A mistura França e Brasil nunca teve um resultado melhor do que percebemos ao conversar com nossa querida estrela Yara Charry, que atualmente está dando o que falar com sua personagem Joy. Delicada, elegante e muito talentosa, Charry é uma delícia de se ouvir a assistir em qualquer trabalho que faça. Ela aguça os sentidos e nos faz ficar encantados. Prova disso é esse bate-papo com a MENSCH que você acompanha logo aqui em baixo. “O que eu posso dizer é que eu sou bem seletiva e assertiva”, conclui nossa estrela.
Yara, pelo jeito a Joy lhe arrebatou de vez diante da sua entrega com a personagem. Como recebeu o convite e como foi a preparação? Foi tudo bem rápido. Eu fiz o teste para a Joy e, na sequência, recebi a resposta. Em pouco tempo, eu já estava gravando. Foi uma surpresa e tanto. Eu fiquei muito encantada com a história dela e com o texto do João (Emanuel Carneiro, autor). A gente devora o texto dele, impossível parar de ler. Eu lembro de ficar esperando chegar o bloco novo para saber mais e mais. Eu fiz a preparação com o elenco e busquei referências de coisas que ativassem o meu emocional e criassem a personalidade da Joy. É um papel especial demais para mim.
Durante muito tempo na trama de Todas as Flores a Joy guardou um segredo que depois revelou que era o fato de ser soropositiva. Como foi para você falar sobre esse assunto através dela? Chegou a fazer algum laboratório específico ou conheceu alguém nessas condições? Durante um tempo, até para mim, era um segredo. Sabia que existia algo no passado dela. Eu pesquisei, li… Mas o mais interessante é o feedback que eu tive nas redes, no meu direct. Eu fico feliz pela Joy ser uma personagem que é bem-sucedida, que tem a profissão dela, que tem a vida dela… Ser soropositiva é só uma coisa dentro de tudo o que ela é. E é importante mostrar isso, dessa forma.
Como o tema lhe tocou? E como repercutiu no público? Recebo muitas mensagens, muitas pessoas trocando e se identificando com a Joy. E acho que, para além de ela ser soropositiva, tem ali aquele relacionamento inicial abusivo, tóxico… Agora tem o envolvimento dela com o Diego, e ele com a mãe dela. A galera quer saber o que vai acontecer, mas é preciso acompanhar a história. A segunda temporada está eletrizante demais.
Todas as Flores é a primeira novela produzida para o streaming. O que você esperava desse projeto antes da estreia e como o avalia hoje, depois do sucesso que tem sido? Acredita que esse formato é algo que vai se consolidar ainda mais? Eu fico muito feliz de fazer parte dessa história, porque essa é uma obra muito marcante por tudo o que ela representa. Eu sabia que tínhamos uma história incrível, mas a receptividade do público foi além do que eu imaginava. Acho que esse formato veio para ficar. A minha sensação é a mesma de estar sendo exibida na TV aberta, porque as pessoas comentam, falam, querem saber mais… É um trabalho especial.
E como você percebe esse crescimento das produções para o streaming? Qual seu ponto de vista sobre a TV aberta e a TV fechada? Eu acho bom para o mercado ter cada vez mais produções e espaços para essas exibições. O Brasil é um país de tantos talentos, vejo que são mais oportunidades surgindo para quem trabalha na área. E a TV aberta seguirá, na minha opinião, tão relevante quanto já é.
Você fez sua estreia na TV na novela Velho Chico. De lá pra cá, você já viveu muitas aventuras com suas personagens e como cantora. Como avalia sua trajetória até aqui? O que destacaria? Eu nasci em Paris. Sou filha de uma mãe brasileira e um pai francês. E eu vim trabalhar no Brasil com 18 anos. Vim sozinha e me estabeleci aqui. E foi muito transformadora essa experiência, muito potente. Tenho muito orgulho de todo o caminho que eu trilhei até aqui. E mesmo a minha família estando na Europa, eu me sinto tão em casa aqui, quanto lá. Quero ainda trabalhar muito, fazer muitas coisas… Tenho 25 anos, sou uma artista inquieta, gosto do movimento.
Falando nisso, quem surgiu primeiro a Yara atriz ou a Yara cantora? Pretende conciliar as duas carreiras sempre que puder? Sim, as duas profissões vão caminhar juntas. Acredito que a atriz se consolidou em mim antes. Eu me apaixonei pela atuação e amo o que faço. Mas desde pequena, a música faz parte da minha vida. Participava do Coral de Paris durante toda a minha infância e adolescência. Depois eu fiz o Popstar, programa da Globo, e ele reacendeu essa chama.
Filha de mãe brasileira e pai francês, como percebe essas duas culturas em você? Quando você pensa “sou muito francesa mesmo…” ou “não posso negar que sou muito brasileira”? (risos) Eu sou muito essa mistura desses dois países, dessa união dos meus pais. Nasci em Paris e fui criada lá, mas o Brasil sempre esteve presente na minha casa, na música, na cultura, na comida… E nas visitas que fazíamos. Cresci com esses dois países como referências de minha história, de quem eu sou. Eu sou fruto do amor dessas duas pessoas que o destino uniu, mesmo com essa distância geográfica. Acredito que o afeto, o amor, me fazem ser tanto francesa quanto brasileira.
Com uma voz rouca e um jeito ligeiramente tímido, você conquista o público e quem quiser. Que “armas” usa na hora da conquista? Mas se eu revelar, qual será a graça depois? (risos). O sucesso está no segredo (mais risos). O que eu posso dizer é que eu sou bem seletiva e assertiva.
Quem seria uma referência na música e quem seria uma referência da dramaturgia para você? Nossa, muito difícil. Tem muitos artistas brasileiros e franceses que me inspiram na atuação e na música. Seria até injusto citar nomes, porque eu vou deixar de fora algum… Eu amo ver filmes, escutar música… Cresci com essa referência dentro de casa, então, muitos artistas me inspiram.
Você se considera muito vaidosa? Como é sua relação com o espelho? Mudaria algo em você? Eu sou. Gosto de me sentir bonita, de cuidar de mim, da pele, do cabelo. Tenho uma boa relação com o espelho. Hoje, digo com tranquilidade que não mudaria nada.
O que mais você deseja na profissão e na vida pessoal? Quero fazer mais novelas, filmes, séries… Quero lançar meu EP com as minhas músicas autorais. E seguir me sentindo livre, potente e ciente das minhas escolhas. E feliz por cada uma delas.
Para conquistar Yara basta… Ser de verdade. Esse é um bom começo.
Quais os planos para breve? Fiz uma participação agora em Amor Perfeito e amei fazer uma novela de época. Estou bastante focada na minha carreira como atriz. Atualmente estou em Paris a trabalho e terei novidades. Paralelamente, estou trabalhando no meu EP, que terá canções autorais. Vou ter muita coisa para contar em breve. Não consigo ficar parada (risos).
Fotos Fábio Kerr
Beleza Karlita Ferreira
Assessoria Stampa Comunicação