CAPA: Sergio Marone, muito além de um galã de TV

 

Sergio Marone vive um momento de estabilidade e maturidade, tanto no lado pessoal quanto no profissional. Sempre em evolução, Marone acabou de dar vida a um personagem polêmico, o maléfico Ricardo Montana em “Apocalipse”. E com ele vieram questionamentos pessoais sobre o bem, o mal e nossa realidade atual. “Poderia até dizer que enxergo o Ricardo Montana em vário políticos brasileiros. É bom falar sobre esse tema para abrir os olhos do público, política e religião não deveriam se misturar”, comentou ele. Com mais de 17 anos de carreira, Marone vem colecionando personagens marcantes e aprendendo um pouco com cada um eles. Mas sempre com muito foco e determinado. E assim ele segue pronto para novos desafios que vão além da função de ator.

Você acabou de participar da novela “Apocalipse”, na Record, que avaliação faz desse trabalho? Teve algum desafio maior que você não tinha provado antes? O maior desafio de “Apocalipse” foi a quantidade enorme de texto para estudar em tão pouco tempo. O ritmo de uma novela é desafiador e o Ricardo Montana tinha muitos discursos, era bastante verborrágico. Foi um desafio muito grande fazer esse vilão.

A guerra entre o bem e o mal é eterna. Como você enxerga isso nos dias de hoje? Acredito que o bem e o mal está dentro de todos nós, a guerra começa ai. Todos os dias temos que fazer escolhas e com elas temos a oportunidade de sermos bons ou maus. Num contexto mais amplo, acho que tem mais gente de bem no mundo, mas o mal é mais organizado.

Nesse trabalho você pôde perceber traços marcantes dos dias atuais no enredo? Como isso te tocou? Muito! Poderia até dizer que enxergo o Ricardo Montana em vário políticos brasileiros. É bom falar sobre esse tema para abrir os olhos do público, política e religião não deveriam se misturar. Nem sempre uma pessoa religiosa é do bem, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Desde sua estreia na TV, em 2001, já vão mais de 17 anos de carreira e muitos trabalhos. Quais os momentos mais significativos para você como ator e como pessoa? São vários os momentos. Tenho um carinho enorme pelo Santhiago (minha estreia na TV em “Estrela Guia”), pelo Ceceu de “O Clone”, de Gloria Perez. Também pelo Nicholas de “Caras e Bocas”, personagem de uma novela de Walcyr Carrasco e o Ramsés de “Os Dez Mandamentos” certamente representa uma mudança importante na minha carreira. Aprendi muito com todas as oportunidades que tive como apresentador e como pessoa diria que minhas realizações são muito baseadas nas minhas viagens e no meu entendimento enquanto ser humano nesse planeta enorme e lindo. Está sendo muito significativo agregar lançando um vídeo como o #ParedeChupar, difundindo uma mensagem tão importante, fazendo as pessoas refletirem através de um canudo o consumo de plástico no seu dia a dia. Ambiente limpo não é o que mais se limpa, mas o que menos se suja. Afinal de contas, bons planetas são difíceis de encontrar.

Inclusive você chegou a atuar como apresentador e repórter no “Dancing Brasil”. Se sentiu desafiado nessas novas funções? Sim. Sair do lugar comum me estimula. Mas confesso que apresentar ao vivo, um festival de inverno na TV chilena, em espanhol, foi um dos meus maiores desafios.

Quando recebe uma crítica negativa que peso isso tem para você? O que pesa mais, muito elogio ou uma crítica negativa? O mais importante, sempre, é a comunicação. Uma crítica, mesmo negativa, estabelece uma comunicação entende? Estamos aí irmão!

Como ator quando se sente mais desafiado? Com personagens que se distanciam da minha personalidade. Me tiram da zona de conforto.

E como homem, como se sente hoje em dia com tanto policiamento e o politicamente correto cada vez mais forte? Como ser humano, acredito que respeito é a base de tudo, e que existe uma linha muito tênue entre o flerte e o assédio. Tudo depende do tom e do contexto.

O que é pior mulher machista ou homem feminista demais? Qualquer rótulo é muito chato.

Que característica sua você tem orgulho? E que defeito mudaria? Sou focado e estou sempre em busca de uma evolução como ser homem e profissional, ampliando o meu olhar sobre o ser humano e o mundo. Sou impulsivo e isso às vezes pode ser um defeito, preciso me cuidar.

E o que te encanta nas mulheres? O que procura e admira? Espontaneidade, cumplicidade, interação, química, respeito mútuo e senso de humor. Mas não procuro nada nesse sentido, acho que tudo é uma questão de energia e de como interagimos com ela.

Você está sempre em forma e com o shape em dia. Como cuida do corpo e qual sua rotina e dieta? Eu domo um leão preguiçoso por dia, encaro meu maior inimigo, a minha mente preguiçosa. Estabeleço uma rotina de treino, com acompanhamento de um personal trainer e do Dr. Theo, meu endócrino. Cuido da pele e estou sempre atento e selecionando alimentos naturais e sem agrotóxicos.

Você se considera um homem vaidoso? Até que ponto? Saudavelmente vaidoso. Eu treino, gosto de me vestir bem, limpo e hidrato o rosto com uma linha de produtos veganos e de alta tecnologia desenvolvida exclusivamente pro homem. É isso!

Nos momentos de folga o que faz sua cabeça? Troco ideias com os amigos, vou ao cinema, ao teatro, ouço música…

Quando quer paz onde procura? Na natureza.

Com o fim de “Apocalipse” quais os próximos projetos? Algo em vista ou apenas descanso? Estou sempre em ebulição, agora mesmo estou desenvolvendo um formato pra linha de shows da TV, quero estar mais presente como apresentador nesse veículo. Também estou produzindo um longa-metragem, o “Jesus Kid” (de Lourenco Mutareli) dirigido pelo Aly Muritiba, e algumas outras ideias ai.