DIÁRIO DE BORDO: As ilhas paradisíacas da Tailândia

Texto e Fotos Bruno Dubeux

O trajeto parece longo, pois é cheio de etapas. Madruguei e peguei um vôo do moderno e sofisticado aeroporto de Bangkok para Pukhet. De lá, é preciso pegar um taxi até o pier, a 45 minutos do aeroporto. Na saída do aeroporto, conheci um casal de belgas muito simpático, que estava começando sua lua-de-mel e também indo pra uma ilha na minha direção, chamada Ko Lanta. Sugeri rachar um táxi e seguimos. A viagem já fica interessante no barco, a partir do pier em diante, com o mar limpo, azul escuro e o visual de várias outras ilhas.

No fim da tarde, cheguei ao meu destino: Ko Phi Phi, ou ilhas Phi Phi (Ko significa “ilha” em tailandês). Ainda era tempo o suficiente para largar meu mochilão no hotel e correr à praia mais próxima, a uns 50 metros, para dar um mergulho e ver o pôr-do-Sol. Ko Phi Phi é uma ilha realmente de tirar o fôlego, uma das paisagens mais bonitas que vi na vida. É pequena, a mesma que foi totalmente destruída pelo último tsunami e também onde foi filmado “A Praia”, com Leonardo DiCaprio.

O dia seguinte foi um daqueles quase perfeitos. Só digo quase porque acordei com algumas picadas de bicho e descobri que na minha cama tinha vários ‘bed bugs’, uns besourinhos desgraçados chupa-sangue. E olha que meu hotel não era mal, mas tinha lido que isso já havia acontecido com outros viajantes lá na ilha. Pedi pra trocar de quarto e a noite seguinte foi tranquila. Bom, mas o dia foi espetacular. Fiz um tour de barco desde a manhã até o pôr-do-sol em volta da ilha inteira. Que água! E que paisagem! Uma mistura de mata, rochas na água cobertas com uma vegetação rasteira bem verde e uma temperatura do mar perfeita, nem fria, nem quente escaldante. E NENHUMA onda.

 

A primeira parada, foi na praia dos macacos, onde realmente lá estavam vários macacos na beira da água, recebendo banana dos turistas. Tinha um bem manso, que veio pegar na minha mão. Mas tinha dois menores que quando fui dar um pedaço de casca de banana do chão, não é que os dois começaram a rosnar igual cachorro com a boca aberta e correram pra cima de mim e de um Francês (Charles) que estava do meu lado. Fomos a piada do dia entre os outros turistas. Ao menos quebramos o gelo e todos os dez que estavam no barco se integraram. O Charles me apresentou a seus outros amigos: Jon, Victor 1, Victor 2, todos franceses que moram e trabalham juntos na China. Gente finíssima, tanto que daí em diante ficamos muito amigos a ponto de seguirmos viagem juntos. Viajar sozinho tem dessas coisas e nos deixa muito mais abertos aos bons acasos e entrosamentos.

Depois do momento “A Revolta dos Macacos”, paramos em várias outras praias paradisíacas. Numa delas mergulhei e foi outro momento incrível. Aliás, levar uma máscara de mergulho nessa viagem é fundamental. Peixes e corais às pencas, em cardumes à nossa volta e de diversas cores. As praias do passeio mais surreais de lindas foram a Maya Bay (onde foi rodado o tal filme) e a Ko Phi Phi Leh, a ilha irmã gêmea de Ko Phi Phi Don, que é totalmente selvagem e inabitada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para fechar o dia, à noite, todos fizemos uma hora inteira de massagem tailandesa (a quinze dólares) com creme Aloe Vera pra refrescar o corpo depois de tanto Sol. Um daqueles confortos bons e baratos só encontrados na Tailândia.

Madruguei pra conseguir dar um mergulho (realmente foi muito pouco para Ko Phi Phi, perde-se muito tempo em translados.), encontrei com os franceses e pegamos uma balsa rumo à Krabi, depois um ônibus para Surat e finalmente outro barco pra Ko Phangan, meu próximo destino. Essa ilha fica a leste, do outro lado da costa da Tailândia em relação à Ko Phi Phi e é famosa pela Full Moon Party, uma festa sob a Lua cheia, à beira-mar e que reúne gente do mundo inteiro, atingindo em alguns meses recordes de trinta mil pessoas. No trajeto, ainda no ônibus, conheci o Wagner, um brasileiro de 25 anos que desde os 18 mora em Bali e estava passando uma temporada na Tailândia. Ele não tinha reservado nenhum hotel então terminou dividindo quarto comigo. Agora éramos seis. Os quatro franceses, o brasileiro e eu. Seis homens solteiros indo pra famosa Festa da Lua Cheia.

Chegamos à noite, jantamos e tomamos uma cerveja na praia. No dia seguinte, praia e à noite, A FESTA. Nunca vi tanta gente do mundo todo junta num lugar só. Tinha umas dez mil pessoas! Na praia, todos pintados ou tatuados com tintas fluorescentes, vários números com fogo, tipo um cara jogando bastão, outro cuspindo fogo e o pessoal bebendo – bebendo muito – em baldes pequenos coletivos. A música era pop e a mesma que toca nas baladas internacionais. Foi uma EXPERIÊNCIA com certeza e apesar da quantidade de pessoas, não vi uma briga ou confusão sequer. Diversão garantida, super recomendo!

Seguindo a viagem, ainda com fôlego, alugamos todos uma scooter, daquelas motinhas tipo Vespa (8 dólares por 24h) e fomos até o norte da ilha, atravessando matas, subindo morros, se perdendo juntos e passando por praias exóticas. No outro dia, antes de ir embora, eu ainda queria desbravar a parte nordeste, mais selvagem da ilha, com a scooter. Como ninguém aguentou me acompanhar, acordei às sete da manhã e fui sozinho. Precisava voltar a tempo de o táxi me buscar ao meio-dia, como combinado. No caminho, pra minha surpresa, de repente atravessa um elefante no meio da pista! Parei e percebi que eram quatro. Na verdade foram domesticados para fazer trilha com turistas. Não tive dúvidas e fui fazer o tour de meia hora. Dei comida para o elefante, olhei no seu olho mínimo, tímido e esverdeado, pedi permissão pra subir no seu pescoço, o guiei sozinho e fiz a trilha com sua orelha batendo nas minhas pernas. Fantástico.

Depois segui meu caminho, passei por uma estrada de barro no meio da mata e cheguei numa das praias mais bonitas da ilha, situadas no Nordeste de Ko Phangan. Retornei a tempo de me despedir dos meus recém amigos e agradecer pelos bons momentos, na certeza de que ainda nos encontraremos em alguma parte desse mundo cheio de boas surpresas!

Mas como a vida não é só de flores, meu regresso foi um verdadeiro desastre. Vacilei muito em comprar minha volta para Bangkok somente dois dias antes. Por causa do evento da festa, os trens, minha melhor opção, estavam lotados, os vôos, caríssimos, os ônibus melhores também lotados, ou seja, só me restou o pior. Saí do hotel ao meio-dia, pegar um barco, dois ônibus e supostamente chegar no outro dia em Bangkok às 6h da manhã, se o ônibus não tivesse quebrado no caminho e chegando somente às 9:30h. E para piorar a aventura, acho que éramos uns vinte mochileiros, quase todos foram roubados! Alguém estava no porão do ônibus, abriu e roubou quase todas as malas! O pior é que foram só coisas surreais: jeans, óculos escuros, barbeador, camisas, etc. Eu, por muita sorte, tinha trancado meu mochilão com o cadeado e ninguém mexeu. Então… Fica a dica para nunca viajar com uma mala sem cadeado! Acho que esse perrengue das condições de retorno foi um prenúncio da nova realidade, totalmente diferente, que me aguardava e se apresentava para preparar meu estado de espírito para outra experiência: a ÍNDIA. Meu próximo destino!

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