No tão aguardado evento Google I/O ontem, a empresa anunciou diversos avanços na área de inteligência artificial. Entre as novidades, destacam-se o novo buscador com IA, a expansão global do BARD, o lançamento do Palm 2 e o Art Generator em colaboração com a Adobe. Contudo, apesar dos avanços anunciados, especialistas apontam que o Google ainda não apresentou uma grande novidade e não conseguiu vantagem na busca pela liderança neste setor.
André Cia, especialista em inteligência artificial, comentou sobre suas expectativas em relação ao evento e a posição do Google frente a outras gigantes da tecnologia, como a Microsoft:‘’O Chat GPT-4 ainda está muito à frente do Google com o Bard. Eu realmente entendo a preocupação que o Google tem com a segurança e confiabilidade de informações conforme foi mostrado na GOOGLE I/O. Também entendo até o receio que tiveram para anunciar grandes novidades, visto que no anúncio que eles fizeram do Bard em fevereiro eles perderam U $100 bilhões de dólares.’’
‘’Sendo bem honesto, minhas expectativas sobre o Google I/O estavam altas e elas não foram correspondidas. O Google já lida com Inteligência Artificial há muitos anos, como falaram no evento. Mas tem algo, que para mim não ficou claro. É uma corrida pela IA. A Microsoft, por exemplo, tem investido pesado na expansão, o novo EDGE, BING e a integração com o GPT 4. Em uma corrida como essa, não podemos ser tímidos, e hoje um evento foi tímido, sem nada disruptivo’’, revelou o especialista.
André Cia também mencionou o projeto TailWind, que tem como objetivo permitir que pessoas e empresas reúnam suas informações e utilizem o ecossistema para produzir mais rápido e melhor. Ele acredita que o tratamento, análise e pesquisa de dados internos nas empresas, além da criação de imagens, vídeos e áudios, seriam caminhos promissores para o Google recuperar a liderança no mercado de IA:
“Os chatbots são a ponta de um iceberg na revolução da IA. No próprio anúncio de hoje foi citado o projeto TailWind, que é um projeto onde as pessoas e as empresas poderão reunir as suas informações e usar do Ecossistema para produzir mais rápido e melhor. Esse seria um caminho para o Google é um caminho que a Microsoft ainda não se atentou. O tratamento, análise e pesquisa de dados internos dentro de empresas é um caminho de sucesso. A criação de imagens, vídeos e áudios é outro caminho. E para uma empresa como o Google, recuperar a liderança, esse seria um caminho lógico, visto que eles já tem um ecossistema.”
Sobre a implementação de inteligência artificial nos buscadores e a possível mudança no relacionamento entre o Google e produtores de conteúdo ou anunciantes, Cia pondera: “Hoje, para fazer pesquisas usando Inteligência Artificial e obtendo as respostas, precisamos usar outras ferramentas além dos buscadores, geralmente pagas. Ter uma ferramenta nativa como essa no Google será excelente para o usuário e também para os anunciantes. Eu não sei como o Google lidará com as pessoas que produzem conteúdo em busca de ranqueamento ou que emprestam seus sites para anúncios do próprio Google. Sei que haverá algumas mudanças, mas não me arrisco a dizer como elas serão tratadas, não ainda.”
Diante dessas ponderações, fica evidente que a corrida pela liderança no mercado de inteligência artificial está longe de terminar. O Google I/O trouxe avanços significativos, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que a empresa consiga superar ou ao menos igualar-se aos seus concorrentes, como a OpenAI com seu GPT-4 e a Microsoft, que tem investido fortemente em seu próprio ecossistema.
‘’É fundamental que o Google continue a investir em inovação e pesquisa na área de inteligência artificial, buscando soluções cada vez mais sofisticadas e eficientes, tanto para o usuário final quanto para os anunciantes e produtores de conteúdo. Só assim será possível manter-se na vanguarda dessa corrida, enfrentando a concorrência de forma efetiva e garantindo que as soluções desenvolvidas pela empresa continuem a ser relevantes e revolucionárias’’ finalizou André.