CAPA: UM PEDRO NOVAES MUSICAL

É no clima de total descontração que entrevistamos Pedro Novaes, ator e músico que ama uma praia. Daí claro que o ensaio com ele só poderia ser lá, na praia e numa vibe totalmente descolada e à vontade. Filho de pais famosos e queridos do grande público, o maior desafio de Pedro é seguir sua trajetória e criar sua própria história. Baseado nos ensinamentos dos pais, suas grandes referências, Pedro já participou de projetos na TV e se prepara para lançar o primeiro da banda Fuze, na qual faz parte. Pedro é um cara leve, solar e dedicado em tudo que faz. Descubra um pouco mais dessa cara boa praça.

Pedro, como anda a vida nessa volta “pós-pandemia”? Como foi criar e produzir nesse período complicado? Esse período foi complicado para todo mundo. No ramo da arte, as pessoas que trabalham com shows, espetáculos, apresentações, eventos etc precisaram se reinventar. Eu acabei estudando nesse tempo. Graças aos meus privilégios, tive um ambiente para ficar tranquilo, uma casa, um espaço que permitiram me manter saudável e aprimorar algumas coisas e sou muito grato por isso. E nesse tempo nós – eu junto com a Fuze – focamos muito na composição, nas nossas produções. Além das lives que fizemos. Também fiz uns cursos de produção musical na Internet e foi a partir daí, que comecei a me aventurar e ver isso como uma possibilidade de trabalho também. Hoje, faço alguns trabalhos com artistas amigos para desenvolver esse meu lado da produção. Ainda estou no começo, mas como já tenho uma boa noção de música, fica um pouco mais fácil. Sobre a volta, agora que as coisas estão começando a realmente acontecer, podemos ver no mercado vários festivais acontecendo e, para a Fuze, o nosso foco é estar nesses espaços para que a gente chegue, cada vez mais, a novos públicos. Isso tem acontecido e estamos muito felizes. Agora, no fim do mês, faremos um show em BH, no festival Walls. 

Tem focado mais no lado músico ou ator? O que vem por aí nessas duas áreas? Estou focado na música. Depois de Malhação, já era meu plano. Sempre estive focado na música, mas quis fazer esse trabalho de Malhação. Fiz o teste, passei e a ideia era sair já na música. Já tinha engatado, mas veio a pandemia. Agora, que as coisas estão acontecendo, estou 100% no foco que já estava planejando, mas não deixo a atuação de lado. O foco principal é a música, mas se eu puder fazer um trabalho de atuação que equilibre com os meus horários e compromissos como músico, eu consigo adaptar. Quando pinta uns trabalhos menores que dão para conciliar, eu tô dentro. Com a Fuze, estou trabalhando nosso primeiro álbum, Ninguém mais compra disco, e nas novas produções deste ano. Foi lindo o lançamento, todas as músicas conectam muito com a gente, com a nossa essência. Agora, estamos com agenda aberta, queremos rodar novos estados e está sendo muito bom ver as oportunidades surgindo. Como ator, fiz uma participação no filme da HBO Procura-se um Marido com produção da Framboesa Filmes. Trabalhei ao lado do Klebber Toledo, Camila Queiroz e outros atores incríveis. Também fiz, há um tempo, uma participação num filme que vai sair em breve junto com o meu pai, com direção do Rogério Gomes – elenco sinistro também. 

Você já trabalhou em dois filmes produzidos por sua mãe. Como foi a experiência? Ela é mais exigente ou paciente no trabalho com você? Eu estava em momentos muito diferentes da vida. Em um, eu era muito novo e no outro, um pouco mais crescido, mas ainda muito jovem. Minha mãe – e meu pai também, são muito tranquilos. Sempre me deixaram muito livre para eu me expressar, criar minha própria arte e traçar o meu caminho. Eu tenho dois ícones da atuação em casa. Então, eventualmente, eu sempre pego uma dica aqui e outra ali. Mas, em geral, tudo vem do meu instinto de atuação que está em mim. Eu me sinto com essa facilidade de interpretar. Mas, claramente, tenho muita coisa para aprender, preciso frisar isso. Mas esse trabalhos que fiz com a minha mãe, foi muito mais com a energia de que estávamos fazendo um trabalho juntos do que ela exigente sobre o que eu tinha que fazer. Ela me deixou livre para criar com ela, como ator. 

E com seu pai, já rolou algum trabalho juntos? Se não, qual seria o ideal? Eu já fiz ele mais novo numa novela da Globo – deve ter uns 4 anos. E, depois, eu fiz essa participação que comentei num filme, antes da pandemia, dirigido pelo Rogério Gomes, que eu fiz ele mais novo também. Só que é uma coisa de época assim. Foi bem diferente, mas as duas situações foram mais ou menos as mesmas. Não contracenei fazendo um outro papel. Eu acho que gostaria de fazer outro trabalho no futuro e quem sabe, contracenar com ele. Nunca fizemos, mas tenho vontade. No futuro, pode acontecer e vai ser lindo. 

De onde veio a influência para a música? Da atuação já imaginamos (risos)… Tem muita coisa que influencia na composição das músicas. Sua própria vivência já é uma grande influência para você criar suas músicas. Você pode pegar cada história e transformar em uma música. Junto com o conhecimento teórico e feeling, claro. Os sentimentos te levam para uma música. Imagina quantos sentimentos a gente experiência e o quanto podemos fazer a partir deles! Mas, falando de influência, a gente acaba bebendo do  que escutamos, né. Eu escuto tudo que já foi escutado, que ainda se escuta, o que se escuta agora e o que ainda se escutará (risos). Red Hot, Bob Marley, Caetano, Djavan, e coisas atuais como Criolo, Djonga, Baco, Cynthia Luz, Marina Sena – tô gostando muito do trabalho dela e quero muito conhecê-la. Tudo isso influencia. Mas o fato da atuação acontecer, acabou influenciando um pouco também. A criatividade do ator para criar um personagem, pode ser a mesma criatividade de um compositor para criar uma música. Além de meus pais, claro, que me apoiam na música e me influenciaram desde cedo. 

Como você lida com redes sociais? Como separa o que é privado e o que é público? Eu acho que tem coisas que andam juntas e tem outras, que você guarda para você. As redes também podem ser um reflexo de sua vida privada. Se você quiser mostrar, isso não é um problema. Acho que vai de cada um, e cada pessoa escolhe o que quer expor ou não. Outras coisas acontecem naturalmente. Mas, eu acredito numa coisa – o que você tem para entregar no ao vivo, no olho no olho, físico, acho que é bem mais rico do que você pode levar através das redes sociais. Chegar, trocar uma ideia, etc. A troca é mais real, sincera e fiel. Mas, para mim, vejo como um portal que eu tenho de poder passar coisas legais, de influenciar as pessoas para o bem, fazer a diferença na vida delas… Eu faço música para isso. Quero que a mensagem sirva como algo bom, algo que transforme e dê alegria. É uma ferramenta de poder para influenciar, através de coisas boas. 

Seu pai é um ícone da TV brasileira. Isso já ajudou ou te atrapalhou em algum momento? Consigo ver de uma maneira muito positiva. Eu sou muito grato por tudo que eles conquistaram e tenho muito orgulho. Eles sempre me passaram essa humildade de saber de onde eles vieram, onde eles estão agora e tudo que conquistaram. Sou muito grato por ter essa consciência de saber tudo que temos e dar valor a tudo isso. Tenho a plena noção de acordar e agradecer por todos os privilégios e oportunidades que tenho e por acreditar na arte. Tudo foi conquistado através da arte. Isso só me dá mais força para conquistar o meu espaço através dela, que é o que sempre quis na vida e sempre soube que faria isso. Sempre com muita humildade e consciência. Isso sempre foi passado para a gente. Muitas portas se abrem/abriram por eles serem ícones da TV para o nosso trabalho como músicos. Quando uma porta se abre por causa disso, eu entro mesmo e vou trabalhar. Eu quero sempre poder mostrar meu trabalho, tanto na música quanto na atuação. Mas eu sempre prefiro conquistar algo pelo meu esforço. É muito mais gratificante. Quando passamos no festival de bandas do João Rock, o segundo maior festival de música do Brasil, fomos lá entre mais de 600, passamos entre as 20, depois entre 10 e ganhamos. Ser filho de meus pais, só me dá mais vontade de mostrar o meu trabalho. Me dá gás para mostrar minhas habilidades, que eu sou bom e estudo. Sempre com muita vontade de andar com os próprios pés. 

O que te tira do sério e o que coloca um sorriso no rosto? Sorriso no rosto para mim é simples (risos). Dar um mergulho no mar, meu dia já tá diferente. Trocar ideia com uma pessoa legal. Ver que existem pessoas magníficas e humildes no mundo, isso me deixa muito feliz. Gosto muito de ajudar alguém também. Conquistar uma coisa. Fazer um trabalho e ver que estudei, dei o meu melhor, o sangue, isso me deixa feliz. Poder acordar bem, tranquilo. Falta de respeito me tira do sério, bastante assim. Coisas que vejo na rua também me entristecem. Mas, em geral, costumo estar positivo. 

Com a exposição da TV vem o assédio, inclusive virtual. Como você lida com tudo isso? De boas, tranquilo. Que bom que as pessoas estão passando um carinho ali. Costumo olhar para isso de forma bem positiva. Espero que eu passe coisas maneiras para elas também, sempre. Fazer a diferença. É dessa maneira que uso esse assédio, para poder atingiras pessoas de uma maneira legal. Sou muito grato pelas pessoas virem até mim, reconhecerem meu trabalho. São elas que fazem tudo acontecer. 

Na hora de relaxar, muita música, praia, surf e… Minha namorada né. Namorar é bom demais. Não podemos deixar de falar disso. Amo minha namorada, tenho momentos com ela que me deixam bem mais tranquilos. Troco ideia com ela sobre tudo. Nesse momento da minha vida, está sendo uma coisa muito importante para mim. Um acrescenta o outro. Eu aprendo coisas demais com ela. Isso tem sido uma coisa muito legal. E acho que várias coisas me relaxam. Sair com meus amigos, que são como meus irmãos, que conto nos dedos. Além de nós da Fuze – eu, meu irmão, meu primo, Gui e o Zé Lins nosso empresário- sermos da Banda, somos melhores amigos também. É muito bom sair com eles. E natureza, que é tudo! Me ajuda com os amigos e com a namorada para relaxar. 

Hoje é Dia das Mães, o que te vem à cabeça quando pensa nela? Nossa, minha mãe é leveza, amor incondicional, infinito e dedicação. Ela é um poço de amor largo. A gente se ama muito e quando tô com ela e com a minha irmã, eu sinto a pureza do amor delas. Isso também entra na resposta do relaxar. Ficar com a minha família, minha mãe e minha irmã eu sinto que meus problemas desaparecem. Ela é minha parceira, minha melhor amiga. Falo com ela de tudo, com muita transparência. Ela é uma referência de espiritualidade e energia boa. Muito conectada com ela mesma e me influencia muito. Tanta coisa boa que não consigo me conter. Muito grato e feliz por ter ela como minha mãe. 

O ano apenas começou (risos)! O que ainda vem por aí que pode compartilhar com os leitores? Quero agradecer pelo espaço e por todos que leram sobre minha vida e carreira. Poso compartilhar que tem muita coisa boa por vir. Muito trabalho, muita música boa, shows… Fiquem ligados nas minhas redes e no perfil da banda @fuzeoficial. Acessem lá para saberem onde estaremos tocando e se puderem comparecer, vou ficar muito grato, porque é isso que move a gente e o que faz vocês se conectarem com a gente. Também trabalhos de atuação, sei que tem alguns por vir esse ano. Fiquem ligados porque não posso falar nada (risos). Escutem Fuze nas plataformas e votem – ano importante para o nosso Brasil!

Fotos Marcio Farias

Styling Samantha Szczerb

Agradecimentos: Eduardo Guinle, Hermes Inocencio, Segheto