A trajetória da bela Sol Cortegiano como atriz começou desde cedo. Aos 16 anos já começava a participar de projetos no audiovisual. E quando falamos em audiovisual, nos referimos a tudo que envolve esse universo. Da produção à direção e atuação, Sol foi ganhando expertise ao longo dos anos e hoje colhe os frutos de tanta dedicação e talento. Nascida em Barcelona, Sol, graças à influência familiar, sempre conviveu com arte de todas as formas. Atualmente interpretando a personagem Deborá na série Reis, Sol segue com seu canal no YouTube criando novas conexões com seu público e com ela mesma. “Fama” não é algo que brilha meus olhos, mas atuar e dar vida a essas personagens… isso sim”, comenta ela ao longo dessa entrevista para a MENSCH.
Sol, soubemos que você iniciou sua carreira como atriz aos 16 anos. Como despertou para isso e quando percebeu que era isso que você queria para a vida profissional? Eu sempre gostei de viajar para o mundo da imaginação. Quando a vida real ficava meio pesada ou difícil de entender eu gostava de acessar esse universo das histórias e criar as minhas próprias também. Escrevendo, eu comecei a me imaginar no lugar das personagens e comecei a entender que, se fosse atriz, acessaria esse lado imaginário na prática, poderia ter a sensação de viver a vida de outras pessoas de uma maneira saudável e divertida. A partir dessa percepção eu me envolvi em tudo artístico que pude, desde aulas extra curriculares até o meu próprio estudo pessoal. Eu amo conhecer minhas personagens e entender as semelhanças e diferenças que temos.
Sol, você interpreta, produz, roteiriza e dirige, além de ser hábil na formatação dos próprios projetos. Como tudo isso foi surgindo? O que veio primeiro? Acredito que eu sempre tive uma certa habilidade no se vira nos 30 e, por isso, a vida do set sempre me pareceu mais tranquila do que os ambientes profissionais mais tradicionais. Eu fui sendo conquistada lentamente pelos filmes e séries e acabei me ensinando inglês, sem querer, nesse processo. A partir daí me apaixonei pelo cinema e audiovisual, só queria ver e falar sobre filmes, séries e clipes. Veio tudo meio misturado, mas, em algum momento eu entendi: Era atuação que eu sentia que estava cumprindo meu propósito e me sentia mais em casa.
Você nasceu em Barcelona e ainda criança veio morar no Brasil. Alguma influência espanhola que você carrega pra vida? Meus pais são apaixonados por Barcelona até hoje e depois de mais velha, entendi muito bem o fascínio. Eles são muito ligados à arte então lembro de desde pequena escutar sobre a rua em que eu nasci e a arquitetura que forma as paisagens da cidade. Além disso, pintores como o Pablo Picasso e no cinema, claro, Almodóvar. Quando visitei, quase 20 anos depois, cheguei a recriar uma foto da minha mãe, tirada no ano do meu nascimento.
Como é sua relação (mesmo que emotiva) com a Espanha hoje em dia? Voltou muitas vezes para lá? Infelizmente eu visitei uma vez só depois de vir pra cá, mas pretendo me reconectar com essas raízes no futuro. Tenho uma conexão muito especial com o espanhol por causa da minha origem.
Num certo período da sua vida você fez um intercâmbio para os EUA onde estudou interpretação. Como foi essa experiência? Foi um sonho realizado. Tenho três pessoas que conheci que considero família até hoje. Nem acreditei quando aconteceu, tinha tanta coisa contra… além do dinheiro, né? Que não dava. Lembro que a minha mãe foi quem me ajudou a fazer acontecer. Ela fez tudo e mais pra esquematizar o impossível de acontecer e adivinha? Acertamos em cheio. Admiro muito isso na minha mãe, ela olha pra um desafio e bola os planos mais elaborados pra tornar sonhos em realidade. A minha ida foi muito especial pra eu me descobrir como cantora e pra experimentar em sets. Além disso, foi muito importante pra me concertar com outros artistas, lembro que a energia entre todos era criar e isso me motivou a continuar na área, apesar das dificuldades que ela propõe.
Falando nisso, atualmente você está vivendo a destemida Deborá na emocionante série “Reis”, produzida pela Record TV. Como está sendo a experiência? É tão bacana ver essa moça (Deborá) ganhando novas camadas a cada temporada. Ela entrou de fininho na nona causando uns problemas e foi se revelando uma sobrevivente! É tão habilidosa que consegue chegar até perto dos mais poderosos. É não só um prazer, mas também um desafio delicioso. Ela é tão confiante, cheia de energia e segura de si… É muito enriquecedor chegar num set novo e já ter que colocar tudo na mesa com autoridade, ela pede muito isso de mim.
E como tem sido produzir para o Youtube com o podcast SINCERA(MENTE)? O Sinceramente é o meu bebê (risos). É o meu momento da semana de refletir sobre mim mesma e sobre o mundo a nossa volta. Acredito que a gente tem que se atualizar sempre, se educar o máximo possível e faz um bem danado pra minha saúde mental também. Minha intenção é incentivar principalmente mulheres, do seu poder de decisão e também de hábitos que muitas vezes não somos ensinados quando meninas: preservar seu espaço, dizer não’s, proteger sua energia e muito mais.
Como lida com redes sociais? Como separar o que é público do que é privado? Essa pergunta é muito boa porque eu tenho um descolamento de imagem. Falando assim soa complexo, mas eu muitas vezes eu me olho conquistando lugares e não reconheço. Isso até faz conexão com o meu podcast justamente porque acredito que, por ser mulher, aprendi a me minimizar. Por essa questão, trabalho muito pra alinhar essas duas coisas: minha imagem e a minha visão de mim mesma. Claro que, quando falamos de rede social é um trabalho a parte. Existe a “Sol atriz” e a “Sol Sophia”, a atriz tá totalmente vinculada com a imagem e voltada pra esse mundo enquanto a “Sol Sophia” (Sophia sendo meu nome de nascença e “Sol” meu nome artístico), é bem reservada e tem um senso de humor próprio que ama compartilhar com quem se aproxima. É difícil, pra quem não cresceu no meio, entender que sua privacidade vai reduzindo conforme você vai aparecendo nos trabalhos, mas no momento é muita gratidão e sorriso porque eu já faço o que eu amo. “Fama” não é algo que brilha meus olhos, mas atuar e dar vida a essas personagens… isso sim. Respondi a pergunta? (risos).
Qual sua maior vaidade como artista e como mulher? Aliás, onde mora sua vaidade? Encontrei no processo da Deborá uma questão muito interessante nesse ponto. A personagem é muito conectada com a sua sexualidade, mas também assombrada por ela. Nessa dinâmica me encontrei perguntando “se eu atriz estiver “desarrumada” ou num momento em que a personagem tá descomposta, sem maquiagem, brigando, chorando… É mais fácil a atriz se sentir mais bonita quando tá toda arrumadinha? Sim, claro, mas isso não é sobre a atriz. Entender na pele que uma personagem não é apenas uma “beleza aparente” e sim um ser humano que você “veste”. Esse ser humano tem características semelhantes as minhas, claro, mas vai ter seu próprio jeito, estilo e vai ser visto em momentos nada favoráveis a estética física. Se estivermos preocupados demais com a vaidade em cena, deixamos de viver a personagem.
E quando tem um tempo livre, o que curte fazer? Onde recarrega suas baterias? Amo a academia, menos quando tá cheia… Ainda sim, eu adoro me exercitar e sinto que desestressa. Cantar também me dá uma paz muito grande. Escrever e criar conceitos de looks também entram na lista. Acima disso tudo, valorizo muito meu tempo sozinha. Posso escrever, meditar, ver uma série e me relembrar da minha individualidade.
Quais os próximos passos que pode nos revelar? Eu ganhei um baita presente com a Deborá e também veio um grande desafio que eu não posso contar ainda mas tenho certeza que vai surpreender o público. Além disso, quero muito voltar pros palcos, amo atuar no teatro também. Pretendo continuar estudando e me aprimorando na minha inteligência cênica e claro, quero continuar me sentindo cada vez mais eu mesma. Sei que é nesse encontro comigo que mora a felicidade e esse “Sol” todo que eu faço referência no meu nome artístico.
E para conquistar Sol basta… Caramba! Essa é difícil… Como eu te falei, sou bem reservada hoje em dia. Acredito que integridade, humildade e caráter são os básicos, mas, ainda sim são características que sempre me chamam muita atenção. Sendo mais geral, com certeza senso de humor, adoro fazer minhas piadas e quando os outros me fazem rir. Altura é um bônus (risos).
Fotos @joprazeiro
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