MUNDO MENSCH: UM MERGULHO MUSEU SUBAQUÁTICO EM CANNES

Já imaginou visitar uma galeria de arte submersa? Pois é, o artista inglês Jason Decaires Taylor (@jasondecairestaylor), famoso por criar o primeiro parque de esculturas subaquáticas do mundo – o Molinere Underwater Sculpture Park, e pelo Museu Subaquático de Cancún em 2010, acaba de construir um museu subaquático na costa de Cannes, na França – sua primeira instalação no mar mediterrâneo. O museu – inaugurado em 1º de fevereiro de 2021 – apresenta uma série de seis retratos tridimensionais monumentais, cada um com mais de dois metros (6 pés) de altura e dez toneladas de peso. Colocadas a uma profundidade de dois a três metros (6-10 pés), essas obras de arte repousam em áreas com areia branca, entre um gramado de possidônias oscilantes na parte sul, protegida da ilha de Sainte-Marguerite.

Museu Subaquático de Cancún

Financiado pela Mairie de Cannes e encomendado pelo prefeito, David Lisnard, o museu subaquático de Cannes levou mais de 4 anos para ser desenvolvido. Agora aberto a mergulhadores socialmente distantes, o museu é cercado por águas cristalinas e está localizado próximo à costa. Jason explica que as seis obras são baseadas em retratos de membros da comunidade local, cobrindo uma variedade de idades e profissões. Por exemplo, Maurice – um pescador de 80 anos – é apresentado ao lado de Anouk – um estudante primário de 9 anos.

Cada face é significativamente aumentada e cortada em duas partes, a parte externa se assemelhando a uma máscara. O tema das máscaras remete à história da Île Sainte-Marguerite, conhecida como o local onde “o homem da máscara de ferro” foi preso. Enquanto isso, Cannes, por meio de seu famoso festival anual de cinema, é bem conhecido por sua relação com as artes performáticas.

A máscara de divisão também é uma metáfora para o oceano. Um lado da máscara mostra força e resiliência, o outro lado fragilidade e decadência. “Da terra, vemos a superfície, calma e serena, ou poderosa e majestosa”, diz Jason, cujo trabalho visa chamar a atenção para o mar como uma biosfera frágil e com necessidade urgente de proteção. “Esta é a visão da máscara do mar. Entretanto, abaixo da superfície está um ecossistema frágil e bem equilibrado – um que tem sido continuamente degradado e poluído ao longo dos anos pela atividade humana”. A localização das esculturas era anteriormente uma área de infraestrutura marinha desativada. Parte do projeto consistiu em uma limpeza significativa do local, removendo detritos marinhos, como motores antigos e dutos, para criar um espaço para a instalação de obras de arte especificamente projetadas, utilizando materiais com ph neutro, para atrair a fauna e a flora marinhas. O local agora foi isolado de barcos, tornando-o seguro para mergulhadores, e evitando danos por âncoras aos prados de ervas marinhas.

Assista vídeo do mergulho: