Levantamento da Azos Seguros destaca aumento expressivo de óbitos a partir dos 50 anos; incidência da doença é ainda maior no Sudeste e no Nordeste, e elevação do total de vítimas é alarmante em Santa Catarina, Alagoas e Bahia. Entre 2014 e 2019, houve um aumento de 13% no número de mortes por câncer de próstata entre homens, de acordo com um levantamento feito pela insurtech Azos, a partir do cruzamento de informações extraídas da base oficial do Governo Federal.
Os dados consideram as idades entre 60 e 70 anos e 90 e 100 anos, que sinalizaram elevação na média de mortes, tendo aumentado 22,16% e 26,23%, respectivamente, em 5 anos. Quando se considera o grupo de homens que têm entre 70 e 80 anos, a elevação no número de mortes é de 9,87%. Na faixa entre 80 e 90 anos, o aumento atinge 9,10%. Os dados ficam alarmantes quando se considera a população masculina entre 90 e 100 anos, com um crescimento de 26,23%, no mesmo período.
As regiões Sudeste e Nordeste registram os maiores aumentos, com 15,17% e 15,70%, respectivamente. Santa Catarina (32%), Alagoas (28%) e Bahia (27%) são os estados com as maiores elevações no número de vítimas de câncer de próstata. São Paulo, o mais populoso, registra elevação de 15,90%, atingindo 18.684 mortes, entre 2014 e 2019.
“Enquanto todos os estados registram um crescimento significativo de casos neste período, o Distrito Federal se destaca por registrar crescimento em todas as idades”, afirma William Chung, analista de dados da Azos. A representatividade de mortes por câncer de próstata no registro de óbitos de homens é maior do que a média das unidades federativas. Isso também ocorre quando se considera as faixas etárias a partir dos 50 anos.
Dados mostram que a representatividade de mortes por algum tipo de câncer está crescendo em quase todas as idades, principalmente a partir dos 40 anos, como mostra o gráfico abaixo. “Acreditamos que a população precisa ter mais acesso a informações de qualidade sobre como se prevenir, frequência de exames e sintomas que não devem ser ignorados”, ressalta Chung.
ESCOLARIDADE: QUANTO MENOR O GRAU, MAIOR A INCIDÊNCIA DA DOENÇA
O levantamento da Azos também mostra que homens com grau de instrução menor tendem a morrer, relativamente, mais de câncer de próstata do que pessoas que possuem o ensino superior. As mortes por câncer de próstata são mais representativas em pessoas sem nenhuma escolaridade, e os dados mostram que esse peso é de 3,02% das mortes totais contra 1,55% de pessoas que tinham mais de 8 anos de escolaridade.
DIAGNÓSTICO PRECOCE FAZ A DIFERENÇA
O médico urologista Rodrigo Braz de Queiroz, do Hospital Anchieta de Brasília, ressalta a importância da descoberta precoce. “Essa investigação deve começar aos 50 anos para quem não tem história de câncer de próstata na família com a realização de toque retal e exame de Psa Total e Livre”, aponta. A situação muda um pouco para homens negros ou com histórico da doença na família. De acordo com o médico, nesses casos, o exame deve começar aos 45 anos.