O termo “Muscle car” surgiu nos EUA, e virou moda mundial depois que alguns filmes de Hollywood massificaram o termo em filmes de ação transformando alguns modelos de carros em verdadeiros astros de cinema. Os tais “carros musculosos, ou melhor dizendo, carro de alto desempenho, nada mais é que um automóvel com muita potência, peso razoável e aceleração fantástica. O primeiro dessa safra de carros foram os Pontiac de tamanho médio equipados com um potente motor V-8 de 6,4 litros (389 polegadas cúbicas). Daí nasceu o termo em 1964 e virou uma febre nas décadas de 60 e 70.
As características desse tipo de carro passavam por um motor de grande cilindrada, o V8, claro, tinham uma aparência robusta e grande variedade de opcionais, capazes de dar aos seus consumidores a tão desejada individualidade. O GTO oferecia uma enorme lista de opcionais, para que o consumidor pudesse “fazer” seu carro. A opção transformava um dócil Tempest em um GTO nervoso. Saindo direto do showroom da loja, o mais que equipado “Bólido” podia acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 7 segundos, que era um desempenho fantástico em 1964.
Naquele período os Estados Unidos produziram carros rápidos e potentes bem antes da Segunda Guerra Mundial e logo foram seguidos pelos fabricantes europeus, visando um público de alto poder aquisitivo e louco por velocidade. A maioria desses carros era composta por raridades caras e o muscle car era o filho do mercado de massa do jovem americano na década de 60, e Detroit dominava o mercado automotivo mundial.
Em 1969, uma nova geração do Barracuda, fabricado pela Plymouth, divisão da Chrysler. Também equipado com o V8 440, com três carburadores duplos Holley. O carro possuía um visual esguio, mas ao mesmo tempo agressivo. Outro Plymouth que fez história foi o Road Runner Superbird de 1970. O nome vem do simpático personagem da Warner, no Brasil chamado de Papa Léguas, que vive correndo para escapar do coiote. E de fato o nome não poderia ser mais apropriado, já que velocidade também era o ponto forte desse Plymouth. As demais montadoras não ficaram para trás e cada uma lançou seu modelo de muscle car, a GM não se restringiu à divisão Pontiac e apresentou vários outros modelos para entrar na briga. A Chevrolet contra-atacava o Mustang com o Camaro. A versão Z28 de 1967 utilizava o V8 de 302 pol3 (5,0 litros) com 290 cv e oferecia desempenho bem adequado e uma farta lista de opcionais. O carro foi um fez um enorme sucesso, vendendo 220.000 unidades naquele ano.
A Chevrolet também entrou no páreo com vários modelos. O Impala possuía em 1967 uma versão, batizada de SS 427, com o imenso motor de 7,0 litros e 385 cv de potência. Já o Chevelle 1970, tinha lugar garantido no grupo dos muscle cars e também foi incluido sua bela versão picape El Camino. Ambos utilizavam um V8 de 7,5 litros, o que lhes dava um desempenho brutal.
O auge das grandes máquinas e desses carros tunados durou até o início dos anos 70, quando os muscle cars quase desapareceram. Em 1973, com a crise do petróleo, os embargos impostos pelos países produtores, e com a alta dos preços do combustível, fizeram com que os americanos preferissem comprar os econômicos carros japoneses ao invés dos beberrões americanos. Além disso, o governo dos EUA passou a impor uma série de normas de controle de poluição e de consumo de combustível, o que sacramentou ainda mais a crise entre os potentes carrões. Também foi estabelecido um limite nacional de velocidade de 88 km/h.
O panorama só mudou no começo da década de 80 para dar início a uma nova era voltada para o alto desempenho que ainda dura até hoje, graças ao enorme progresso técnico atingido desde a “era dourada” de 1964 a 1970. E realmente, muitos muscle cars atuais têm melhor desempenho do que seus venerados ancestrais da década de 60 e ainda por cima são mais econômicos, poluem menos e são bem superiores quanto ao desempenho e segurança.
Fonte: HowStuffWorks, Autozine, Punta Taco, Street Machine, Quatro Rodas
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