CAPA: IGNÁCIO LUZ LEVA A MÚSICA SERTANEJA PARA “TERRA E PAIXÃO”

Quem assiste à novela Terra e Paixão certamente já se ligou quem é nosso homem da capa, o cantor o cantor sertanejo Fernando Galego, conhecido como Nando. Personagem de estreia na TV do ator e músico Ignácio Luz. O personagem sonha se tornar um artista famoso e trabalha como garçom e cantor no bar da trama de Walcyr Carrasco. Não por acaso Ignácio tem grande relação com o universo sertanejo, é compositor e inclusive tem 7 composições dele na trilha sonora da novela, trabalho que vem fazendo junto com o de ator. Além disso, ele cresceu em propriedades rurais, o que o ajudou muito na composição do personagem. E essa sua veia rural o fez investir no agronegócio, Ignácio tem uma grande criação de pôneis. A MENSCH bateu um papo com esse gaúcho bom de viola para conhecer um pouco da sua trajetória até aqui e do que vem por aí.

Ignácio, como é para você estrear na TV é já numa novela no horário nobre? Como surgiu o convite? Já estreei nas telinhas em uma novela das 9, na Rede Globo, e tendo muita coisa minha para mostrar. Eu como ator, cantor e compositor. É um privilégio, uma honra. Realmente para poucos. Me sinto muito honrado de estar fazendo parte disso. E o convite surgiu através do produtor de elenco Fábio Zambroni e de um dos diretores Emer Lavinni, que já conheciam meu trabalho, através dos musicais, e me convidaram para fazer o teste. Fiz o teste e tudo aconteceu.

Você é um cantor de atua, ou um ator que canta? Como essas duas vertentes se misturam na sua trajetória? Essa pergunta realmente me fazem muito. Eu fui convidado para um especial de 70 anos do Fábio Júnior no programa do Mion. Ele falou sobre isso. Nós conversamos sobre isso. De ser “rotulado”. Você é cantor, é ator. O que tu queres ser? Eu tenho vontade de fazer tudo. O Fábio Júnior, o Almir Sater, por exemplo, eles viraram as minhas referências, porque eles fazem tudo bem. Eles são artistas. Claro, que eu canto, faço show, é uma coisa que eu já tenho uma experiência. Já fazer novela, é a minha primeira. Então eu estou aprendendo a fazer novela. Entendendo como funciona o audiovisual. Que é bem diferente de fazer teatro, uma outra pegada. Estou aprendendo e estou amando. Fui mordido pelo bicho da atuação em novelas. Quero muito fazer um filme, fazer uma série. Tenho muita vontade de verdade. Eu estou gostando muito dessa fase também. Eu tenho projetos e lançamentos como cantor, mas estou extremamente aberto para possibilidades na área da atuação também.

Vindo do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro para trabalhar como ator te fez abrir mão de quê? Quais os desafios neste início? Todo mundo que sai do seu estado e vai para outro, uma outra região…eu vim sozinho, em 2017, não conhecia ninguém. Eu vim pelo canto sertanejo. Tinha uma fonoaudióloga especializada em canto, com alguns contatos, e eu tinha conversado com ela. Vendi meu carro e vim. Fazia faculdade, tinha 22 anos. Meus pais super me apoiaram. Eles sabiam que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Vim pro Rio de Janeiro, comecei a fazer aulas de canto, rapidamente fui para musicais. E as coisas foram acontecendo. O que eu abri mão é a zona de conforto de estar em casa. Eu moro numa fazenda no Rio Grande do Sul. Eu crio cavalos, pôneis brasileiros, uma raça de cavalo. E abri mão disso, desse lado de empresário. Fico sempre indo e vindo. Mas meu foco hoje é a novela. Nem tem como não ser. A gente grava todos os dias. Abri mão de família, de amigos, do conforto do lar, da segurança do lar, da estabilidade, para um “tentar”. A gente está aqui no Rio para tentar atingir o sucesso, tentar consolidar a carreira. É tudo tentativa e muito trabalho e dedicação. Foi isso que eu deixei. Meus cachorros. É muita coisa. O dia a dia na nossa família, na nossa casa, que eu nasci, por exemplo. A gente fica um pouco inseguro no início, mas estou amando. Estou morando no meu apartamento, já criei a minha rotina, o meu dia a dia aqui…Eu estou amando morar no Rio.

A novela Terra e Paixão fala muito de agronegócios e você é também um cara dessa área. Como começou sua criação de pôneis? Sim. Eu sou bastante do agro. A minha família cria cavalos, parte da minha família planta soja e arroz. Então eu sou bem envolvido nessa área. A minha criação de pôneis começou na adolescência. Começou de brincadeira. Ganhei um casal de pôneis. E comecei a criar na brincadeira e depois virou um grande negócio. Eu consegui, através das redes sociais, expandir meu negócio a nível Brasil. Eu vendo pro Brasil todo. Tenho bastante seguidores. A minha criação é bem conhecida. Hoje é um negócio, mas começou como hobby, pela paixão que eu tenho pelos cavalos.

E falando na novela, como é interpretar um garçom cantor na boate Naitedei? Deve ser pura diversão… (risos) Várias risadas que a gente dá na novela não é atuação. É verdade. É tão divertido gravar com o pessoal. O nosso bar é cômico. É a parte leve e cômica da novela. É claro que tem uma responsabilidade muito grande, mas a gente se diverte muito. É meu primeiro trabalho, já como cantor. Isso me ajuda muito, mostrar os meus “talentos”. Então eu fiquei muito honrado por fazer esse personagem. O Nando Galego serve o bar no aspecto que precisar. O que mandarem ele fazer, ele faz. Arrumar o salão, servir mesa, cantar no bar…, ele é “pau para toda obra”.

Sabemos que você tem cinco músicas na trilha sonora da novela. Ou seja, você está no lugar certo e na hora certa como ator e cantor. Como tem sido isso pra você? Na verdade, são 7 músicas autorais na trilha da novela. Por enquanto, porque tem algumas no forno ainda. Não foi uma coisa premeditada. A Globo não me contratou como compositor. Inclusive eu me reuni com os produtores musicais da novela. O Reno Duarte e o Pedro Guedes, para começar a gravar as músicas cover, músicas já conhecidas. Nos intervalos a gente começou a compor,  e fluiu muito esse trio. E a gente começou a propor para a direção e eles adoraram. Acharam maravilhosas. Não foi uma coisa já encomendada. Não foi uma coisa que antes de eu começar a gravar sabia que teria que compor. Foi uma coisa que aconteceu. E adoro quando as coisas acontecem assim. Quando surge pelo acaso, pelas consequências do trabalho. Coisas a mais do que estão escritas e programadas.

A música sertaneja sempre fez parte da sua vida? Alguma referência? E de onde vem inspiração? A música sertaneja sempre fez parte da minha vida. Eu moro numa fazenda e vivo essa vida rural. Meu pai é juiz de competições de cavalos. Então desde pequeno, convivi nessas feiras agropecuárias. Todos os finais de semana a gente estava em algum lugar pelos cavalos. E nesses lugares toca muita música nativista, sertaneja e gaúcha. Então desde pequeno essa foi a minha influência. Eu gosto muito principalmente porque eu me conecto com a música, porque fala do campo, da vida rural. É uma coisa que eu me identifico, que eu gosto e é a minha verdade. Eu sempre gostei. Eu tenho essa pegada mais romântica. Eu gosto de ser um cantor romântico. Eu gosto de letras que falem do campo, da vida rural. É o que eu me identifico.

E quando a música surgiu na sua vida? A música surgiu na minha vida, porque o meu pai além de ser veterinário é cantor. Ele canta música nativista, música gaúcha. Por hobby, mas ele canta muito bem. Toca muito bem violão, vários instrumentos. Dentro de casa tive essa influência. Os amigos do meu pai sempre foram músicos. Pessoas muito conhecidas e famosas das músicas gaúchas, lá no Rio Grande do Sul. Eu sempre tive muita musicalidade na minha casa. E graças a Deus, ele me deu aptidão para isso. Eu só aproveitei o que a genética me deu.

Você é um cara vaidoso? Até que ponto? Do que não abre mão? Eu sou vaidoso. Gosto de me cuidar. Tenho me cuidado mais agora. Por exemplo, a pele do rosto… Passar produtos como protetor solar, hidratante. Eu confesso que não era tanto. Agora com a novela a gente tem que cuidar. Eu nunca fiz nenhum procedimento estético. Não tenho nada contra, mas acho que não preciso. Tenho umas ruguinhas. Quando eu dou umas risadas. Várias pessoas me falaram isso. Quem é do meio dermatológico. Sabe que eu até gosto! (risos) Eu acho bonito, dá uma vivência (risos). Por enquanto não tenho vontade de fazer procedimentos estéticos, mas eu cuido muito. Possa hidratante, limpo o rosto, passo protetor solar. Tem uns produtos, tipo retinol, que passo no rosto. Pra cuidar realmente. Agora a gente está na televisão. Pra ficar com a pele boa. Eu fui a uma dermatologista e ela me passou esse “cuidado”. Cremes para passar no rosto.

Do que eu não abro não? Sinceramente? Pela vaidade… Tem que tirar a barba para fazer uma novela… Faz cinco anos que eu não tiro a barba. Nem sei mais como sou sem barba, mas é porque a barba me ajudou a fazer alguns trabalhos. E modéstia a parte eu acho que tenho uma barba bonita. Mas se tiver que tirar, eu tiro. Por exemplo, cabelo… Tem que raspar o cabelo, adoraria ter que pintar o cabelo de azul pra fazer um personagem. Até é bom fazer um personagem diferente do que a gente é. É legal ter esse clique, de mudar totalmente para fazer um papel. Eu vou adorar esse desafio se um dia tiver.

Nas horas vagas, o que curte? Nas horas vagas, se eu tenho um dia de folga, no Rio eu vou pra praia, vou passear com o cachorro que mora comigo, o Tupã, encontro os amigos… Se eu tenho 2, 3 dias de folga, que agora faz tempo que isso não acontece, eu vou pra fazenda. Eu sempre estou fazendo alguma coisa na questão profissional. Eu sou muito workaholic. Eu não consigo parar de fazer negócios. Então sempre me envolvo com alguma coisa nessa parte, principalmente lá na fazenda. Quando eu vou pra lá é sempre muito bom, tem que estar presente, perto dos negócios. Eu gosto do que eu faço. Não é pelo dinheiro. É porque eu realmente amo. E Graças a Deus o dinheiro é uma consequência.

Quais os planos para depois da novela? Eu tenho show montado, banda montada, para sair por esse Brasil enorme pra cantar, mas eu estou aberto realmente para novos convites, novos testes para atuação. Gostaria muito de fazer uma série, outra novela. Adorei o clima, adorei muito! Muito mesmo… Eu me encontrei. Eu entro no Projac eu falo: Eu quero trabalhar aqui pra sempre. Estúdios Globo! Não é mais Projac… (risos).

Fotos Jorge Bispo