Por Nadezhda Bezerra
Tem um mês Ana Carla e Zé Luís não transam direito. Uma mão aqui outra ali. Rapidinha. Gozo no automático. Bicotinha na despedida. Vão levando como dá. Ou sem dar mesmo. Não é falta de tesão. É tensão. Ana Carla está envolvida em uma licitação importante. Não só isso. Pela primeira vez uma mulher pode ocupar o cargo de presidente na empresa onde trabalha. Tem dado suor, tempo, sangue, dedicação. Ao trabalho e a casa. Só não tem dado para o Zé Luís.
Torcedor e incentivador da Ana Carla, Zé Luís super entende. Desabafa com um ou outro amigo na mesa de bar das quartas à noite e segue feliz pelas conquistas da companheira fazendo justiça com as próprias mãos.
“Ana, Aninha, meu amor, tá muito cansada? Tô morta, Zé!” Virou para o lado desolado. Insônia e TikTok na madrugada. Zé acordou animado. Ana Carla estranhou. “Eita, Zé, viu periquito verde, foi? Nem verde, amarelo ou de qualquer outra cor, né, meu amor?” Ela riu. “Bem que você podia me dar uma ajudinha, hein?! É justamente isso que vou fazer!” Finalmente. Ela pensou.
Ana Carla é feliz com Zé Luís. Ele tem lá seus defeitos, mas quem não tem? Leal, honesto, divertido. Só é mal acostumado. Ou bem, como ele mesmo diz. Desde sempre a mãe fez tudo para ele com aval do pai. Ou ordem. “Zé, meu filho, ajuda aqui a mãe com essa louça. Tá doida Carmem? Quer que o pinto do menino caia?” Zé cresceu com esse medo. Foge de vassoura feito diabo da cruz. Ana Carla sabia. Achou que sem a mãe ele ia se virar. Que nada. Contratou dona Antônia para cuidar de suas coisas. “Carla, pode deixar, meu amor, Dona Antônia cuida de tudo pra nós.” Danado que Dona Antônia precisou viajar para ficar com a filha que pariu dois de uma vez, tem uns dois ou três meses. O resultado já dá para imaginar.
À noite Zé Luís chega. Encontra Ana Carla de toalha. Já vai mostrando os brinquedinhos do sex shop e chamando para brincar. Ana Carla pede para Zé Luís dar uma voltinha. Em cada ângulo uma bagunça. Meia pelo chão, camisetas pelas cadeiras, resto de comida no sofá, um torre Eiffel de pratos na pia, panela suja no fogão. 360 graus e Zé Luiz dá de cara com Ana Carla lhe entregando uma vassoura, um pano e um balde. “Quer brincar Zé? Toma, os brinquedos são esses. Quero tudo limpo quando eu sair do banho”.
Uma hora e meia depois a casa está limpa. “Tira a roupa, Zé! É o que? Tira”. Suado e cansado da faxina, achou melhor não desobedecer. Ana Carla segurou no pinto dele com força. Viu, não caiu! Agora vem cá que homem dono-de-casa me dá um tesão danado. Fizeram amor para X Vídeo nenhum botar defeito. Ana Carla nunca mais ficou exausta e Dona Antônia vem só uma vez por mês para os dois descansarem juntos.