STREAMING: JOGO JUSTO E O EMBATE HOMEM X MULHER NO TRABALHO

Uma das estreias mais comentadas esse final de semana no streaming é o filme Jogo Justo (Netflix) que traz a história de um casal que trabalha juntos na área de fundos de investimentos competitivos, mas escondem o relacionamento dos demais colegas. Colegas de trabalho durante o expediente, amantes à surdina. Os personagens Emily (Phoebe Dynevor) e Luke (Alden Ehrenreich) estão noivos e moram juntos onde cultivam uma parceria de suporte no trabalho quando estão sós em casa. Os conflitos aparecem quando Emily recebe uma promoção na empresa e ele comete um erro que pode ser fatal para a carreira da noiva. O clima de tensão e embate entre os dois só cresce e cada um aos poucos vai demonstrando suas fragilidades em uma quebra de braço que promete não ter fim.

Dirigido e escrito por Chloe Domont, Jogo Justo é conduzido com maestria e o casal protagonista de cara já conquista o público com carisma e altas doses de sensualidade. No desenrolar da história os personagens vão se desmoronando numa sequência de atos e consequências que levam o telespectador a se dividir em quem tem culpa ou razão pra os acontecimentos. Para Owen Gleiberman, da Variety, o longa traz um enredo completo, com personagens complexos e repleto de peculiaridades, o que transforma a obra em “um drama fascinante mergulhado na política sexual atual”. O crítico Richard Roeper, do Chicago Sun Times, também segue nesta análise positiva, descrevendo o projeto como “um thriller psicossexual intenso e sórdido no mundo das altas finanças”.

Em um papo recente com o site The Messenger, Chloe Domont falou sobre uma das sequências mais polêmicas e a importância dela na trama de Jogo Justo.

“Você sabe que essa história não vai terminar bem! Mas, com a cena dos dois no banheiro, a minha esperança era que o público se apaixonasse por eles e sentisse o amor que eles compartilham, para esperar que algo bom pudesse sair de tudo isso”, comentou a cineasta.

Em outro momento forte da trama, somos pegos de surpresa e o clima de tensão chega ao seu ápice. “Emily usa sua própria forma de força física para forçar Luke a admitir sua inferioridade de uma maneira na qual ele também reconhece a dor que causou nela. No final das contas, sua intenção era apenas forçá-lo a assumir o que havia acontecido. E, infelizmente, ela tem que usar a força para isso”, completou a diretora. Na conclusão da entrevista, Domont também deixou bem claro que Luke serve para simbolizar a cultura da masculinidade tóxica e da fragilidade masculina. “Ele faz parte de uma geração de homens presa entre o desejo de aderir à sociedade feminista moderna, e as tradicionais ideias de masculinidade”, concluiu a cineasta.

Assista trailer: