COMPORTAMENTO: COMO ENTENDER O “TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANÓIDE”

Por Rafael Rodrigues

Para que possamos definir o que é um Transtorno de Personalidade, precisamos antes entender do que se trata a personalidade. De uma forma simples, nossa personalidade é um conjunto de características individuais que permeiam a nossa forma de ser e estar no mundo, isto é, como pensamos, sentimos e agimos em relação a nós e aos outros. Para a maior parte da população, essa forma de ser e estar no mundo é funcional, ou seja, os pensamentos, sentimentos e comportamentos não causam grandes prejuízos para si ou terceiros. Entretanto, algumas pessoas conforme vão passando da adolescência para a vida adulta, acabam desenvolvendo padrões de funcionamento não sadios, levando a prejuízos diversos e a intenso sofrimento. Essas pessoas podem ter o que chamamos de um Transtorno de Personalidade.

O Transtorno de Personalidade Paranóide é um dos possíveis “Transtornos de Personalidade” que uma pessoa pode desenvolver. Ele é mais comum em indivíduos do sexo masculino. Os sintomas podem começar a aparecer na adolescência (durante a formação da personalidade) com isolamento social, baixo rendimento escolar e solidão, consolidando-se no início da vida adulta. As duas principais características desse transtorno são o padrão de desconfiança e suspeita difusa em relação aos outros. Esses indivíduos com frequência acham que o tempo todo estão sendo “enganados por outros” mesmo sem evidências. Investigam amigos ou sócios em busca de “provas” que justifiquem suas crenças de estarem sendo explorados, têm dificuldade de confiar nos outros, guardam mágoas com facilidade e tem dificuldade de perdoar outras pessoas. Tem crises de raiva frequentes por acharem que outros estão atingindo sua reputação e com frequência tem suspeitas sobre fidelidade em relacionamentos. Essa forma de funcionamento atinge em cheio as relações interpessoais, levando a sofrimento e prejuízos muito importantes em todos os setores da vida do indivíduo.

Esses indivíduos raramente procuram tratamento e quando o fazem, geralmente chegam ao médico por outro motivo, quando há um outro transtorno psiquiátrico associado. Como se trata de um forma disfuncional de pensar, sentir e agir, o tratamento é basicamente com psicoterapia. O uso de medicamento pode ser feito em alguns momentos, principalmente para tratar sintomas específicos que possam aparecer no decorrer da vida do indivíduo ou para tratar comorbidades.

Dr. Rafael Rodrigues Matias, 31 anos, nasceu no Rio de Janeiro. É especialista em Psiquiatria pela ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria e pela AMB – Associação Médica Brasileira. Atua também como professor universitário e de pós graduação. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (2012), psiquiatria pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua como professor de graduação em Medicina e Coordenador de curso de especialização em Psiquiatria. Formado em Terapia Cognitivo Comportamental. Centro de Psicologia Aplicada e Formação, CPAF, Brasil.

Atualmente é médico psiquiatra da Colônia Juliano Moreira, Professor de psiquiatria da Universidade UNIGRANRIO e Coordenador de pós graduação Iatu Sensu em psiquiatria, além de atender no seu consultório em Ipanema, Rio de Janeiro. Dentre seus os atendimentos, se destaca em tratamentos para a Depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outros.