E no meio de uma época onde músicas de gosto duvidoso e cantores “made in youtube” com sucessos descartáveis dominam o mercado musical do grande público, um jovem grupo (não estamos falando “boysband” aqui!) desponta com o frescor necessário para dar um novo tom à música nacional. Você certamente não conhecia a banda AMSTELL até ler essa matéria, mas pela qualidade musical e o apuro técnico é também certo que em breve será lugar comum falar desses caras aqui. Com repertório eclético mas a mesma afinação musical, a banda liderada pelo vocalista Pedro Sarria, 23 anos, partiu de Volta Redonda (exceto Pedro que veio de Barra Mansa) para ganhar o mundo há poucos anos. Cheios de estilo e com muito carisma, fora o talento e o bom gosto musical, Pedro, juntamente com Matheus Pinheiro (22 anos), Roberto Vicentini (24 anos), Igor Delesposti (24 anos) e Bruno Giacomim (26 anos) se apresentam aqui com exclusividade na MENSCH. Desfrutem e fiquem fã da Amstell!
Vamos pelo começo…. Como surgiu a banda? E como chegaram até esse nome? Tudo começou em 2011, quando eu, Igor e Matheus desejamos voltar a tocar. Nós três fomos companheiros de banda durante 2008 e 2009, e tivemos a ideia de fazer um novo projeto. Para o posto de vocalista, o Matheus convidou o amigo Pedro Sarria que, apesar da pouca experiência, chamou a nossa atenção pela boa afinação e pelo carisma nos primeiros ensaios. A partir dessa amizade consolidamos a base da banda. Posteriormente tivemos a entrada do Bruno Giacomim. Ele já nos auxiliava em alguns shows e na produção das composições. Com o tempo, o vínculo aumentou, ocasionando assim a entrada em definitivo do nosso quinto integrante. Quanto ao nome, tivemos como referência o principal rio de Amsterdã, o “Amstel”. Assim como um rio, a Amstell está sempre em movimento, seguindo em frente e se renovando a cada show. (ROBERTO VICENTINI)
O que vocês desejam alcançar com a banda? O que move vocês? O nosso grande sonho é a possibilidade de viver em função do que mais amamos na vida: a música. Ela faz parte de cada um de nós, e mesmo se quiséssemos, não conseguiríamos viver sem ela. Sabemos das dificuldades que temos pela frente, mas só de ver a plateia feliz, cantando e se divertindo com as nossas músicas, já temos a sensação de dever cumprido. (PEDRO SARRIA)
Para quem ainda não conhece, qual o estilo de vocês? A Amstell é uma banda de House Rock. Somos uma mistura que integra elementos do Rock, da música eletrônica e do pop. Fazemos o que não se espera de uma banda comum. Nós buscamos sempre surpreender nosso público, seja no arranjo de um cover, ou nas nossas autorais. Essa é a essência. Além desse trabalho mais moderno, o nosso vocal, Pedro Sarria, desenvolve o Gold Voices que é baseado em clássicos femininos da MPB. Esse projeto é interessante pois demonstra como nós acreditamos na música (e na arte de um modo geral) como um ser único, sem barreiras ou fronteiras em seus gêneros. (IGOR DELESPOSTI)
Que som faz a cabeça de vocês (o que costumam ouvir e se inspirar)? Nossas referências são as mais variadas possíveis. Dessa grande lista podemos citar nomes como Coldplay, Daft Punk, Calvin Harris, Ray Charles e Gary Clark. Quanto às nacionais, têm O Rappa, Lenine, Elis Regina… E por ai vai! (BRUNO GIACOMIM)
Vocês vão do pop internacional à MPB de alto nível. Como escolhem o repertório? Nós buscamos conciliar músicas recentes e antigas de modo a surpreender o público. Fazemos muitos Mash Ups misturando o novo e o clássico. Exemplos como Gorillaz e Zeca Pagodinho; Frank Sinatra e Eminem são misturas interessantes que fazemos durante os shows. (MATHEUS PINHEIRO)
Cantar em inglês ou português, o que mais agrada e por que? Gostamos muito de cantar e compor nesses 2 idiomas. No entanto cada um deles atinge o público de uma maneira distinta. O inglês é um pouco mais adequado ao padrão instrumental que seguimos e à música eletrônica. Já o português funciona quando queremos uma resposta mais imediata da plateia ou quando desejamos passar uma mensagem mais direta com a letra composta. (ROBERTO VICENTINI)
Como é sonha e conviver em grupo, já que são uma banda? É mais difícil? É uma experiência muito boa. Antes de sermos companheiros de banda somos grandes amigos. No entanto, essa vivência também tem seus desafios. É como se fosse um casamento entre 5 pessoas. Temos que saber lidar com as nossas diferenças e ter maturidade para resolver os problemas que surgem durante o trabalho. (IGOR DELESPOSTI)
Vocês são muito bons no que fazem. Já pensaram em se inscrever em programas de TV tipo “The Voice” e “Superstar” como uma forma de conseguir exposição? O que acham desse tipo de programa? Os dois programas são muito bons. Ter uma exposição em um veículo com tanta audiência é algo muito positivo. Vemos muitos artistas ampliarem sua agenda de shows e conseguirem novas oportunidades por conta dessa divulgação. No entanto, acreditamos que seja necessário estar pronto para aparecer num programa desse porte. É preciso ter um trabalho autoral bem consolidado para oferecer ao público no momento em que ele ligar a TV. Fazer o mal uso de uma oportunidade como essas é o mesmo que desperdiçar a chance da sua vida. (BRUNO GIACOMIM)
Como vocês veem a MPB atualmente e o baixo surgimento de novas bandas? O que dificulta hoje em dia? Há diversos novos artistas interessantes na MPB atualmente. Nomes como Marcelo Jeneci e Tiago Iorc têm desenvolvido um trabalho muito interessante, no entanto não vemos uma abertura tão grande na mídia comparando-se com algum artista mais popular. Quanto às bandas, há com certeza um número menor circulando nas gravadoras. Acreditamos que a música seja cíclica, houve momentos em que o Rock reinava (anos 80), depois teve a fase do sertanejo, do axé. Hoje vemos o sertanejo (universitário) e o pagode viverem um grande grande “boom”, mas isso não é motivo pra desanimar ninguém de outros estilos, muito menos a gente. Quando um trabalho é bem feito e divulgado da maneira correta, o espaço e as oportunidades aparecem naturalmente. (PEDRO SARRIA)
O que vocês almejam com a Amstell? Onde querem chegar? Nós almejamos a nossa felicidade. Trabalhar com o que amamos e transmitir esse sentimento através da nossa música e dos nossos shows são os principais combustíveis das nossas vidas. (MATHEUS PINHEIRO)
CRÉDITOS – Direção criativa Marco Antônio Ferraz, Foto Matheus Coutinho, Styling Marlon Portugal, Beauty Guto Moraes, Retoucher Octávio Duarte. Agradecimentos especiais: Loja Flux (Roupas e acessórios), Sense Salon (Cabelo), Chevi (tatuador), Academia da Vila
Melhor agora ouvir um pouco de Amstell em 6 momentos diferentes: