Leve, humorada e inteligente, Sara Sarres encanta nessa entrevista tanto quando encanta no palco. Enquanto as crianças se agarravam as suas bonecas, Sara fez do pianinho de brinquedo seu fiel companheiro e aí a paixão pela música, pela dança e pela arte dramática foi crescendo e a tornando o que é hoje: uma referência em musicais. Ela já foi a Christine em “O Fantasma da Ópera” e vive atualmente a princesa Fiona do musical “Shrek”, tem muitos sonhos e desejos, mas aprendeu que não se deve sofrer se não forem realizados e assim ela leva a vida como quem dança, de forma suave e com maestria.
Com quantos anos descobriu a música e a dança? Eu costumo brincar que já nasci cantando e dançando. Mas minha família descobriu que a coisa era de verdade quando aos 3 anos de idade ganhei um piano de brinquedo e aquele virou meu companheiro inseparável. Amor à primeira tocada.
Enquanto a grande maioria das meninas de 15 anos estava iniciando uma vida de festejos, baladas e namoros, você estava subindo aos palcos para estrear uma ópera! Hoje, olhando pra trás, sente que perdeu algo na sua adolescência ou não? Acredito que não, estar no palco, num ensaio ou até numa aula de música pra mim era mais interessante do que qualquer balada. Era bem nerd. (risos)
Você viajou o mundo para ampliar e fortalecer a sua formação tanto na música quanto na dança. Considera isso um grande diferencial? Com certeza. No Brasil até então não existia uma formação para Teatro Musical ou que oferecesse Interpretação, canto e dança num curso só. Tive que correr atrás.
Sua formação conta com grandes nomes do Brasil e do mundo. O que fica de cada professor que passa por sua vida? E como professora, o que fica de cada aluno? Acho a arte de educar a mais valiosa do mundo, seja do que for. Eu sou imensamente grata a todos os que passaram pela minha vida e que de alguma maneira contribuíram para a profissional e pessoa que sou hoje, cada um deixou um pedacinho. Com certeza, nem consigo enumerar. E hoje como professora, entendo que o que transmitimos vai além de puro conhecimento, técnica ou regras. Doamos um pedacinho de alma. Do que somos e tudo do que vivemos. E o mesmo acontece com os alunos aprendo muito com cada um deles. Seus medos, aflições e sonhos.
Dançar, cantar, podem ser armas de sedução feminina? Lógico!!! Podem não, são. Até para as desafinadas. Tempo é tudo. Sabendo dominar o ritmo de uma situação a melodia e a dança acontecem sem o outro se quer sentir que está sendo seduzido. (risos)
Além dos espetáculos você já fez cinema e também filmes publicitários. Algo que você pretende investir ou são oportunidades que você aproveita quando pode? Na verdade nunca pensei em investir em nada. Comigo as coisas simplesmente foram acontecendo. O bom é que o teatro musical acaba te preparando para todas as mídias. Eu aproveito as oportunidades.
Para ganhar seu coração o homem precisa cantar bem? (risos) Não, mas precisa falar bem! Ter conteúdo é fundamental.
Qual musical está na lista dos que você não quer passar a vida sem fazer? Por incrível que pareça o que eu mais sonhava em fazer eu já fiz que foi O Fantasma da Ópera como Christine. Depois dele a lista dos que eu gostaria de fazer é grande! Mas já aprendi que não dá pra sofrer se não acontecer. É preciso estar preparado, na idade e perfil do personagem em questão e principalmente no momento certo pra fazer um musical.
Cada novo espetáculo é como se fosse a primeira vez no palco? Ou com o tempo o “frio na barriga” vai passando? O Frio na barriga vai ficando domável (risos), mas está sempre ali. Faz parte.
Você tem participado de todos os grandes musicais produzidos aqui no Brasil. A que se deve isso em sua opinião? Qual seu preferido? Acho que a um conjunto de coisas. A formação, a experiência, a maturidade e a sorte. Les Miserables é meu preferido.
Que personagem te encantou mais, a Fiona de Shrek ou Christine de O Fantasma da Ópera? Nossa, que pergunta difícil. São dois personagens tão distintos. Amo Fazer comédia finalmente e a Fiona é um presente, um personagem muito rico. Mas a Christine foi muito especial pra mim e se tratando de Fantasma da Ópera encantamento é a palavra né?! (risos)
Essa “Fiona” já encontrou o seu “Ogro” esperado? O que ele tem ou precisa ter para te conquistar? Já! Há 10 anos. Inteligência, bom humor e paciência. Muita paciência.
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