feita pelo mestre Eber Figueira, Alana é uma das news faces mais promissoras do mercado atualmente e foi muito bom vesti-la de homem para este job. Guilherme tem as sardas que tanto adoro e os cabelos cor de fogo que tanto inspiram. Maurício é meu modelo preferido já há 4 temporadas, com ele fiz as mais belas imagens masculinas da minha carreira e ainda espero fazer muitas. Para cada jeans o modelo certo, para cada modelo uma trilha de sucesso e onde tiver sucesso a MENSCH estará presente.

Direção criativa – Marco Antônio Ferraz
Fotos – Matheus Coutinho
Retoucher – Octávio Duarte 
Styling – Amanda Oliveira 
Beauty – Guto Moraes