CAPA – Dudu Azevedo encara novos desafios na TV, cinema, música e na vida

Aos 37 anos Carlos Eduardo, ou melhor, Dudu Azevedo como é amplamente conhecido, guarda os mesmos valores herdados de uma criação livre e de uma família harmônica. Entre as onda do mar e a boa música, Dudu tem trilhado seu caminho de forma leve e dedicada em seu ofício como ator. Com sucessos no cinema e na TV, recentemente participou de uma novela de época, “Os Dez Mandamentos”, e já segue seu caminho rumo a novos desafios na sua carreira. De bem com a vida e com sua carreira, Dudu gentilmente conversou com a MENSCH e se mostrou um cara ainda mais legal que seus personagens.

Garoto carioca, família grande e desde criança criado ao som de músicos como Jimi Hendrix, Pink Floyd e Gonzaguinha. Tendo por trás disso tudo muito mar e surf. Como tudo isso te moldou e influenciou o jovem Carlos Eduardo? Sem dúvida alguma crescemos mergulhados em influências que, naturalmente, determinam muita coisa na formação dos nosso hábitos, personalidade e caráter. Cresci cercado de praia, música, esporte, mas, também, de muito amor e amizades verdadeiras… Todas essas referências, além de muitas outras, estão notoriamente em mim e fazem parte de quem eu sou hoje.

O que a família tem ensinou que você levou para a vida? Minha família é tudo e acabei ganhando outra maravilhosa quando casei. Tenho, nos dois lados, referências muito fortes de amor, respeito, qualidade enquanto indivíduo e caráter. Na realidade, são virtudes que buscamos e falamos muito, mas que na prática, são muito raras. Meu pai me educou pelo caminho do exemplo e essa, na minha opinião, é melhor forma de educar. Falo do caminho do exemplo sem preconceitos e que te tornam, de fato, um ser humano melhor. Não importa quem você é, mas o que está dentro de cada um de nós. Tive o privilégio de ser cercado por pessoas maravilhosas e continuo tendo.

E a música foi o que primeiro te despertou para a arte? Que influências ela teve e tem até hoje na sua vida? Minha curiosidade pela música apareceu muito cedo. Meus irmãos ouviam muita música e faziam aulas de violão. No prédio onde eu morava também tinham muitas outras crianças e adolescentes que tocavam instrumentos e formavam suas primeiras bandas. Esses foram os meus portões de entrada. Depois disso, descobri o prazer na música e não parei mais.

Quem continua sendo seus ídolos até hoje e por que? As pessoas que mais me influenciam e despertam a minha admiração, normalmente, não são figuras famosas. Claro que tenho grandes ídolos na música como Gil, Caetano, entre tantos outros, assim como no esporte e na dramaturgia, mas costumo admirar mais os grandes seres humanos, como meu pai, por exemplo. É nele que penso quando ouço essa pergunta.

E como veio no meio disso tudo a carreira de ator? O início de tudo foi em “Confissões de Adolescentes”, não foi? Comecei muito jovem a fazer testes para publicidade, séries e novelas.  Apesar disso, o ofício da profissão de ator só se tornou real pra mim quando decidi largar de vez a faculdade de Direito, aos 21 anos, para me dedicar integralmente a carreira que abracei desde cedo, mesmo sem perceber. Entendi que um ator não pode deixar de se aperfeiçoar nunca e tenho me dedicado a isso até hoje.

Depois veio estreia na TV com horário nobre, em “Celebridade”, e no cinema com o filme “Cazuza – O tempo não para”. Começou com o pé direito e com força heim?” Como foi isso pra você? Desde que decidi trabalhar de verdade nisso, por paixão mesmo, nunca mais parei. Hoje, felizmente, tenho a honra de já ter participado de grandes obras no cinema e na TV. Também tenho a sorte de não ter me faltado oportunidades e a felicidade de estar estabelecido na profissão que escolhi e que me realiza. Apesar disso, nada está garantido e temos que correr atrás, sem descanso, para que as coisas continuem dando certo e frutifiquem cada vez mais. De qualquer forma, posso dizer que tenho muito orgulho das minhas batalhas e de tudo que construí até aqui.

Agora, depois de mais de 10 anos de Globo você trocou de emissora, indo para a Record. Como foi e tem sido essa troca? Nunca vi como uma troca de emissora. Trabalhei como artista exclusivo da Globo ao longo dos últimos 10 anos, depois fiz uma novela na Record (contrato por obra) e hoje me preparo para estrear uma participação numa série do GNT. Acredito que, cada vez mais, os artistas estarão livres para trabalhar em obras audiovisuais nas diversas mídias estabelecidas. Atualmente, muitos trabalhos acontecem dentro e fora das grandes emissoras e, para se trabalhar nelas, não é preciso ser um artista exclusivo. Existem contratos por obra que, dependendo do caso, nos permitem uma maior liberdade em trabalhar com produções independentes e que tendem a ser cada vez maiores e melhores.

 

Na TV você só tinha participado de novelas contemporâneas, como foi fazer uma novela bíblica? O que te desafiou mais? Todo mundo quer fazer obras de sucesso, personagens de grande identificação com o público e novelas atuais que dialoguem com o espectador dentro de temas cotidianos. Apesar disso, vejo essa fórmula como uma espécie de atalho. Acho que os desafios fundamentais estão nos personagens mais verticais e indigestos… Esses, sim, são mais instigantes e necessários para a evolução e, sem dúvida alguma, para realização do ator.

Aos 37 anos, mais maduro e com novos rumos na carreira. Como está do Dudu Azevedo hoje? O que guarda do garotão de Niterói e o que mudou com o tempo? O Dudu de hoje é o Dudu de sempre. Claro que o tempo muda a gente um pouco, mas, na essência, sou o mesmo. Sobre novos rumos, isso é uma constante no trabalho do ator e, com 37 anos, me sinto bem por tudo que aprendi e guardei de bom em relação as coisas que já passei.

Recentemente você se casou. Como tem sido a experiência. O que é mais fácil e difícil num casamento, que você percebeu até agora? Me casei com uma mulher que amo e admiro mais a cada dia. Com ela, ganhei dois filhos que não tinha e uma família que não poderia ser melhor.

Já se imagina como pai? Que ensinamentos teve da sua família que pretende passar para um filho? Sempre amei e esperei pelo momento de ser pai. Gosto da ideia de encher a casa de filhos. Educar é um grande desafio- talvez um dos maiores, mas também é uma experiência deliciosa.

Quais os maiores valores que um homem pode ter e ser? Tive, em casa, a referência da honestidade no meu pai que sempre foi muito correto, trabalhador, simples e com os pés no chão. Ele me trouxe a consciência de que sozinhos não somos nada e me ensinou a desejar sempre o bem, a proferir palavras positivas e torcer somente a favor e nunca contra. Meu pai me ensinou que a verdade é soberana, a dignidade é o conforto da consciência e que não devemos nunca fazer com ninguém o que não desejamos pra nós mesmos. Me ensinou também que uma mão lava a outra e que ser feliz com a felicidade do outro é uma grande virtude. Sinto saudade do meu pai.

Falando em idade, como você lida com ela? Como mantem o corpo em forma e saudável? Minha idade quem determina é a minha cabeça e meu corpo tem correspondido com esporte e alguns cuidados com a alimentação.

Você faz a linha esportista e “natureba”? O que faz sua cabeça nesse sentido? Pratico esporte, mas com moderação e sem excessos. Minha alimentação é boa mas não sou natureba. Comer também me traz felicidade! Não sou refém de dietas, tampouco da gula. A receita é o equilíbrio.

Tem momentos de enfiar o “pé na jaca” em relação a dieta e rotina saudável? E quando acontece isso? “Enfiar o pé na jaca” não é muito a minha praia, mas não me privo dos prazeres de comer bem. O Importante é não deixar que esses prazeres virem rotina.

É um cara vaidoso? Como lida com o espelho? Não deixo de me cuidar e querer estar bem, mas, como disse antes, os excessos são armadilhas. Seja homem ou mulher, acho que a vaidade excessiva atrapalha.

O que vem por aí? Quais seus próximos passo que podemos saber? Tenho dois filmes em fase de pré-produção pra rodar. A ideia de uma peça de teatro, uma série de TV e outros projetos ainda sem data definida. As prospecções não param!

Fotos Rodrigo Lopes
Direção Criativa e Stylist Márcia Dornelles
Beleza Ale Grochko

DUDU VESTE: Look 1 – Smooking vinho Raffer, camisa social preta Blind Class, sapatos (acervo), anel Panna; Look 2 –  Camisa Maresias, calça Mac Choose, Jaqueta xadrez Raffer, echarpe Panna, anel, pulseiras Panna, tênis (acervo); Look 3 – Camisa azul Bic Jhordano, calça preta Raffer, echarpe, anel da Panna.