CAPA: EM SINTONIA COM ANDRÉ GONÇALVES & DANI WINITS

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O casal de atores André Gonçalves e Dani Winits está junto há quase oito anos. Uma ligação que tem se mostrado forte ao longo dos anos e superado barreiras e pressões. Formam um casal que tem vida pública por conta da profissão, mas que sabe muito bem como se preservar. Unidos pela arte, os dois que se conheceram pelos corredores da Globo entre um trabalho e outro, descobrindo uma sintonia conjunta que os fez (e faz) manter essa relação firme e forte. André, que recentemente participou do reality A Fazenda, passou por mais essa prova de fogo ainda mais certo de que seu maior prêmio é a sua amada. A MENSCH conversou com esse querido casal para conhecer um pouco mais sobre eles na vida privada, onde só eles sabem o que é a vida real, longe das câmeras e das redes sociais.

Dani e André não tem como fugir da clássica pergunta… vocês se conheceram na Globo, mas em que momento perceberam que não dava mais pra ficar separados? Na verdade nós nos conhecemos desde o fim da nossa adolescência porque já fazíamos teatro, apesar de em grupos diferentes. Volta e meia nos esbarrávamos em estreias e nos assistindo. Também trabalhávamos na Globo desde muito novos, porém nunca havíamos trabalhado num mesmo projeto até o projeto Tomara que caia que era um programa de improvisos num palco onde ficávamos mais próximos. Depois de um ano desse projeto, nos encontramos novamente no Super Chef, reality de culinária da Ana Maria Braga com direção do Boninho e, ali, nos conectamos mesmo e começamos a namorar.

O que é mais difícil em manter num relacionamento quando se é público? Como separar o público do privado? DANI: Nunca me fiz essa pergunta por que a nossa relação e o que viemos construindo ao longo dela sempre foi privada, independente de sermos pessoas públicas. Hoje em dia, estamos mais abertos a partilhar recortes da nossa história, através das nossas redes sociais. Tem sido uma descoberta pra ambos porque, sempre pensamos nessa abertura no intuito de somar algo à vida das pessoas que abraçam nosso caminho.

ANDRÉ: Eu acredito que, pra separar a vida pública da privada, a gente sempre teve uma vida mais discreta. Hoje em dia, estamos mais atuantes nas redes sociais, mas de uma forma cuidadosa. Sempre tentando manter o privado mais preservado.

A participação de André no programa A Fazenda foi uma prova de fogo para o casal? O que foi mais difícil nesse processo? DANI: Quando André foi para o programa, estávamos há algum tempo reavaliando a nossa história juntos e precisamos abrir sobre esse momento bastante particular de nossas vidas, justamente por conta da ida dele para um reality show. Na verdade, acabou sendo um período onde a concretização do distanciamento entre nós acabou por ressignificar a nossa relação, após sete anos juntos. Revisitar o homem que amo foi um presente não apenas pra mim como para o Brasil todo que pode conhecer melhor o ser humano maravilhoso e transparente que ele é. Não foi fácil lidar com a saudade. Foi reveladora. Revigorante pra mim, me abastecendo de um amor que sempre foi puro e forte apesar dos embates naturais de toda relação. Nosso filho sócio-afetivo, o Guy, sentiu bastante também assim como toda a família. Outra grande dificuldade foi assistir André sendo como sempre foi, um bom ouvinte, uma pessoa  sempre pronta pra ouvir o outro com empatia a fim de elevar o nível das relações humanas. Porém,  enxergar que nem todos ali estavam sendo recíprocos a essa qualidade gigantesca que ele possui. André é raro!

ANDRÉ: O que eu tenho a dizer sobre isso é que foi difícil, estávamos separados.

André ter participado de um reality deve ter gerado mil sentimentos, inseguranças e desejos. O que ficou dessa experiência? Algum arrependimento? ANDRÉ: Uma experiência humana inigualável. De todas as experiências profissionais que eu tive, é um momento único na vida de qualquer pessoa, principalmente de um participante de um reality. São momentos muito especiais de uma expansão, de sua personalidade, de sua pessoa, de sua vida, conectados a vários profissionais de várias áreas com uma geração de empregos enorme. Então, eu tenho muito orgulho de ter participado de um evento tão grande de como foi A Fazenda que gera tantos empregos e tanto entretenimento. E não tenho nenhum arrependimento em relação a minha passagem pela Fazenda, fui muito feliz.

E qual a maior lição de tudo isso? O que ficou de positivo? ANDRÉ: O que ficou de positivo foi o encontro com o público de várias gerações que assistem ao programa. E a lição que eu tiro dessa experiência, é manter a calma em todas as situações e ter muito amor pelas pessoas, e dar muito amor. Acho que é isso.

Dani, aqui fora você acompanhava e torcia. O que foi mais difícil de enfrentar? O que te surpreendeu? DANI: Independentemente do fato de que estávamos separados antes da ida dele para o programa, em um momento sensível para ambos da nossa relação, não deixaria jamais de torcer para ele ter uma trajetória vitoriosa independente do resultado ao longo do programa. 

Sabia o quanto seria importante pra ele essa experiência, assim como pra nossa história em diante. Foi como eu disse, confesso que não foi agradável assistir André sendo o bom ouvinte que sempre foi e é, amoroso, genuíno em sua personalidade, empático, um idealista nato que preza pelo diálogo entre as pessoas, não ter encontrado tanta reciprocidade em algumas relações e narrativas por ali. Mas essa é apenas a minha humilde opinião como expectadora. O que me surpreendeu foi o fato de que muitos ainda corroboram com atitudes que flertam com a agressividade. Com o contrassenso. Com monólogos rasos e ensurdecedores que norteiam e vendem para uma grande parte da população. Pra mim ele sim, foi um verdadeiro campeão.

Falando em reality, você participou do A Ponte: The Bridge Brasil. Valeu a pena? Como foi essa experiência para você? DANI: Foi uma aventura e tanto participar de A Ponte! Na verdade, foi um projeto diferente dos realities aos quais estamos mais acostumados. Foi uma experiência em formato de minissérie dividida em 12 capítulos. A série inclusive ganhou o Emmy Internacional nesse ano em NY!

Vocês já passaram por algumas emissoras e vários personagens. Como avaliam a trajetória até aqui?  DANI: Comecei ainda adolescente no teatro e no final da adolescência, já era contratada da TV Globo e assim fui por quase 30 anos da minha vida. Tenho uma gratidão profunda pela Globo pela oportunidade que tive em me tornar uma profissional, desde muito nova do ofício que escolhi bem cedo. Realizei muitos de meus sonhos profissionais ali, fiz amigos que se tornaram família, assim como relações profissionais pra toda uma vida. Continuo  com uma relação de amor e respeito pela empresa que me escolheu, acolheu e me viu crescer e onde encontrei o amor da minha vida… Sou gratidão eterna!

ANDRÉ: Trajetória muito vitoriosa, são 36 anos de profissão. Tenho muito orgulho dessa trajetória, de minha ligação com o teatro, com os autores brasileiros com os quais eu gosto de trabalhar. Eu e a Dani vamos fazer agora em 2024 um texto do Walcyr Carrasco. Tenho orgulho das peças que já produzi. Já produzi 5 espetáculos, e somente um autor não era brasileiro. Tenho orgulho de dirigir espetáculos, já estou dirigindo o meu segundo espetáculo. O primeiro foi dois anos atrás do André Ladeia – Ouro Branco. Agora, o Auto Piloto a Bordo – dirijo com o Marcos Afonso. Tenho orgulho dessa trajetória no teatro e na televisão, nem se fala. Espero poder continuar produzindo meus trabalhos e levando divertimento para as pessoas.

Como vocês encaram esse formato atual do fim dos contratos fixos e trabalhar por obra? DANI: Encarei com um misto de sentimentos por ter crescido dentro da TV Globo. Era apenas uma adolescente e me tornei mulher, mãe, uma escritora de minha própria história, trabalhando na empresa. Foi metade de uma vida construída em conjunto e sendo feliz com essa escolha de ambas as partes que me fez ser muito de quem sou hoje. Passei por todas as fases após o término do meu contrato fixo. Incertezas quanto ao futuro longe de onde era casa pra mim, assim como uma saudade do que talvez ainda não tivesse realizado ali. Fizeram sim parte desse processo. Entretanto, com o passar do tempo, entendi como um novo presente da vida. Pude colher e venho colhendo o que plantei por tantos anos em conjunto com a empresa que me ajudou a semear minha trajetória. Sou grata demais. Escrevemos juntos, grande parte de minha história. No teatro, sempre me apoiaram quando corria do estúdio pro palco e vice-versa. E foram anos, assim! Hoje, estamos juntos através do cinema! Em 7 de março estreia  Os Farofeiros 2  nos cinemas que é produzido também pela Globo Filmes, além da Camisa Listrada filmes. E a história continua…

ANDRÉ: Eu acho fantástico a questão da liberdade que o artista tem hoje, e trabalhar por obra. Desde 2016, eu venho fazendo trabalhos por obra. Fiquei um tempo, antes de ser contratado por longos anos da Globo, fazendo por obra. Hoje, o mercado está mais aberto, tem mais opções. Então, é importante você ter a liberdade de poder fazer tudo ao mesmo tempo. Você pode fazer teatro junto com televisão, você pode fazer um filme, sem precisar está chancelado de alguma forma nesse momento, por alguma empresa que contrate o seu trabalho. Então, acho saudável e importante, e acho que os contratos ainda existem – tem várias pessoas que continuam contratadas, é normal, acho importante.

O que vocês mais gostam de fazer quando não estão trabalhando, quais são as preferências de lazer do casal? DANI: Somos beeeem caseiros. Sempre fomos. Gostamos muito de cuidar do nosso jardim, das nossas flores, de ler, assistir filmes, séries…

ANDRÉ: Gostamos muito de ficar em casa, ver séries, de ir ao cinema, à praia, de passear. Gostamos de trocar idéias e dos momentos que temos em família, como almoço e jantar. Adoramos uma boa gastronomia.

Onde está a sintonia entre vocês? DANI: Acredito que nas escolhas do que há de mais simples na vida. Rimos muito juntos. De nós mesmos e não precisamos de nada externo pra isso! Temos interesses parecidos também e isso nos aproxima muito. O teatro é um deles. E, já, já, estaremos juntos no palco novamente!

ANDRÉ: Eu acho que a sintonia, primordialmente, está ligada a nossa profissão, ao nosso ofício – atores, atores de teatro, diretores, que somos. Eu gosto de escrever e a Dani, também. Então, temos essa ligação que nos une profundamente, que é a profissão, o ofício. E acho que também as nossas características como seres humanos nos aproximam muito – aquilo que gostamos, que admiramos, o que exaltamos.

Do drama à comédia. Isso definiria bem a relação perfeita de um casal? DANI: Somos à flor da pele. Ambos. Somos intensos em nossas convicções, em nossos sentimentos, em nossos quereres e, consequentemente, isso resvala em nossa relação afetiva. Por outro lado, a nossa criança ainda é muito presente e traz leveza e comicidade pra quando o bicho pega! Acho que o segredo, se é que existe, é esse. A vida não é linear e, tudo bem, vivenciarmos as curvas. Os pontos altos e baixos. Um gráfico linear num cardiograma não é bom sinal… O nosso gráfico é único. Estamos abertos a escrevê-lo diferente se preciso for todos os dias, porque nos escolhemos diariamente. E isso, sim, é vital!

ANDRÉ: Vai de casal a casal, a nossa definição como casal é o divertimento – tá mais ligado à risada, a gargalhada. Estamos mais ancorados pela comédia, em ver a vida com um olhar gracioso, divertido. Olhar do sorriso largo, que aceita a vida – como casal, damos nossas risadas juntos.

Planos daqui pra frente… DANI: Em fevereiro, começo a rodar o novo longa do meu mestre amado Miguel Falabella chamado Querido mundo, baseado no sucesso teatral dele e de Maria Carmem Barbosa. Estou apaixonada por minha personagem e ainda terei meu filho Noah, estreando seu primeiro longa metragem comigo! Em Março, estreia Os farofeiros 2 nos cinemas e eu e André estamos lendo um texto maravilhoso do genial Walcyr Carrasco pro teatro, juntos. Em breve, teremos novidades! Aguardem!!!!

Fotos Juliana Coutinho

Styling Samantha Szczerb

Beleza Vivi Gonzo

Agradecimentos Nayane, Gutê, Powerlook, Raffer, Breda Uomo, Algobão