CAPA: ANDERSON DI RIZZI ENTRE O HUMOR E O DRAMA

Por Márcia Dornelles

Quem assiste Anderson Di Rizzi em “A Dona do Pedaço” passando por mil apuros cheios de humor não imagina o lado dramático que o ator vai encarar no teatro. São esses personagens tão distintos que enriquecem o trabalho dos atores e nos faz querer ver sempre mais deles. Atualmente vivendo o personagem Márcio fazendo par com a personagem Kim de Mônica Iozzi, Anderson já vem de um logo tempo fazendo uma dobradinha com o ator Walcyr Carrasco, com quem trabalhou em sua primeira novela em 2011. Outro desafio, que Anderson enfrenta com prazer, é o papel de pai. Recentemente com a chegada do segundo filho, Matteo, ele tem aprendido e descoberto o quanto ser pai o faz um homem mais completo. E nesse ritmo de trabalho e família Anderson segue seu caminho orgulhoso pelas suas conquistas e feliz com as novas possibilidades. 

Anderson quando e como foi que você se descobriu ator? Quando eu tinha 17 anos conheci um pessoal em Campinas que fazia figuração em São Paulo, e fui fazer figuração para comerciais e depois para a novela “Torre de Babel”, e isso me despertou um interesse pela carreira. Fiquei bastante entusiasmado e conversando com a galera mais experiente percebi que para ser ator era necessário estudar muito, e logo comecei a cursar teatro. Fui para cidade de São Paulo, morar com a tia da minha mãe por um tempo, fiz faculdade de teatro, cursos de cinema, peças e as coisas foram acontecendo. Mas foi meio sem querer, não era uma ambição ser ator, foi mais uma curiosidade de fazer figuração e ver como é. Depois senti essa energia boa que era da profissão e segui o caminho.

Sua primeira novela foi “Morde e Assopra”, em 2011, como foi sua estreia? Foi incrível e muito especial porque, logo no meu primeiro trabalho com o Walcyr, o autor já me deu a oportunidade de expandir meu trabalho e o personagem, que começou pequeno na trama, se transformou e ganhou grande espaço. Viver o Sargento Xavier foi marcante e sou muito grato por isso.

Como está sendo viver esse momento de sucesso com o personagem Márcio Sorrentino em “A Dona do Pedaço”? Está sendo especial. O Márcio foi mais um presente na minha carreira, e com o personagem tenho conseguido mostrar também um lado mais dramático, já que o Márcio tem os momentos sérios, onde toma decisões importantes ao lado da Maria da Paz, lindamente interpretada por Juliana Paes, e completamente diferente quando está vivendo a divertida disputa entre as personagens Kim e Silvia, vividas por Monica Iozzi e Lucy Ramos, duas companheiras incríveis de trabalho. É muito bacana para um ator poder viver duas nuances distintas em um personagem. Mais uma vez, só tenho a agradecer.

Quem acompanha seu trabalho percebe que você trabalha de forma profunda na composição de seus personagens, o que mais te inspirou para compor o Márcio? Eu gosto de me preparar para cada novo personagem que vou fazer, gosto de fazer laboratório, de estudar e com o Marcio não foi diferente. E estar em cena com tantos atores incríveis, isso me inspira, com certeza.

Confesso que desde o começo torcia para o Márcio se render às investidas da Kim, e você? (risos) Acho que o casal acabou conquistando muita torcida, (risos). Eu torço para mostrar mais momentos divertidos e diferentes nessa disputa, é difícil escolher quando se está deste lado aqui interpretando. Mas fico muito feliz com a torcida e o retorno do público.

Como está sendo a parceria com a Mônica Iozzi? Está sendo ótima. A Mônica é uma super parceira, trocamos muito antes de fazermos as cenas, ela é uma atriz incrível.

Você acaba de ser pai pela segunda vez, você se considera um paizão? Eu me considero, sim. Sou um pai apaixonado. Gosto de estar com meus filhos, de participar de todos os momentos, quando possível. Eu ajudo a trocar fraldas, dou banho, faço comidinha da Helena… Quando Helena era mais bebezinha eu buscava ela no quarto para que a Taise a amamentasse, eu gosto muito de participar, acho importante, não só para ajudar a Taise, mas também pela presença de pai que estou exercendo na vida dos meus filhos. Acho fundamental essa troca. A chegada de Matteo à família só fez aflorar ainda mais o meu lado pai e sou muito abençoado por ter uma família tão incrível e linda.

O que você gosta de fazer nas horas de lazer? Gosto de ficar com a minha família, principalmente agora com o ritmo intenso de gravações e a peça também, então, todo tempo que sobra, quero estar com eles.

Qual seu sonho de consumo? Agora meu sonho de consumo é um apartamento em Portugal, eu tenho um desejo enorme de morar no país, eu já viajei algumas vezes para o destino e sou muito apaixonado por lá, não sei explicar, pode ser algo de outras vidas. Além disso, tenho o desejo de ir para uma casa maior, porque a família está crescendo. Mas tenho muita gratidão pelas coisas que conquistei, nós temos uma casa no interior de São Paulo, uma casa de campo, que vamos sempre quando temos oportunidade, é algo que eu queria muito também. Então tudo no seu tempo. Eu gosto de aproveitar e curtir as novas conquistas, não fico sempre projetando a próxima aquisição. Eu curto o apartamento que nós temos, mas sempre desejamos melhorias para nossa família.

O que mais você admira em uma mulher? Vou falar pela minha mulher, que tenho muita admiração. Em uma ocasião, nós já estávamos juntos e ela foi para Rio ficar comigo, eu estava fazendo uma novela e nesta semana estava trabalhando bastante, e eu falei para ela ficar à vontade e curtir a praia, o dia, enquanto eu gravava. Quando eu cheguei a casa estava mais limpa e perfumada, uma compra estava feita e o jantar pronto. Ela ficou o dia todo fazendo isso, e neste dia eu comecei a olhar ela diferente, por essa sensibilidade de pensar em nós dois, ela teve a oportunidade de curtir, mas quis fazer algo que seria para os dois. Claro que se ela tivesse curtido o dia, aproveitado a praia, eu ficaria feliz por ela, mas essa atitude me fez admirá-la ainda mais. Eu valorizo muito isso de zelar pelo próximo, a forma com que ela se dedica em sua profissão, do cuidado com nossos filhos quando eu não estou presente, a forma que respeita nossa família. Minha mãe sempre falou que o dia que eu fosse casar para eu observar como ela trata as pessoas, que isso era muito importante, ser uma pessoa que respeita os pais e os outros ao redor.

Quais são seus projetos pós novela? No teatro, tenho feito drama, na peça “Um beijo em Franz Kafka’’, que ganhou mais uma temporada no teatro Petra Gold, que reestreia em 6 de setembro, e no qual faço o escritor Max Brod, um personagem mais denso e dramático. Eu também tenho um longa para finalizar, “O Segundo Homem’’, no qual faço o protagonista, um personagem totalmente diferente do que já fiz na carreira. Começamos as gravações antes da novela, fizemos algumas cenas em Paris, e depois fizemos uma parada para a novela, mas vamos voltar a gravar em dezembro. No longa, faço um soldado, que vive um momento delicado com a família por conta do seu desejo de fazer parte de uma legião estrangeira e acaba indo pra fora do país. Ele vai se transformando ao longo da trama, e isso tem sido muito enriquecedor pra mim como ator. Até por conta desse personagem, preparei meu corpo para um físico mais definido, nem foi para a novela, foi para o filme e, como ainda vou finalizar o longa, preciso manter este físico.

Falando dos seus personagens na peça “Um Beijo em Franz Kafka’’ e no longa “O Segundo Homem” … Como é dar vida a tantos personagens diferentes ao mesmo tempo? É muito intenso e gratificante aos mesmo tempo. Poder mostrar meu trabalho de outras formas é muito importante, quero mostrar para as pessoas que também faço drama e este tem sido um momento especial da minha carreira porque estou atuando em 3 papeis completamente distintos, isso para um ator é fundamental. Estou feliz e realizado com este momento.

O que conquista Anderson di Rizzi? O que me conquista são pessoas boas, de bom coração, com boas atitudes, com respeito ao próximo, a natureza e aos animais. Quando vejo atitudes assim, eu fico emocionado, faz com que eu queira me aproximar da pessoa. Gosto de quem tem pensamento positivo, mesmo diante de situações muito difíceis, que se mantém otimista, mesmo que seja lá no fundinho. Valorizo as coisas simples, um bom papo, pessoas boas. Claro que é legal sair para um jantar elegante, em um restaurante requintado, mas gosto de estar em um lugar simples, com uma comidinha caseira, isso me faz feliz.

Fotos Sérgio Baia

Styling Lili Garcia e Gerson Passos

Make Dennya Carvalho