A atriz e cantora Isabela Souza é sem dúvida um fenômeno.Com uma média de 1.1M seguidores apenas no Instagram, Isa conquistou o público jovem em vários países de língua hispânica, acumulando 39M de reproduções únicas no Spotify e mais de 120M de views em clipes da série argentina “Disney Bia” no YouTube. A produção que leva o nome de sua personagem foi indicada também em uma das maiores premiações argentinas, os Prêmios Gardel. Atualmente, nossa estrela está confirmada em duas novas produções: “Uma Garota Comum”, também do Disney+, e “Amor da Minha Vida”, projeto dirigido e protagonizado por Bruna Marquezine para o Star+, em que fará uma participação. E não para por aí, ela também canta as versões latinas da música original do live-action de “Aladdin”, “Speechless” (“Callar”/”Ninguém Me Cala”). Conheça um pouco mais dessa promissora estrela latina.
Isabela, como é ser a estrela latina da Disney? Imaginava chegar a isso em algum momento da sua carreira? Sempre sonhei estar em grandes produções, mas confesso que foi uma enorme e grata surpresa conquistar o lugar de primeira brasileira a protagonizar uma série internacional da Disney – é uma honra muito grande e me emociono sempre que lembro de tudo que vivi até chegar nesse lugar. É motivo de orgulho e a sensação é de que tudo valeu a pena, além disso, ficou reforçado o sentimento do quão a arte é universal e a vontade de ultrapassar barreiras.
Para quem está de fora tudo parece ser mais fácil. Mas o que essa mineirinha teve que enfrentar até conquistar seu lugar ao sol? Muitas coisas, (risos)! Comecei meus estudos na área da atuação e também como modelo muito nova, aos 11 anos. Desde então, sempre fiz muitos castings, aprendi desde cedo (também na profissão) a lidar com o “não” e prosseguir caminhando e me preparando para as mais diversas oportunidades que pudessem surgir. Foi em 2016 que pude viver minha primeira personagem no Disney Channel, na série Juacas. É uma jornada única e um processo interno que nunca tem fim, tenho pra mim que estudar e buscar conhecimento é algo que precisa ser constante, mesmo que naquele momento determinado objetivo tenha sido alcançado. Um desafio na caminhada artística para uma pessoa organizada como eu é lidar com as incertezas da profissão da melhor forma possível e aprender a esperar com muita paciência e amor.
Que barreiras teve que superar consigo mesma? Eu sempre fui uma criança muito tímida, e lembro perfeitamente que tinha muito medo de começar a cursar artes cênicas. Quem me ajudou nesse processo foi minha mãe, que procurou as melhores escolas de teatro no Rio de Janeiro e me matriculou no CCPAC RJ. Nunca vou esquecer meu nervosismo antes de cada aula, (risos). Mas foi o curso que mudou minha vida e me preparou para viver meu primeiro trabalho na televisão. Saí formada e completamente segura para viver meu sonho! Serei eternamente grata à minha família por ter me dado esse suporte quando eu mais precisei.
Um de seus grandes sucessos, que lhe rendeu prêmios, foi o trabalho como a Bia. Esperava por esse sucesso todo? A que se deve isso? Desde o início da preparação para Bia eu sonhava e acreditava que o projeto poderia ser um grande sucesso, assim como foram as séries antecessoras, Violetta e Soy Luna. Me dediquei completamente a aprender espanhol, a evoluir na música e na dança e a fazer tudo com excelência. Acredito que o sucesso do projeto se deve a vários fatores: primeiro, a equipe da Disney Latam que é como uma família para mim – desde meu primeiro dia na Argentina pude contar com pessoas maravilhosas que me fizeram crescer em todos os aspectos. Segundo, a dedicação do elenco! Todos tivemos um amor tão grande por esse projeto que ficava nítido através das telas. E por último, mas não menos importante, o carinho dos fãs. O reconhecimento e o amor que recebemos em Bia foi o que fez toda a diferença, sem dúvidas.
Acredita que seus traços mais latinos ajudaram a conquistar o público latino? Como percebe a aceitação do público nesses países de língua latina? Acredito que sim, além disso, o Brasil tem uma energia contagiante e é maravilhoso carregar isso! Fui recebida de uma forma extremamente carinhosa pelos fãs latinos, e até hoje recebo mensagens todos os dias de pessoas me contando que estão aprendendo português por causa de Bia. Outros passaram a ter ainda mais vontade de conhecer o Brasil depois de ver a série, sem contar que muitos me mandam vídeos cantando as músicas do álbum de Bia em português. É muito emocionante!
Cantar a canção original do live-action de “Aladdin”, “Speechless”, foi seu primeiro grande encontro com a música num projeto de larga escala? Poucos meses antes de saber que iria participar da trilha sonora do live-action de Aladdin, pude interpretar a música “Minha Vez” da série Elena de Avalor, a primeira princesa latina da Disney. Foi muito especial! Logo em seguida gravei o primeiro álbum de Bia e então surgiu a oportunidade de interpretar Speechless. Foi um sonho realizado – lembro perfeitamente que nesse dia eu estava no estúdio gravando algumas outras músicas para Bia quando o Fer Amendola, da equipe de música da Disney, me deu a notícia de que iria cantar Speechless em espanhol e em português. Nem consegui acreditar! (risos).
Hoje projetos em streaming e para o YouTube geram grandes audiências e conquistam uma grande parcela do público de forma bem maior que a TV aberta. Como você enxerga essa mudança no mercado de entretenimento? Acho que são mudanças naturais, afinal, todos nós vamos tentando flexibilizar nosso tempo nesse mundo corrido e o “on demand” traz isso – o mercado de entretenimento vai se adaptando às novas realidades. Ao mesmo tempo, confesso que eu amava colocar o relógio para despertar na hora de assistir um episódio novo das minhas séries favoritas, ou marcar com as amigas de assistirmos determinado filme no horário em que ele iria ser transmitido, ou esperar o intervalo comercial das novelas para ir ao banheiro ou beber água… era divertido também! (risos). Dentre as coisas mais encantadoras da chegada do streaming está a variedade de bons conteúdos sendo produzidos e o alcance de produções de todas as partes do mundo a nível internacional, coisa antes infinitamente mais difícil.
Falando nisso, você tem desejo de fazer algum trabalho para TV aberta tipo uma novela? Eu adoraria! Quero muito fazer grandes produções nacionais e desde pequena tenho vontade de fazer novela. Além disso, quero muito fazer cinema nacional também. Espero em breve ter novidades sobre esses temas!
Soubemos que além de cantar você toca piano e violão. Como a música entrou na sua vida? Alguma influência? Meu pai também é músico e já tocou saxofone em grandes grupos musicais. Talvez eu tenha puxado o talento dele… (risos). Apesar de ter estudado um pouco de violão e canto quando era adolescente, a verdade é que eu nunca tinha trabalhado com música até entrar em Bia – foi quando a música de fato começou a fazer parte de mim. Tive um coach de canto incrível, o Ezequiel Fernanz, que me fez crescer de várias formas e evoluir muito rapidamente. Foi em Bia que eu me apaixonei pelo momento de entrar no estúdio para gravar uma música e desde então surgiu um novo desejo de gravar meu próprio álbum no futuro.
Você gravou “Uma Garota Comum”, também do Disney+, e “Amor da Minha Vida”, projeto dirigido e protagonizado por Bruna Marquezine para o Star+. Como andam as expectativas e o que podemos esperar desses trabalhos? Gravar esses dois projetos foi maravilhoso! Em “Uma Garota Comum” pude interpretar minha primeira antagonista, a Vic, que não é uma vilã comum, sabe? Ela é mais humanizada, tem atitudes boas e ruins e acredito que muitas pessoas poderão se identificar com alguns pontos dela. Foi uma delícia estudar as motivações e sentimentos mais profundos da Victoria. Já em “Amor da Minha Vida” pude fazer uma participação especial e contracenar com a Bruna, que é uma atriz que admiro muito há vários anos, foi uma experiência muito especial.
Como e onde recarrega as baterias? Uma das minhas formas favoritas de recarregar as energias é praticando atividades físicas. Sou apaixonada por fazer musculação – vou todos os dias e para mim é terapêutico, sabe? Além disso, amo tomar sol, é uma das coisas que me fazem mais feliz! (risos). Outro programa que eu adoro e que me faz super bem é pegar um cineminha com meu amor e depois jantar com ele em algum restaurante japonês. Amo!
O que costuma ler, ver e ouvir? Sou muito fã de romances da Jane Austen como “Orgulho e Preconceito”. Já assisti ao filme e o livro várias vezes e acho que sempre vai ser uma das minhas histórias favoritas. Além da Jane, amo autores como Tolstói e Dostoiévski e meus romances favoritos deles são “Felicidade Conjugal”, “De quanta terra precisa o homem” e “Uma Criatura Dócil”. Também sou grande fã de As Crônicas de Nárnia e outros tipos de ficção e histórias fantásticas. Acredito que ler e assistir histórias como essas nos expande muito no âmbito espiritual e mental. Agora falando de música, meu cantor favorito é o Michael Bublé! (risos). Amo jazz e pop e ele consegue fazer uma mistura perfeita dos dois estilos, escuto quase todos os dias.
E para conquistar Isabela basta… Ser uma pessoa que acredita nas pessoas! Antes de responder à pergunta fiquei pensando em quais características as pessoas que eu mais amo têm em comum – e são pessoas que incentivam as outras, que levantam as pessoas com amor e generosidade. Para mim essa é uma característica admirável, afinal, no fim do dia o que importa é saber que fizemos o dia de alguém mais feliz. São gestos simples mas que me marcam muito e me inspiram a ser alguém melhor a cada dia.
Fotos Ricardo Penna