Como o próprio Bruno Moreira afirma nesta entrevista, a vida é como um livro que deve ser escrito diariamente. E ele tem escrito vários capítulos de forma intensa e cheia de aprendizados. Bruno começou sua carreira no Direito, se especializando em Direito da Arte. E foi justamente o Direito que terminou levando Bruno ao encontro da dramaturgia e a arte. Um homem multifacetado que tem descoberto ao longo da sua jornada que ele pode ser o que quiser e assim e formando a sua história. Nas horas vagas, uma boa partida de Beach tennis para descarregar as energias e depois correr para os braços da família para recarregar as baterias.
Bruno você é um homem multifacetado: advogado, empresário, amante da gastronomia, ator. Como você consegue conciliar tempo para transitar em todos estes segmentos? O Direito trouxe de certa forma essa possibilidade de explorar segmentos diversos, com disciplina, segurança e responsabilidade. Eu defendo que as escolas do ensino médio, ou nos primeiros anos de qualquer curso superior uma cadeira obrigatória do Direito, um tipo de introdução ao direito para todos. Isso creditaria não só informação a mais, mas ajudaria na formação necessária e útil na vida civil, como exercício de cidadania. Mas não só. Na vida profissional, também é importante na organização empresarial. O Direito ajuda no entendimento da história de um povo, como as correntes filosóficas influenciaram as ciências em geral, a política, em particular, assim como a ordenar o pensamento e refletir sobre como o pensamento dos filósofos influíram nas escolhas feitas pelos que nos antecederam. O Direito permite esse olhar global sobre a vida.
Conte como surgiu o interesse pela mídia e carreira artística? Como eu disse, sempre através do Direito. Mas, também por um acaso, em uma reunião com um amigo, ele também advogado, após atuarmos juntos em algumas causas ligadas ao entretenimento, TV e rádio. As conversas foram sementes que germinaram essa vontade de investir e explorar no ramo e principalmente fomentar a arte. Conseguimos reunir pessoas com os mesmos interesses e com o respaldo de um experiente produtor artístico, que com o passar do tempo e aumento da confiança, se tornou um amigo e pessoa muito querida, que sempre tem ideias ótimas e iniciativas incríveis. É uma perspectiva recente, mas que gostaria que evoluísse.
Você lançou um livro, “Cozinha afetiva para momentos únicos”. Conte um pouco sobre ele. A pandemia serviu para algumas reflexões e o despertar de lembrança. Com a pandemia no auge, suspensão dos prazos no judiciário, e com a ida da minha família para a praia (período de isolamento), confesso ser difícil essa inatividade forçada. E, assim, resolvi homenagear meus amigos e familiares com uma compilação de receitas da família, ao relembrar as reuniões que tínhamos e, a impossibilidade desses encontros e convívio.
Qual sua formação acadêmica e seu campo de atuação no Direito? Grande parte da minha formação acadêmica foi na Europa, tenho Mestrado (LLM) em Processo Civil, além da habilitação ao exercício do Direito no Brasil, também o tenho em Portugal e Espanha. O escritório no Brasil atua nas áreas Cível, trabalhista e tributária. A formação acadêmica fora do Brasil abre um leque de oportunidades, sempre recomendo a colegas ter essa experiência. Devemos destacar o “Direito do Entretenimento” ou “Direito da Arte” que não é um ramo autônomo do direito como é o penal, o civil, o trabalhista e outros, mas a importância cresce a cada dia. Esse ramo engloba todas atividades ligadas ao mercado da arte, de grande expansão e destaques recentes. Nos últimos 20 anos houve um desenvolvimento amplo nos temas como Direito autoral, direito de imagem, planejamento sucessório de artistas e colecionadores, responsabilidade civil nas produções, edição de livros, reprodução de obras de arte e domínio público são alguns dos pontos de extrema relevância no dia a dia da indústria do entretenimento.
O Direito do Entretenimento tem um destaque na investigação e estudo das relações jurídicas advindas das relações artística/culturais, baseando-se em diferentes ramos do Direito como por exemplo: o Direito do Consumidor, os Direitos da Personalidade e o Direito Autoral – exige um olhar especial dos operadores do direito. É interessante compreender o funcionamento do setor em questão e mesclar com o conhecimento jurídico.
Você acredita que o atual cenário de pandemia afetou o seu segmento de atuação no campo da advocacia? Com certeza a pandemia afetou todos os segmentos, sejam profissionais, empresariais, educacionais, culturais, econômicos…uns sofreram mais que outros, mas também abriu oportunidades de descobertas. A advocacia transita em diversos segmentos e liga seus objetivos de acordo com as realidades e necessidades dos clientes, alcançando, ou procurando alcançar os resultados almejados. Eu acredito que os resultados quando obtidos faz gerar a confiança necessária entre as partes. Acho que a pandemia fez renascer a preocupação do que é viver em comunidade, que o bem estar de um, depende do bem estar do outro e do cuidado entre todos. A análise da situação individual de cada cliente/setor foi essencial para avançarmos nas distintas fases que a pandemia nos fez e faz passar. Acredito e vejo as crises, a pandemia como uma delas, nos dá lições que devemos aprender, olhando com outro olhar situações que servem para nos testar em criatividade. Ser como a água, sempre procurando seu caminho… seguindo em frente.
Recentemente você foi convidado para atuar no filme “SARALIAELEIA”, de Mônica Carvalho, conte como vai ser sua participação? Esse projeto se revelou maravilhoso, por um simples motivo. Reuniu pessoas de ótimo relacionamento, um lugar paradisíaco, dirigido com capricho, respeito a todos, dedicação em cada uma de suas etapas e foi especial sentir esse clima ameno e fazer parte dele. O resultado foi um filme lindo, com as belas cores do cenário natural de Maragogi e região, somado aos profissionais maravilhosos (todos eles) da produção e do elenco, o que resulta na criação de uma expectativa muito favorável e numa aposta alta de sucesso. Particularmente sou 100% grato pela oportunidade que me foi dada pela Mônica Carvalho e demais envolvidos, com destaque especial à produtora Media Bridge, na pessoa do Sr Cosimo Valério, além de Marcos Santos e o pessoal da Pousada Villa Pantai. O comprometimento e carinho recebido de todos, o respeito dos turistas e dos moradores da cidade com o trabalho, enfim, a atmosfera foi a melhor possível.
O filme vai estrear ainda este ano de 2022, qual sua expectativa para o lançamento? A expectativa é a melhor possível, gostaria muito que fosse realizada uma “première” simultânea em SP, RJ e AL, como um lançamento em homenagem aos roteiristas de SP, a produtora do RJ e a “protagonista” Maragogi de AL, essa cidade linda, que merece ser visitada e apresentada ao mundo. Vou dar essa ideia para o pessoal, quem sabe … Convido todos vocês a seguir o filme nas redes sociais (@saraliaeleiaofilme) para acompanhar de perto e entrar comigo na contagem regressiva do seu lançamento.
Quais são seus projetos para este ano? Estou em negociação com uma Instituição de ensino superior para formular e coordenar, em conjunto, uma Pós-graduação em Direito do entretenimento. É um projeto desenhado com um colega de mestrado que tornou-se um grande amigo. Atualizarei meu instagram (@bruno.ppz) com as novidades.
O que vc gosta de fazer nas horas de lazer? Lazer mesmo só quando estou com meus filhos e esposa. Eu não abro mão de uma viagem em família. Gosto de envolver todos desde o planejamento até as escolhas como hotel, passeios e restaurantes. Sou muito ligado com meus pais e irmãos também, e periodicamente, juntamos todos para uma viagem.
O que conquista Bruno Moreira? Ideias que agregam. Fazer parte de soluções, não de problemas.
Qual seu sonho de consumo? Gosto de sonhar, mas de ter os pés no chão, sonho bom é aquele que realizamos, né? Já o consumo deve ser inteligente…
Você pratica esportes? O que faz para se manter em forma? Eu sempre pratiquei esportes. Sou faixa preta de karatê e jogo beach tennis, que reúne e dá oportunidade de estar com amigos.
Deixe uma mensagem para os leitores da MENSCH. Amigos, todos nós sabemos que a vida é como um livro que deve ser escrito diariamente. Faça o certo hoje, poderá não ter outra oportunidade de o fazer; cultive amigos, pois ninguém é feliz sozinho; estude, mas aprenda também com a vida, com suas experiências, sejam elas boas ou não. Educação é a chave que abre portas, mas é preciso ter intuição para saber trilhar o caminho e fazer escolhas. Todas as nossas escolhas nos dão responsabilidades e, com isso, têm consequências e novas aprendizagens. E por aí seguimos, colhendo rosas e espinhos.
Fotos Mauro Zanella
Produção Executiva @marcia_dornelles