Encantadora, Pâmela Tomé nos conquista de cara. Isso desde sua primeira aparição da TV, em “Malhação” em 2015, Pamela não passa despercebida por onde quer que vá. Nem mesmo no Japão, onde morou por dois meses na época em que trabalhava como modelo, isso aos 15 anos. Nascida em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, Pamela ganhou o mundo como modelo. Trabalhou em diversos países, como Espanha, Chile, Istambul. E ficou mais de dois anos fixada na Europa, fazendo campanhas para grandes marcas locais e internacionais. Na TV, estreou, em 2016, participou de “Sol Nascente”, e em 2018, ela encantou o público como a doce Jane, em “Orgulho e Paixão”. Como adora um desafio, no mesmo ano, esteve no elenco do “Dança dos Famosos”, competição do Domingão do Faustão. Agora em 2021, participou de “Gênesis”, na Record, como Libá. Personagem forte e de destaque da trama. Pâmela tem o desejo de escrever um livro de poesias e está trabalhando nesse projeto. E deseja conciliar ainda mais a carreira de modelo com a de atriz. E nós aqui da MENSCH super aprovamos. Enquanto isso, vamos a um papo com a gata, pois além de bela, ela é fera na hora de uma conversa.
Você começou a trabalhar com 12 anos como modelo. Acredita que amadureceu mais rápido do que as suas amigas, já que tinha que lidar com essa responsabilidade? Eu acho que cada um tem o seu processo, sabe? Mas, com certeza o fato de eu ter amadurecido rápido foi por eu já ter responsabilidades desde muito nova. Eu queria ajudar em casa, queria ter meu dinheiro e queria ir atrás dos meus sonhos. Eu sentia que tinha que ir mais longe, sabe? Fora da minha cidade. Graças a Deus minha mãe me ensinou muita coisa desde muito nova, como cozinhar, limpar a casa, se virar enquanto ela estava trabalhando. Mesmo sabendo me virar nesse sentindo, o fato de estar sozinha, em outras cidades, em países tão distantes como o Japão por exemplo, fez com que eu me deparasse com outros problemas de gente grande. A vida de modelo também traz muitos perrengues para quem enfrenta isso tudo sozinha. Você tem que aprender na marra. Ou aprende ou aprende, não tem muitas opções. Eu sempre fui metida a aprender e muito dedicada, sabe? Então, o que eu não sabia, eu dava um jeito de aprender! (risos) Sou grata aos meus caminhos, meus aprendizados e minha evolução. A vida na prática te ensina muito! Os momentos difíceis também te ensinam muito.
Aos 15, você estava trabalhando no Japão como modelo. Foi difícil viver lá? Tem alguma história marcante? Eu queria muito conhecer o Japão e trabalhar lá. O mercado para jovens modelos é muito bom em Tóquio. Minha agência era incrível. Eles me levavam para os castings e tentavam ao máximo cuidar das modelos. Mas o volume de testes por dia era muito grande. Cheguei a fazer 19 castings em um único dia. Mas como eu era muito nova, quando cheguei lá me deparei com a distância e a solidão, né? Isso foi muito difícil naquela época. A saudade da minha mãe e a comunicação que era muito restrita. Naquela época não tinha Instagram e nem tantos meios de comunicação. Usava Skype no final do dia e quando tinha condições pagava uma ligação. Depois que eu descobri o quanto a cidade era incrível, a quantidade de lugares e a cultura diferente que eu tinha para conhecer, eu aproveitei para turistar nas horas vagas e consegui me conectar com o lugar. Resumindo, quando eu tive que voltar para o Brasil, eu queria ficar mais (risos)
Eu tive algumas histórias lá. Daria para escrever um livro (risos). Além de ter presenciado um casamento em um dos templos, num dia que eu sai para conhecer mais a cidade e fiquei encantada com aquela “cerimônia” completamente diferente da nossa cultura, eu tenho uma outra história que eu considero muito bonita apesar dos perigos. Teve um dia que eu estava indo para um trabalho e eu me perdi. Não sabia falar inglês muito bem, sabia apenas o que tinha decorado para me virar e o que o Google tradutor me ajudava quando eu tinha conexão no hotel. Nesse dia eu fiquei completamente perdida e pedi ajuda para a primeira pessoa que vi passando naquele momento. Um moço que foi extremamente gentil e respeitoso comigo. Como não conseguia me comunicar, liguei para o pessoal da agência e basicamente falei “I’m lost” e taquei o telefone para o rapaz me ajudar. A agência explicou para onde eu estava indo e esse rapaz me pegou pela mão e me levou até o lugar onde tinha que ir. Eu nunca mais vou esquecer isso. Ficou marcado. Você ver pessoas assim, tão educadas que param o dia para ajudar alguém, é incrível. Ele desviou o caminho dele para me ajudar. Sou grata até hoje!
Você já viveu em outros países. Pensa em morar fora do Brasil? Penso sim! Na verdade, eu tenho muita saudade de morar fora. Eu sempre tive essa coisa de estar em movimento e buscar o novo. Isso é uma coisa que está nos meus planos.
A atuação sempre foi um desejo ou aconteceu de forma natural? A atuação foi algo que aconteceu naturalmente na minha vida. O meu maior sonho quando era pequena, era trabalhar como modelo. Desde pequena eu não tinha vergonha, eu vivia dançando na frente da televisão, imitando as poses das revistas, minha mãe conta cada uma… (risos) Depois que comecei a trabalhar como modelo, eu comecei a fazer muitos trabalhos de vídeo. Fazia muitos comerciais de tv, para marcas de roupas, empresas de telefone, maquiagens, enfim, muitos seguimentos. Fora do país eu também fazia. Sempre me enviavam para os testes de vídeos e eu amava. Não tinha vergonha, era exibida (risos). Depois comecei a fazer alguns comerciais com falas e comecei a me encantar mais e mais… Eu sempre tive curiosidade na profissão do ator, mas eu achava que eu era muito nova e queria conhecer o mundo. Achava que dava tempo de aproveitar as oportunidades que a carreira de modelo me dava e que depois eu poderia estudar e ir atrás disso. Os diretores que começaram a trabalhar comigo me incentivavam a estudar televisão e cinema. Falavam que eu tinha jeito. Quando eu assisti uma aula de um preparador de TV e cinema em São Paulo, eu me encantei com aquela aula. Decidi então estudar, mas o destino foi mais rápido que eu. Duas semanas depois apareceu o teste de Malhação. Era pra ser!!
Você tem o desejo de seguir conciliando o trabalho como modelo e atriz? Sim! Sempre! Eu sou modelo e atriz! Eu acho que uma coisa não interfere na outra. São profissões completamente diferentes. Eu tenho em mim isso. Me sinto as duas coisas. Meu amor pela minha carreira de modelo e por fotografia é enorme. Foi trabalhando como modelo que cheguei até aqui. E meu amor pela arte e pela profissão do ator também é enorme. Preciso dar vida à personagens. Me sinto completa. Eu acho que todo mundo pode ser o que quiser ser e ter quantos dons e talentos Deus deu. (risos) Porque não conciliar as duas coisas, né? Acho que no Brasil isso é novo! Em outros países isso é completamente normal. Pretendo seguir assim, trabalhando com o que eu amo.
Você fez “Gênesis” agora com uma personagem marcante. Como foi participar dessa novela? Foi incrível! Uma experiência muito linda. Liba foi uma personagem de muita importância na minha carreira como atriz. Eu estava com muitas saudades de me entregar para um personagem e sou muito grata por essa oportunidade. Foi bom conhecer novos lugares, novos diretores e fazer minha primeira novela bíblica. A novela “Genesis” é uma superprodução da Record e o público embarcou na nossa história.
Qual é o seu maior sonho? Continuar trabalhando com o que eu amo e poder dar uma vida mais estável para mim e para a minha mãezinha.
O que tira você do sério? O que me tira do sério é a falta de respeito! Assédio que nós mulheres sofremos na rua. Isso sempre me tirou do sério! Fico indignada!
A falta de consideração, inveja e falta de lealdade também.
Você está solteira? Tem sonho de casar? Eu estou solteira. Tenho o sonho de me casar sim. Sempre tive! De construir minha família e ter um casamento bem lindo.
Você se considera uma mulher feminista? Sim! Me considero! Eu sou uma mulher independente que foi criada por uma mulher completamente independente. Tanto eu quanto as mulheres que me rodeiam, sentem na pele tremendas injustiças, falta de crença e dúvidas apenas por serem mulheres! Está em mim essa luta diária. Eu acho que tenho passado por muitas transformações, diariamente. Graças a Deus! (risos) Mas em todas elas eu tenho me deparado com a certeza de que nós, mulheres, merecemos mais e temos que estar atentas. Ao meu ver, a sociedade ainda está longe de estar pronta para ver mulheres independentes, donas de seus narizes, sendo, vestido e falando o que as deixa felizes. Por mais que exista uma compreensão, somos muito julgadas, comparadas, oprimidas e temos que nos libertar todos os dias das “amarras” do que esperam da gente. Quero mais!
Como tem sido os dias na pandemia para você? Antes de qualquer coisa eu acho injusto reclamar do momento que estamos vivendo se temos uma casa, o que comer e estamos com saúde, né? Não vou te dizer que também não estou cansada, claro que sim, mas acho que comparando com essa tristeza que estamos vivendo e vendo todos os dias, não podemos deixar o cansaço tomar conta, né? Eu sigo trabalhando de casa, criando coisas novas, escrevendo minhas poesias, dançando, treinando, assistindo série, pegando sol na varanda, estudando e rezando por dias melhores! Vejo esse momento como um dos piores que nosso país já enfrentou. Sem dúvidas! Temos que ter força e ocupar a mente porque acho que um dos grandes perigos de tudo isso que estamos passando, é a saúde mental.
Falando de futuro… Qual papel você gostaria de interpretar em seu próximo trabalho? Eu gostaria muito de fazer uma vilã ou uma moça bem terrível (risos) Aquela moça apimentada e cheia de personalidade! Comecei com a Alina e fiquei com gostinho de quero mais (risos).
Fotos Rodrigo Marques (@rodrigomarquesphoto)
Styling Olivas (@olivas.sp)
Beleza Edu Hyde (@eduhyde)