CAPA: NOS TEMPOS DE GABRIEL FUENTES

Gabriel Fuentes está em seu segundo trabalho no TV, mas já está dando o que falar com o galanteador Bernardinho em “Nos Tempos do Imperador”. Perseverante e determinado, largou sua pequena cidade no interior de Minas Gerais e se jogou no Rio de Janeiro em busca de seu espaço. Enquanto isso, se virava como podia para se manter. Vegetariano, adora meditação, yoga e ukulele, Gabriel tem apenas 26 anos mas muita história para contar. E nós fomos lá conhecer um pouco dessa história de sucesso desse mineirinho sangue bom.

Pelo jeito você está se divertindo com o Bernardinho em “Nos Tempos do Imperador” heim? Como está sendo a experiência? Maravilhosa!! Acho que tem sido tão boa que o público se diverte, e percebe que estamos felizes e nos divertindo também. Está sendo uma experiência incrível e única. Até então, só tinha atuado na TV em “Malhação – Vidas Brasileiras”, que é uma novela contemporânea, e o Bernardinho tem todo um trabalho de composição do ator, que eu tive que pesquisar e estudar pra chegar nesse lugar que vocês estão assistindo no vídeo.

Como surgiu o convite e como foi sua preparação para o personagem? Olha, eu fiz um teste ainda quando gravava “Malhação”, acredita? Quando a pandemia começou, eu já ia começar os workshops e gravações, mas acabamos esperando por quase dois anos. Mas, apesar da ansiedade da espera, acredito que veio na hora certa.

Um belo galanteador e bom vivant nos tempos do Imperador. Isso não deixa de ser um belo desafio não é? O que tem aprendido com o Bernardinho? Por incrível que pareça, os atores do meu núcleo e meus amigos mais próximos tem falado que tenho ficado mais extrovertido depois dele! Acho que com uma família daquela não tem como não ficar… (risos)

Em comum com você seria a força, a determinação e a coragem? Pelo que já sabemos da sua trajetória até aqui tem muito disso não é? Sim, eu sempre digo que defendo o Bernardinho e que dentro do contexto histórico ele só quer estar perto da realeza, do dinheiro… “Se dar bem na vida” a qualquer custo. Mas o que tem a ver comigo é, sim, a determinação e a coragem de correr atrás dos meus sonhos, traçar metas… Sou muito determinado, sim. 

Assim como Bernardinho você é muito galanteador? O Bernardinho tem um grande trabalho de composição por trás. Desde o olhar, o gestual, a forma de andar, e esse lado também. Por exemplo: eu, Gabriel, não sou nada assim na minha vida. Sei ser galanteador quando eu quero, mas na vida não sou. Já o Bernardinho é o tempo inteiro. Fico feliz em ver que as pessoas estão acreditando. É sinal que está crível.

Soubemos que seu início foi de muita ralação e até chegou a vender sanduíche para se sustentar. Sim, é verdade. Vendi sanduíches, trabalhei em restaurante, em lobby de teatro, fiz tudo que é trabalho pra conseguir me manter no Rio de Janeiro e realizar meu sonho. Venho de Pedro Leopoldo, uma cidade pequena em Minas Gerais. Mas, como digo, não gosto de me fazer de vítima. Gosto de usar minha história sempre para estimular e inspirar pessoas. 

Algum perrengue ou situação complicada que hoje você tiraria de letra? Ah, muitas. Com a maturidade vem toda uma bagagem, né? Acho que tem muita coisa que o Gabriel de antes ouviu, que hoje não ouviria, não. (risos) Tenho 26 anos, mas tenho a sorte de ter tido muita experiência de vida, além, claro, de valores e caráter que minha mãe me ensinou de casa mesmo. Hoje sei me impor mais, dizer o que eu quero e gosto ou não, por exemplo.

Você parece ser um cara determinado e sempre disposto a evoluir pelo autoconhecimento. É isso mesmo? Na prática, como funciona isso para você? Exatamente. Sempre fui assim, um cara muito espiritual. Mas, claro, que isso se aflorou bastante nesse tempo em casa na pandemia e procurei estudar e ler mais sobre isso. O autoconhecimento também é cuidar do corpo e da mente, do seu bem estar sempre. Porque com tudo equilibrado, a vida flui.

E esse jeito de pau pra toda obra te levou a se aventurar na cozinha com o “Na Cozinha com Fuentes”. Sempre curtiu cozinhar? O que mais curte fazer na cozinha? Sempre curti cozinhar e quando estava trabalhando no Rio antes de ser ator, também trabalhei em restaurante. Minha mãe cozinha muito bem também. Gosto de cozinhar para os outros também, deixar o prato bonito. Vejo como uma outra arte, inclusive.

Como surgiu o “Na Cozinha Com Fuentes”? Como disse acima, há muito tempo sou apaixonado por cozinha e sempre venho carregando isso comigo, principalmente depois que comecei a ser conhecido pelo meu trabalho. Depois que fiz “Malhação – Vidas Brasileiras” e muitos trabalhos publicitários, fui trocando com o Fê (Felipe Carauta), meu empresário, e a gente foi desenvolvendo, desenhando e arquitetando, digamos assim, porque foram muitas trocas na nossa viagem a Nova York a trabalho e a partir dali a gente foi tentando colocar isso em prática… A gente sentiu um pedido genuíno das pessoas que me acompanham também, pedindo as receitas. Até que na pandemia ele me deu uma grande ajuda. Ele disse: “Você tá em Minas. Aproveita que tá aí, bota esse projeto em prática e vamos juntos” e foi assim que foi nascendo e a cada vez mais ele vai tomando uma forma tão grande e surpreendente… Inclusive estamos com um grande projeto aí que tenho certeza que as pessoa que curtem meu trabalho, curtem o “Na Cozinha” vão ficar super felizes e surpresos com isso, pois é algo que tem muito a ver, faz muito sentido com isso que eu venho buscando, essa filosofia de vida, meu lifestyle, natureza, conexão, espiritualidade então tá tudo muito bem ligado e só aguardem que vem muitas coisas por aí.

E como o vegetarianismo surgiu na sua vida? Sobre o vegetarianismo, já não como carne vermelha há 10 anos. Comecei tirando a carne por conta de uma promessa que fiz para minha avó que estava com uma doença, e graças a Deus ela se curou, então tirei a carne de porco. Como eu venho de uma família com uma cultura muito carnívora, eu fui entendendo, pesquisando, me aprofundando e fui parando naturalmente. Assim já são 10 anos que não como nenhuma carne vermelha e há um ano que não como nenhuma carne branca. É uma filosofia que sou completamente consciente. Não só pelos animais, mas também pelo planeta. E quanto mais a gente se aprofunda nessa filosofia, mais entende o impacto que isso faz, não somente na minha vida, no meu organismo, mas no planeta em si, ao todo.

Bem engajado nas redes sociais, como separa o que é público do que é privado? Eu separo muito bem e levo na boa. Uso minhas redes sociais principalmente para inspirar as pessoas que me seguem, e elas curtem isso. Eu procuro mostrar que o importante é se sentir bem, se autoconhecer, estar bem consigo mesmo, independente como for. Mas sou um cara discreto e não sou muito de me expor. Pretendo continuar assim. (risos)

Treino e praia estão sempre nas suas horas livres? Como faz para manter o corpo em dia? Olha, recentemente eu tenho gravado se segunda a sábado, então estou recorrendo mais à academia. Não malho só para ter um corpo bonito. Malho porque gosto, me faz me sentir bem, me sentir vivo. Mas quando tenho folga, não tenho uma regra. Vou numa cachoeira, ando de bike, skate, e agora estou surfando também…

Como você descobriu a meditação? Eu descobri a meditação no momento que eu estava mais vulnerável. Eu estava com COVID, com o emocional abalado pois tinha acabado meu relacionamento, com minha ex-namorada, e foi um momento muito difícil pra mim, mas ao mesmo tempo muito libertador. Acredito que foi nesse momento que eu despertei e me conectei comigo mesmo. Assim eu percebi que nós temos todas as respostas dentro da gente e também as melhores ferramentas conosco, como a nossa respiração. A gente tá o tempo todo usando ela e as vezes esquecemos de abraçá-la ou de simplesmente respirar para acalmar. A meditação me trouxe muito para esse lugar de consciência, de estar presente. Ela me trouxe para o meu melhor estado de presença e conhecimento.

Você faz yoga também? Sim! Faço! Não sou completamente praticante, mas no mínimo uma vez por semana estou fazendo. Me ajuda muito a me conectar com meu corpo, meu espírito e minha alma. 

E a mente, como se “alimenta”? O que curte pra ler, ver e ouvir? Tenho lido bastante sobre espiritualidade. Em casa gosto de ouvir mantras, e gosto de ouvir meditações. Procuro sempre ler livros que amigos me indicam também.

Falando em música… Essa paixão pelo ukulele é uma terapia quando não está gravando? E o canto? Exato. Eu sou apaixonado pelo ukulele, preciso confessar. Há um bom tempo eu admiro. Acho incrível o som que ele emite e transmite. Também amo reggae e isso contribui muito para essa paixão, o que é engraçado porque todo dia quando chego do trabalho, depois que tomo banho e medito, sento na sala, pego ele e toco um pouco. É um exercício né, então a prática tem que ser diária. Às vezes eu pego uma música que não tem nada a ver com ritmo de reggae e transformo em reggae e fica incrível. É muito legal! Sobre o canto, vou começar a fazer aula porque sempre gostei muito de cantar, e eu me propus a fazer tudo que eu sempre tive vontade esse ano. Falo que a vida é muito curta para a gente perder tempo com coisas tão fúteis e banais. Eu acredito que o canto vai me ajudar muito, principalmente eu como artista, procuro sempre me aprimorar cada vez mais, como a aula de canto, aprendiz de ukulele, e por aí vai… eterno aprendiz.

Quem é Gabriel Fuentes hoje? E o que pode ser amanhã? O Gabriel de hoje é um cara menos ansioso, mais tranquilo, em paz, com a certeza que as coisas vem e vão dar certo. Um Gabriel seguro nas suas convicções e seus ideias. Como busco sempre melhorar e o meu autoconhecimento, como você disse, espero que o de amanhã seja mais sábio e tenha conquistado também personagens totalmente diferentes de rótulos. 

Algum plano ainda para este ano depois da novela? Ainda estou totalmente focado no Bernardinho e gravando todos os dias da semana. Não tenho nada confirmado, mas posso dizer que estamos checando datas para ver de batem com alguns projetos do meu interesse.

Fotos Guto Costa

Styling Samantha Szczarb

Beleza Vivi Gonzo

Agenciamento e assessoria Felipe Carauta

Agradecimentos The Paradise, Eduardo Guinle