Se teve alguém que deu uma guinada na vida no ano de 2016, Leonardo Young é um desses caras. O empresário paulista de 31 anos, formado em administração de empresas pela PUC-SP, se inscreveu no badalado programa MasterChef e saiu do programa como o grande vencedor do ano. De lá para cá vários projetos aconteceram e vários outros estão por vir. Mestiço de chinês com austríaco, iniciou sua carreira no mercado financeiro entre bancos e corretoras, até que em 2015 decidiu morar na Ásia, Tailândia e China, onde descobriu sua paixão pela gastronomia. Para quem sonhava quando criança em ser um executivo de sucesso de uma multinacional, hoje o sonho é abrir o próprio negócio no ramo da gastronomia.
Com pinta de galã, Leo já trabalho como modelo e se considera um cara moderadamente vaidoso, “me considero vaidoso mas sem exagero. Cuido bem da minha saúde através de uma alimentação saudável e equilibrada, mas sem dieta! O fato de não gostar muito de doces e frituras já ajuda bastante a balancear minhas refeições. Pratico esportes regularmente, gosto de correr, malhar e jogar tênis”, conta ele. A sua aptidão pela cozinha encontrou apoio em seus pais, “meus pais sempre me inspiraram bastante na cozinha, assim como cozinheiros e chef’s que conheci ao longo dos últimos anos”, comenta ele.
O MasterChef Brasil foi um divisor de águas para você, fale sobre a experiência, a vivencia durante o projeto de fato é transformadora? Como seu caminho cruzou com o projeto? E como anda o pós- MasterChef? A participação no MasterChef foi uma experiência fantástica. Não digo isso porque fui campeão da competição, foi realmente um projeto transformador. Muito mais do que aprimorar meu lado cozinheiro, me tornei uma pessoa mais madura para contornar as adversidades. Fortaleci o meu lado emocional e mental. O programa cruzou a minha vida em um momento que eu realmente queria uma grande guinada na minha vida profissional. Tomei coragem e me inscrevi na competição. Estou em uma fase muito boa pós programa, repleto de projetos, eventos de gastronomia e compromissos com a BAND – fui contratado pela emissora e hoje apresento a prévia MasterChef.
Inevitável perguntar sobre como foi sua relação durante o programa com Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella e com o termino do programa, se ainda há acesso as mentorias deles, caso sim, como acontece? Existe algum projeto futuro que interligue vocês? Desde o início do programa eu tive uma relação muito boa com os três jurados. Apesar de ter levado diversas broncas pesadas ao longo da competição, eu sou muito grato a eles porque foi assim que eu aprendi bastante, afinal é nos erros que a gente aprende mais! Sempre tentava absorver as críticas da melhor maneira possível, nunca levava para o pessoal. Continuo me relacionando com eles pós programa mas não temos nenhum projeto em comum.
Quais suas referências de chefs nacionais e internacionais na atualidade? Chef nacional admiro muito o trabalho do Jefferson Rueda, Janaína, Rodrigo Mocotó e Alberto Landgraf. Chef internacional eu destaco o Gordon Ramsay e Alain Passard, aprendi bastante com eles.
Tem alguma mania? Mania de arrumação vale? Sou super organizado.
Ser cozinheiro é… Ter o privilégio de alimentar as pessoas e conseguir transmitir a minha essência e mensagem de vida através da comida.
Você é uma pessoa que usa ativamente as redes sociais compartilhando imagens muito belas, fala um pouco sobre essa sua relação com a imagem. Qual a importância da fotografia para o universo da gastronomia? Tanto a gastronomia como a fotografia tem uma conexão muito forte com Artes. A fotografia impulsiona a gastronomia, sem dúvida alguma. Claro que o sabor é a peça chave em um prato de comida, mas a apresentação é fundamental também. Começamos a comer com olhos.
Quando e como descobriu a gastronomia? Quais foram as pessoas que mais lhe inspiraram e incentivaram? Descobri a gastronomia quando fui morar fora do Brasil. Queria ter uma experiência diferente e fui passar um ano e meio na Tailândia e China. Como estava sozinho e tinha que me virar para comer, comecei a cozinhar cada vez mais e assim descobri meu gosto pela gastronomia. Meus pais sempre me inspiraram bastante na cozinha, assim como cozinheiros e chef’s que conheci ao longo dos últimos anos.
O que mais gosta de cozinhar quando está só? E quando é para amigos? Quando estou sozinho gosto de fazer uma boa massa com diferentes variações de molhos! Carbonara, pesto, tomate, branco, vôngole… Para os amigos gosto de usar a churrasqueira que tenho em casa para fazer um belo corte de carne na brasa (ancho, t-bone e costela são os meus prediletos) com algum legume de acompanhamento. Gosto de pratos rápidos e frios também, como tartar de carne e peixe.
Como é explorada a tecnologia no universo da gastronomia? Como interfere no trabalho autoral e na qualidade dos resultados? A tecnologia não é um pré-requisito para fazer um bom prato. É possível fazer um belo trabalho na cozinha em condições rústicas sem tecnologia, no fogão a lenha, sem sequer energia elétrica. Depende muito do cozinheiro e o seu estilo. Quem gosta de usar a tecnologia a seu favor consegue elaborar pratos com um toque mais modernos através dos equipamentos/utensílios de ultimas geração. Mas reforço que isso não é condição agregar sabor e qualidade ao prato.
Você é um amante da cultura? Como acontece o seu processo de leitura de mundo, como isso influencia no processo criativo e na interpretação dessas informações para produção dos seus pratos? Apesar de ser um amante da cultura, não estabeleço uma relação da maneira como vejo o mundo com o processo criativo dos meus pratos. Cozinhar é uma forma de Arte e minha inspiração vem mais daquele momento específico da minha vida, envolvendo o lado emocional e sentimental também.
Como vê o cenário brasileiro para investimentos tanto na área de gastronomia, quanto de empreendedorismo e inovação para os próximos anos? O País está em um momento político econômico muito difícil e preocupante. A área da gastronomia foi afetada e diversos empreendimentos tiveram que fechar as portas. Os investidores estão mais cautelosos e o consumo diminuiu significativamente. Acar das perspectivas não serem boas no curto prazo, torço para o Brasil retomar o crescimento a partir do ano que vem.
Um dia após a final do MasterChef, você lançou na internet uma campanha de crowdfunding para abrir um empreendimento na área de hamburguers negócio é uma sociedade de Leo com Zé Soares, do blog “Do Pão ao Caviar”, e a empreendedora Bel Pesce, que estudou no MIT e morou no Vale do Silício, que gerou polêmica na internet. Na sua opinião o que ocorreu com a campanha do Zebeléo? O MasterChef foi um projeto longo que durou quase 6 meses e foi muito desgastante. Saí de lá atordoado, ligado no 220V, e antes da ficha cair eu anunciei o empreendimento no dia seguinte. Fui muito afobado e impulsivo e acabei cometendo o erro de lançar uma companha repleta de erros de comunicação, mal apresentada. Rapidamente percebi a besteira que tinha feito, reconheci os erros e suspendi a campanha.
Quais as qualidades e diferenciais profissionais de Leo Young? Qual a sua marca pessoal nos pratos que produz? Sou muito dedicado, esforçado e concentrado. Destaco como minha marca pessoal nos pratos: ponto correto da proteína, molho e apresentação.
O que não pode faltar na sua cozinha? Ervas e uma bela proteína fresca!
Falando em futuro, o que vem por aí? Quais seus planos que você pode compartilhar conosco? Estou em uma fase fantástica da minha vida, correndo e trabalhando muito! Não parei desde a final do MasterChef, muitas portas se abriram! Tenho feito diversos eventos de gastronomia, jantares corporativos, workshop’s, viagens, compromissos com a Band que me contratou para apresentar a Prévia MasterChef, filmagens do meu canal do YouTube, e claro, projetos futuros incríveis que eu estou estruturando com muito carinho. Meu desejo maior é ter o meu próprio negócio no ramo da gastronomia.