Inquieto, sonhador e acima de tudo apaixonado pela arte de atuar (e por Julia Konrad). É o que podemos definir do ator Caio Paduan. Em seu segundo trabalho na TV (sua estreia foi em Malhação) Caio já mostrou um domínio na construção de cena e um talento que estamos apenas descobrindo agora, mas que certamente ainda vai nos impressionar muito daqui para frente. Com uma vasta experiência nos palcos, Caio chegou à TV com sua segurança de um veterano e mostrou à que veio. Caio é um daqueles atores que podemos passar horas falando de arte, vida, amor… Foi mais ou menos o que aconteceu nessa entrevista. Ao final percebemos que estávamos diante não só de um grande ator, mas de uma grande pessoa.
Caio, em seu segundo trabalho na TV esperava por essa repercussão toda? Como tem encarado esse novo desafio? A partir do momento que tive a primeira conversa com o Papa (Diretor Rogério Gomes) e li a sinopse, pude ter uma noção do lindo projeto que iria participar e imaginava uma boa repercussão. Mas, confesso que fui surpreendido, pois além da resposta positiva do público em relação a novela como um todo, fiquei muito feliz com a resposta do público para com o Afonso. Encaro esse desafio da forma mais dedicada e especial possível…é um presente.
Antes da TV você passou pelo teatro e cinema, que bagagem você traz dessas experiências para a TV? Ou não tem nada haver? Acredito na formação teatral como base essencial para o ator. O fato de ter estudado, me formado e trabalhado com teatro antes de chegar à TV me deu o mínimo embasamento para a construção de personagens, para o estudo de mesa (texto) e principalmente para o jogo cênico, além de outras ferramentas técnicas. Defendo a capacitação artística e profissional pois a arte requer muito estudo e respeito aos seus mais de dois mil anos de existência.
E a escolha pela carreira artística, como aconteceu? Penso que a arte te escolhe, e não o contrário. Desde pequeno flerto com ela de várias formas, seja musicalmente, teatralmente, etc. Na adolescência me envolvi com teatro no colégio através da literatura. Tive um professor de literatura que sabendo do meu interesse por autores nacionais (Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos), me apresentou dramaturgos e me incentivou a ler peças. Juntos adaptamos um conto chamado “Bertram” de “Noites na Taverna”, (Álvares de Azevedo) e montamos em espetáculo junto a um Sarau da Segunda Geração do Romantismo, o Ultrarromantismo. Além de adaptar, fui o protagonista do espetáculo e percebi que nunca mais sairia do palco.
Com a exposição que a TV traz vem o assédio de modo geral e a fama. Como tem encarado isso tudo? Encaro a repercussão, pois não acredito em fama, da forma mais profissional possível. Penso que faz parte do ofício pois há uma imensa exposição e agradeço ao público que acompanha e aprecia meu trabalho.
Aliás, o que é fama pra você? Algo que você busca? Fama deveria ser o reconhecimento para um trabalho bem feito, mas hoje o conceito está completamente distorcido. Busco contar boas histórias e através delas propor reflexões, afinal é este nosso ofício. A fama dos dias de hoje não me interessa.
Na novela “Além do Tempo” seu personagem vive um grande amor em diferentes vidas. Um amor além do tempo. Você acredita em reencarnação e num amor que vai além? Acredito na energia que vai além da matéria. Penso que tudo está em movimento, os sentimentos transmutam e podem sim retornar em outra vida, tal como o amor, que é o maior deles.
Como você vê essas questões espíritas e religiosas? No que você crer? Cresci numa família espírita e creio nesta filosofia. Leio Alan Kardec desde muito jovem e sempre me fez muito bem. Hoje em dia simpatizo também com a Umbanda, por ser uma religião espírita e autenticamente brasileira.
Falando em amor e relacionamento… O que te encanta em uma mulher? A tríade: sorriso, olhar e inteligência, ou seja, a Julia! (risos)
E qual o maior pecado num relacionamento? Falta de respeito com si próprio e para com o outro.
Qual sua maior vaidade, virtude e defeito? Vaidade: arrumar o cabelo. Virtude: determinação. Defeito: volúvel.
O que te distrai e te prende atenção quando não está trabalhando? Futebol me distrai e o cinema e a Júlia me prendem a atenção!
Como ator, onde entende que termina o público e começa o privado e vice-versa? Acredito que o respeito, seja em qualquer tipo de relação, entre ator-público, colegas de trabalho, família, amigos, enfim, de qualquer forma ele sempre deve ser a base. Sou muito feliz pois o público me respeita, me trata super bem, e é recíproco.
Consegue se imaginar daqui a 10 anos? O que vê? Sou um “imaginator” compulsivo, crio histórias boas pra minha vida e corro atrás delas! Gostaria de estar com minha família praticamente formada com Julia, dois ou mais filhos e alguns cachorros, e trabalhando num grande projeto com um complexo personagem.
Já tem planos para o fim da novela, ou é do tipo que vive um dia por vez? Sempre tenho planos, nunca fico parado. Sou um artista inquieto.
CAIO VESTE:
Look 01 – camisa branca, calça listrada, sapato azul: Armadillo
Look 02 – camisa clara micro estampa e calça vermelha: Armadillo, cinto: Convicto, sapato brogue marrom: acervo pessoal
Look 03 – camisa duas cores, t-shirt, tênis e calça clara: Armadillo
Look 04 – t-shirt preta: Acostamento, calça e tênis: Armadillo