Impressionantemente. É assim, caro leitor, que você ficará com esta entrevista. André Bankoff participa pela segunda vez da nossa revista e já mostrou que tem talento de sobra, faz a linha bonitão por quem as mulheres suspiram, e como se isso já não fosse muito, o cara ainda tem a simplicidade no modo de ser e viver, valores e princípios que o tornam um cidadão consciente de direitos e deveres e um amor e gratidão pela família que fazem a gente entender como se formam boas pessoas em índole e caráter. Connheça ainda mais sobre o ator de sucessos como Mad Maria, Poder Paralelo, Morde e Assopra, Louco por Elas e agora Saramandaia. Ainda confira as belas fotos produzidas no La Suite by Dussol em um belo dia de sol.
Saramandaia é um remake e as comparações com a primeira versão são inevitáveis. Nesse sentido a “missão” e a “pressão” de dar certo é ainda maior? Saramandaia foi uma novela de sucesso, um marco histórico na televisão brasileira, difícil não pensar o que ela representou em 1976, porém, foram outros tempos, tempos da ditadura, da luta pela liberdade de expressão, do exílio, mas que acabou se chocando com a realidade social vivida em nosso país nos dias de hoje: a luta pela mudança! Nosso autor, Ricardo Linhares, trabalhou muito nesse aspecto, e também no que diz respeito à aceitação do outro, a falta de tolerância da sociedade por parte das pessoas ao que se difere. O elenco todo entrou de cabeça e por isso tenho certeza que cumprimos nossa ”missão” porém, sem pressão, o que existe dentro dos nossos estúdios é muita alegria, uma equipe unida, disposta a trabalhar, fazer o que mais amamos, que é a arte de atuar, dar vida aos personagens que vivem em SARAMANDAIA. Sabe aquela famosa frase? Chorei de tanto rir? Então, é muito frequente em nossas gravações! Viva Saramandaia (risos)!!
Seu personagem é um ativista político e você cresceu com uma mãe bastante politizada. Qual sua opinião diante das manifestações que vem ocorrendo em todo o país? Ótima pergunta! Estamos vivendo um momento de transição, onde o protagonista da história é o povo; que antes vivia aceitando em silêncio tudo o que um governo podre e corrupto impunha, porém, agora, descobrimos a força da nossa voz nas ruas de todo o país. Não podemos mais ficar calados diante de tanta injustiça social, diante da corrupção desenfreada que o país vive, e por que não falar da roubalheira por parte do governo em cima do dinheiro que é nosso, dos impostos exorbitantes que pagamos e que nunca é revertido em benefício do povo? Não vamos parar, fui para as ruas e continuarei indo, lutando por um país melhor, menos injusto e que no futuro possa respeitar sua sociedade, respeitar a escolha do que cada cidadão depositou em seu candidato, e assim, fazer um trabalho digno que um político precisa fazer. Trabalhar mais, tomar vergonha na cara e não roubar!!! Melhor parar por aqui, isso me irrita completamente, seria capaz de falar muita merda pra esses políticos idiotas…
O que é mais bacana de Saramandaia? As amizades que constitui com meus amigos de cena: Theodoro Cochrane, André Abujamra, Fernando Belo, Pedro Tergolina, Sergio Guizé, Mauricio Tizumba, Marcos Palmeira, Matheus Nachtergaele, Zéu Brito, Thais Melchior, Tarcísio Meira… e por ai vai (risos) Foi um trabalho de pessoas boas, amigas de verdade. Isso eu levo com muito carinho de Saramandaia.
Qual a sua relação com o teatro? O teatro é minha escola, minha base: me conforta, me ensina, não me deixa acomodar a fim de virar um ator medíocre, pelo contrário, me faz pesquisar, investigar dia e noite atrás da minha evolução como ator. Em São Paulo, faço parte da turma de estudos e pesquisas do grupo de teatro TAPA, e é lá no galpão que podemos arriscar, errar, consertar, até chegar a perfeição… Se é que ela existe para o ator. Será?! Não sei…
O que acha que faz um homem ser mulherengo, do tipo que não quer relacionamento sério com ninguém, como é o caso do Pedro, seu personagem em Saramandaia? Pedro é um cara rico, jovem, de personalidade forte, livre acima de tudo! Difícil pensar em casamento com tudo que a vida oferece a ele. Mas veja bem, chega um certo momento que qualquer pessoa vai querer amar e ser amado. Por isso ”espertesamente” já usando o ”palavrismo” saramandista, o Pedro não vai deixar a Bia escapar dos seus braços, ele ama essa mulher. Ele sabe que o poder do dinheiro é bom, mas sem amor, nada disso adianta. Aos poucos, o Pedro vai deixar o ”safadismo” de lado e viver apenas um único amor. (risos)
Você é um homem que faz mais a linha concreto e aço escovado ou terra, mato e riacho? Terra, mato e riacho. Sou do interior, do tipo que laça boi se precisar. Meio bronco no jeito de ser (risos) mas se precisar, eu passo uma argamassa. (risos)
Qual seu programa romântico preferido? Viajar, quando o trabalho permite, sair pra jantar, cinema, ficar em casa deitado conversando sobre a vida, estender uma canga na areia com uma boa garrafa de vinho… Essas coisas! Quanto mais simples, melhor.
Sente orgulho da pessoa que é ou sente que precisa mudar algo no seu jeito de ser? (risos)… Sempre precisamos mudar, mas tenho evoluído e me questionado muito na terapia, isso tem me ajudado a me entender mais como ser humano. Tenho sido mais tolerante com algumas coisas que antes chutava o pau… mas às vezes é preciso, e ai… chuto com vontade mesmo!
Que valores que recebeu que gostaria de passar para quando construir uma família? A verdade, o respeito, a fé, e a ética moral que meus pais me deram, esses valores com certeza levarei para os meus filhos. Tenho sorte de ter tido os pais que tenho, me ensinaram muito, e assim quero fazer com minha família.
Que dicas daria para um homem conquistar uma mulher? E o que uma mulher precisa fazer para chamar a atenção de um homem? Ser quem são, sem se esconder, jogar, fingir. Apenas viva e deixe rolar as coisas de forma natural.
Em Saramandaia seu personagem descobre um segredo que a mãe escondia há tempos. Como lida como a mentira? Odeio a mentira, pode reparar que começo a frase de cima com a palavra ”verdade” ou seja, aconteça o que acontecer, prefiro sempre a verdade do a mentira.
O que te assusta e o que você deseja do futuro? O que me assusta é pensar em perder as pessoas que eu amo, que um dia estiveram ao meu lado, é ver que vivemos num país onde a sociedade sofre por descaso de um governo corrupto, é saber que a miséria não foi erradicada e que ainda pessoas morrem de fome. E o que eu desejo? Ver essa mudança social ainda vivo e poder ter a certeza de reencontrar essas pessoas um dia quando eu partir desse mundo também.
Agradeço a vocês Editores da MENSCH.
Forte Abraço!!!
André Bankoff
Fotos Sérgio Santoian
Maquiagem Ítalo Santana
AGRADECIMENTO: La Suite by Dussol: www.bydussol.com/