Nos confins da Ásia, no extremo leste dos Himalaias, bem pertinho da China e da Índia, o Butão, ou “Reino da Felicidade”, para os mais íntimos, inspira sensações e experiências aquém do imaginável aos poucos turistas que por lá podem se aventurar. Fechado para o mundo até 1974, a terra dos dragões é relativamente pequena se tratando de território – um pouco menor que o estado do Rio de Janeiro –, mas é gigante em outros dois aspectos: cultura e felicidade.
A felicidade, aliás, é um dos pilares deste singelo e charmoso reino asiático que preteriu o PIB (Produto Interno Bruto) ao criar o FIB (Felicidade Interna Bruta), que mede o nível de bem-estar da população, avessa à modernidades e banalidades do Ocidente. Manter-se intacto às influências do mundo “exterior”, a propósito, pesa no bolso (do turista). O Butão controla de perto as atividades turísticas, impedindo visitas por conta própria ao país. Para tal, é preciso fechar pacotes com operadoras locais ou agências de viagens especializadas. Para facilitar essa jornada, aqui vão alguns tópicos imperdíveis sobre esse lugar único:
ARQUITETURA & BELEZAS NATURAIS
Uma vez no destino, não deixe de apreciar as belas paisagens e a peculiar arquitetura das casas, geralmente de barro e madeira e decoradas com pinturas feitas à mão. Templos e monastérios, por vezes seculares, também chamam a atenção. Destaque para o Mosteiro de Takshang (Ninho do Tigre), o cartão-postal do Butão, que foi construído no século XVI por monges budistas no sopé de uma montanha a três mil metros acima do nível do mar. Os “Dzong”, antigas fortalezas, também apresentam um projeto arquitetônico interessantíssimo de se apreciar. Afora isso, Rio de águas cristalinas, florestas intocadas e cenários fora do comum credenciam o destino à categoria de o “último Shangrilá”.
CULTURA POR TODA PARTE
A riquíssima cultura butanesa é uma das principais atrações turísticas do Butão, já que até pouco tempo seus costumes e tradições eram totalmente desconhecidos do resto do mundo por conta do seu isolamento, que durou até meados dos anos 70. Hoje, quase 50 anos depois, muita coisa ainda é um mistério, mas o pouco que se sabe aumenta ainda mais o fascínio pelo destino. Suas bases culturais consistem, em sua grande maioria, do budismo e, de certa influência do hinduísmo. Este último, mais latente na região sul. Em Thimphu, a propósito, há uma gigantesca estátua de Buda, que pode ser vista em vários pontos da cidade.
Outro ponto interessante a se mencionar sobre a cultura local diz respeito aos festivais culturais, presentes em todas as províncias do país. Nos festejos, muita dança, músicas e roupas típicas. Em outubro, aliás, o festival de Thimphu, que ocorre literalmente ao lado da casa do Rei, é considerado como o maior e mais importante do país.
TEMPLO DA FERTILIDADE
Em Punakha, é possível visitar o Templo Chimi Lhakhang, que, segundo os locais, foi construído pelo deus da fertilidade, Drukpa Kuenley. A principal representação de Kuenley é um pênis e a imagem do “falo”, ereto, pode ser vista em diversas casas e construções do Butão, em forma de devoção. Quem visita o espaço ganha a benção para alcançar a dádiva da fertilidade.
GASTRONOMIA ÚNICA
No Butão a gastronomia gira em torno da pimenta. Muita pimenta! Praticamente todos os pratos típicos apresentam uma boa dose do tempero picante, como o Ema Datshi, que é uma espécie de pimenta com queijo. O arroz, tanto o branco, quanto vermelho – típico do país, também é bem consumido, inclusive no café da manhã. Ah, vale ressaltar que os locais comem com a mão (apenas a direta – usar a esquerda é considerado gafe). Mas não se preocupe. Turistas costumam receber talheres.