Todo mundo sabe que falar de sapato é adentrar no reino encantado das mulheres, afinal, são elas que enlouquecem diante das lojas, colecionam dezenas de pares e sempre têm a certeza de que nunca serão suficientes. São tantos formatos, cores, texturas e brilho que, por muito tempo, esse era um assunto delas e ponto final. Os homens tiveram que se contentar com um espaço pequeno no guarda-roupa e variar entre um marrom e um preto. Pode até ter sido assim, mas a verdade é que existem, sim, muitas opções para o público masculino. Vamos mostrar esse universo dos sapatos masculinos e descobrir que de boring ele não tem nada. Homens abram espaço nas prateleiras delas, porque o que não faltam são opções e estilo!
Dizem os especialistas que um sapato mal escolhido ou sem qualidade chama mais atenção que a roupa toda. Isso por que, em geral, roupa de homem é algo muito básico, camisa+calça+sapato, e o sapato dá todo o “suporte” na combinação, por isso não pode ser menosprezado. Toda atenção é pouca. Quem nunca ficou em dúvida na hora de escolher qual o melhor modelo? Qual seria mais formal ou esportivo? Que cor combina com aquela determinada calça? Pensando nisso a MENSCH preparou esse verdadeiro “dossiê” sobre sapatos. E olhe que nem falamos de tudo! Tênis por exemplo, fica de fora dessa matéria. A gente promete outra matéria apenas sobre o tênis em breve.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Não sei se você sabia, mas a padronização da numeração dos calçados veio do rei Eduardo 1º da Inglaterra, o mesmo que em 1305 decretou que se considerasse como uma polegada a medida de três grãos secos de cevada alinhados. Sendo assim, os sapateiros passaram a fabricar, pela primeira vez na Europa, sapatos em tamanho padrão, baseando-se nos tais grãos de cevada. Um calçado que medisse, por exemplo, 37 grãos de cevada era conhecido
como tamanho 37.
Ainda bem que as cevadas ficaram para trás! Hoje em dia, há diversos sistemas de numeração de sapatos que variam em diferentes países e que levam em conta comprimento e mesmo a largura do sapato. Os mais usados são esses citados abaixo:
Sistema europeu: Usado na França, Itália, Alemanha e na maioria dos países da Europa continental. Para fazer a correspondência com o brasileiro, devem ser somados duas unidades. Um tamanho 40 brasileiro, por exemplo, corresponde a um 42 europeu.
Sistema inglês: É o sistema ocidental mais antigo e se baseia na polegada (2,54 cm) A numeração infantil vai de 0 a 13 e a de adultos de 1 a 13. Isso mesmo. Não há um cálculo simples para a conversão de tamanhos para o sistema brasileiro. Um 40 nacional corresponde ao 8 na Grã-Bretanha. Na dúvida, é melhor recorrer a uma tabela básica de conversão.
Sistema americano: É um sistema próximo ao inglês. Em relação ao último, basta somar uma unidade para fazer a correspondência. Assim, um 40 brasileiro, que é 8 na Inglaterra, é 9 nos Estados Unidos.
Sistema brasileiro: No Brasil, utiliza-se uma variação do sistema
europeu, mais especificamente, usamos o ponto francês (dois terço de centímetros) como medida.
Para quem se aventura no universo da matemática, há, inclusive, uma fórmula, para chegar à numeração exata.
Em que:
N = nº sapato
P = tamanho do pé em centímetros.
Fique à vontade para testar. Nós garantimos que funciona.
Todas essas variações podem nos confundir, mas para facilitar, você pode recorrer às tabelas de conversão ou até mesmo a aplicativos para smartphones que fazem a correspondência de numeração na hora e lugar que você estiver. Como será no Japão?
TIPOS DE SAPATOS
Considerado peça chave do guarda roupas masculino, o sapato é peça fundamental para o visual. Sapatos errados no momento errado ou mal cuidados, passam imediatamente uma péssima impressão. Um belo sapato social, limpo e de qualidade é um bom investimento. Tenha certeza disso. Preparamos um guia rápido de tudo que você precisa saber sobre os sapatos mais tradicionais para transitar com segurança de ocasiões que exigem um visual mais formal até as um pouco mais despojadas. Basicamente, você vai precisar de duas cores de sapatos formais para não fazer feio. Se seu objetivo é ser realmente elegante, isso vai exigir um pouco mais na diversidade de modelos.
OXFORD: Tem esse nome por ter sido o primeiro sapato amarrado com cadarços introduzido na Inglaterra em 1640 por estudantes da Universidade de Oxford. Apesar disso ele surgir na Escócia e Irlanda. Pode ser chamado de Balmoral na Escócia, Bal-type nos EUA e Richilieu, na França. Geralmente com bico mais afinado e longo, eles podem ser feitos tanto em couro como em camurça (um pouco menos formais). Sua característica marcante é a costura separando a ponta do resto do sapato e os furos nas abas para os cadarços. É o modelo mais formal podendo ser usado com terno.
DERBY (ou Blütcher): Uma derivação do Oxford, mas surgiu no século XIX. Também de cadarço, pode aparecer com bico quadrado, mas não tem a divisória da ponta. Por ser um pouco menos formal, pode ser usado com o costume, blazer e calça sem gravata. Dependendo da ocasião. Pode ser usado também com jeans.
MONK: (“Monge” em inglês) Tem esse nome por ser um sapato derivado dos sapatos dos monges no século XV. Essa versão contemporânea surgiu nos anos 30. Se levarmos em conta o nível da formalidade, ele está entre o Oxford e o Derby. Combina com trajes sociais e ternos. Ao invés de cadarços, ele tem uma fivela lateral em metal na parte superior. A versão com duas fivelas é chamada de Double Monk Straps.
MOCASSIM: Confortável e flexível, não é um sapato social. Foi criado pelos Índios norte-americanos e era confeccionado todo em couro, com costura lateral alta que ia da ponta lateral até o peito do pé. Sua sola é de borracha, e na variação náutica do sapato conhecida como Dock side ou Boat Shoe existem bolinhas que funcionam como antiderrapante além de ilhoses na lateral do sapato circundado por um cadarço de couro de um lado a outro. É um sapato próprio para locais e ocasiões informais, com roupas mais esportivas. Fica perfeito com bermudas e calças jeans sempre sem meias.
LOAFER: É uma versão moderna do mocassim, fechado, sem cadarço e sem fivela com uma faixa de couro vazada como detalhe na parte superior próxima ao peito do pé. Nesse detalhe também pode aparecer uma peça de metal arrematando semelhante a uma fivela. Fez sucesso nos anos 50 entre os universitários norte-americanos e, por ser um modelo bem casual, fica muito bem como calça jeans e camisa polo. Na variação chamada de Side Gore ele aparece com tiras de elástico nas laterais.
BROGUE: É um tipo de acabamento do modelo Oxford. Ele é decorado com recortes e furinhos. Esses pequenos furos serviam para drenar a água dos sapatos dos caçadores quando eles precisavam atravessar algum local alagado.