MULHER QUE AMAMOS: LAÍS GAVAZZI

A paulistana Laís Gavazzi, que desde cedo se apaixonou pelo mundo das artes iniciando sua carreira no teatro com apenas dez anos, aos quinze já viajava com espetáculos em festivais, dentre os quais ganhou por dois anos consecutivos como melhor atriz no tradicional festival RELIGARTE em São Paulo, que reunia diversos grupos amadores de teatro. Formada na Escola de atores Wolf Maya, integrou a Cia da Memória dirigida por Ruy Cortez e Ondina Clais na montagem PUNK ROCK em 2018. Sua trajetória na televisão começou em 2019 na novela Bom Sucesso na Rede Globo, em 2021 fez o aclamado espetáculo KATHARINE, o estranho caso do Dr. Jekyll e Sr Hyde, baseado na obra “O Médico e o monstro” de Robert Stevenson, fazendo a personagem Katharine Woods. Atualmente faz parte do elenco da novela das 18h Além da Ilusão, na Rede Globo, interpretando Inês, uma dondoca dos anos 40. Aqui na MENSCH ela ficou bem à vontade e bateu um papo descontraído sobre carreira, amores e natureza.

Laís, quando e como descobriu que atuar era sua vocação e que você queria isso pra vida? Com 10 anos quando tive meu primeiro contato com teatro na escola, senti algo inexplicável assistindo uma montagem da Bela Adormecida com a turma do terceiro ano. Não tive dúvidas e pedi para participar da próxima, eu estava na quinta série, mas deixaram, fizemos uma montagem sobre a inconfidência mineira. Ali eu já sabia.

Como foi o início e quais os principais obstáculos? O início foi de muito estudo como em qualquer profissão, não tinha muitos exemplos próximos de profissionais da arte então não sabia muito por onde começar, mas acredito que comecei certo, estudando muito e nisso tive sorte, logo no início pude aprender e trabalhar com mestres que me ensinaram muito, como Ruy Cortez e Ondina Clais da Companhia da Memória, de São Paulo. Os maiores obstáculos no início foram justamente de não ter muitas referências próximas a mim nessa área e por não ser uma profissão “convencional”, eu sempre precisava ter em mente qual era meu objetivo como atriz, como artista, qual era meu verdadeiro propósito e não me perder em futilidades ou deixar que pensasse que meu ofício era só um sonho ou hobby. Levo muito a sério a minha profissão. 

Soubemos que sua estreia na TV foi na novela ‘Bom Sucesso’. Como foi essa estreia? Logo que cheguei no Rio tive a oportunidade de fazer a Cecília em Bom Sucesso, e a primeira vez que pisei num estúdio de televisão foi para gravar com Antônio Fagundes, ou seja, não podia ter tido uma estreia melhor! Eu amo o universo literário que a novela abordava, sempre com citações de livros maravilhosos. Não é à toa que foi o sucesso que foi! Eu entrei na reta quase final e as aparições de Cecília eram sempre muito poéticas e emocionantes.

E atualmente você está interpretando a dondoca Inês em Além da Ilusão. Como está a experiência de atuar numa novela de época?  Estou simplesmente amando! Alessandra Poggi é uma autora muito criativa! Ela traz elementos históricos da época super bem colocados e de maneira lúdica, desde o tema da magia, ao cassino, circo, ciganos, a guerra… Enfim, como deu pra perceber eu amo uma boa história e nessa novela não falta! Isso facilita demais a construção de uma personagem, o ambiente criado todo ajuda muito!

Algo em comum com a personagem Inês? Isso é bom ou ruim para você? Temos! E acho ótimo! A Inês é uma jovem divertida e animada, está sempre chamando as amigas pra um cineminha, tomar um sorvete, sempre está nas festinhas de foxtrot ! Eu como uma boa sagitariana me identifico muito com esse lado dela! Adoro sair pra me divertir! E sempre encontro pontos parecidos com minhas personagens, por mais distantes que elas sejam, acho quase impossível isso não acontecer.

Indo para o teatro… você participou da montagem de ‘O Médico e o Monstro”. Um clássico de Robert Stevenson. Foi seu primeiro trabalho no teatro? Como foi esse desafio? Não. Fiz teatro minha vida toda e continuarei fazendo! A peça Foi uma benção! Depois de dois anos longe do teatro, por conta da pandemia, infelizmente tinha a impressão que o teatro era algo distante por conta dos protocolos, distanciamento social, etc. porque não existe teatro sem público, Sem encontro! Eu tive um sonho lindo que estava na coxia de um teatro com meu namorado, também ator Eduardo Parlagreco, e estávamos num dia de estreia. Dito e feito! Em dois meses, assim que os teatros reabriram, estreávamos Katharine. Nós vivemos essa peça intensamente desde o dia da seletiva até o último dia de apresentação, éramos só nós no elenco, mas com uma equipe incrível da Coutinho Paladini. A peça foi um sucesso e estaremos em cartaz novamente no segundo semestre no Rio, em São Paulo e em Portugal no final do ano. 

Da TV para as redes sociais. Como se liga nisso e como isso te consome? Não me ligo muito confesso (risos), existe uma cobrança grande pro artista hoje se engajar nas redes sociais. Vejo muitas injustiças por conta disso, acho que no Brasil é muito mais forte que lá fora. Fico chateada quando sinto que seguidores e engajamento se tornam imposições para um trabalho.

E o que do mundo real você não leva para o mundo virtual? Depende muito, Mas no geral eu gosto de compartilhar coisas que acho legais, minhas leituras, lugares bacanas que visito, momentos bons e, principalmente, divulgar meus trabalhos. Isso é o mais importante.

Atualmente está namorando, casada, de paquera…? O que te atrai para justificar o status de solteira (ou comprometida)? Namoro e moro junto há três anos! Temos uma história de amor bem linda! Nos apaixonamos e não nos largamos mais! Somos muito parceiros, ele é ator também, respira arte assim como eu. É uma loucura, claro! Mas eu amo nossa vida. Minha referência de relacionamento é Fernanda Montenegro e Fernando Torres, dois artistas que construíram uma família e carreiras juntos.

Na hora de relaxar, o que curte? Nada me dá mais prazer do que trabalhar. Mas eu amo pegar uma praia com meu namorado e nossa cachorrinha, aliás, estar com ela me relaxa muito, amo animais e amo curtir a natureza, me renova. E claro, encontrar os amigos, me divertir!

Para conquistar Laís basta… Ter poesia. Gosto de tudo que tem poesia.

Fotos Priscila Nicheli

Styling Samantha Szczerb

Beleza Elcides Freitas

Agradecimentos Hotel Pestana Rio Atlântica

Lais usou Lybethras, Carol Rosatto, Segheto, Eduardo Guinle, Liebe, Dona Mocinha