Como bem sabemos, a testosterona é um hormônio produzido principalmente pelos testículos. Nos adolescentes está relacionada às características masculinas, como aumento dos órgãos sexuais, pelos faciais e corporais. Além disso, ela estimula a produção de espermatozoides, favorece a densidade óssea, atua na distribuição de gordura corporal, aumento da força, massa muscular, produção de glóbulos vermelhos e o aumento da libido. Com o passar dos anos o nível de testosterona vai diminuindo levando a sintomas como diminuição da energia e vitalidade, falta de libido, dificuldade de ereção, fadiga intensa, dentre outros. Em muitos casos alguns homens tem procurado a reposição hormonal e em muitos casos sem acompanhamento médico. Pensando nisso a MENSCH foi conversar com o Dr. Lucas Costa, médico da Medicina Integrativa, para a esclarecer um pouco sobre “Testosterona”: Benefícios, reposições e principalmente, os perigos dessa hormonioterapia sem a prescrição médica adequada.
Quais as causas da deficiência de testosterona? Nos homens, o pico da produção de testosterona acontece entre os 25 e 30 anos. A partir daí ocorre uma diminuição gradual na produção desse hormônio. Além disso, obesidade, diabetes melitus e síndrome metabólica, aumentam o risco de deficiência de testosterona. Também existem fatores externos que podem estar relacionados a isso como o estresse e fatores nutricionais, deficiência de vitaminas, A, D e K2 e de sais minerais como o boro (elemento químico de símbolo B) magnésio, ferro e zinco. Alguns contaminantes externos podem afetar a produção desse hormônio, como bisfenol A e ftalatos (grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico) usados na fabricação de plásticos.
Quais são os sinais e sintomas da deficiência de testosterona? Os sintomas mais comuns são diminuição da energia e vitalidade, falta de libido, dificuldade de ereção, fadiga intensa, depressão, atenuação de pelos, ginecomastia (aumento das mamas), anemia e osteopenia (perda de massa óssea), além de interferir na composição corporal com diminuição da massa muscular, aumento de gordura e obesidade. Um exame de sangue com dosagens hormonais pode confirmar essa deficiência que é extremamente comum em homens com mais de 50 anos.
Existe algum suplemento não hormonal ou alimento que pode ajudar o paciente com deficiência de testosterona? Sim. Algumas substâncias fitoterápicas podem diminuir os sintomas da deficiência de testosterona. As principais são: tribullus terrestris, maca peruana, turkesterone, long jack, pygeum africanum e urtiga dioica. Todas essas podem ser manipuladas com prescrição médica. Uma boa noite de sono e musculação também ajudam a aumentar a produção natural de testosterona.
Como pode ser feita a reposição de testosterona? Essa reposição só deverá ser feita com indicação médica. Cremes ou géis transdérmicos, por via injetável intramuscular ou subcutânea, via oral ou sublingual, ou por pellets, aqueles implantes hormonais.
Quais os benefícios dessa reposição? A reposição de testosterona vai representar uma melhora da capacidade funcional, da vida sexual, energia, disposição e melhora da composição corporal. Além disso também traz outros benefícios a saúde como prevenção da osteoporose e auxiliar no controle dos quatro grandes fatores de risco cardiovasculares: hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia e obesidade. A consequência é a diminuição no risco de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e mortalidade.
Existem riscos na reposição de testosterona? As principais contra indicações à reposição são: o câncer de mama ou de próstata ativos. Em alguns casos a terapia deve ser evitada em portadores de apneia do sono grave e na insuficiência cardíaca congestiva descompensada. A terapia também tem seus riscos, principalmente quando realizadas sem indicação médica ou para fins estéticos, como: infertilidade, ginecomastia (aumento das mamas), aumento do hematócrito, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos e embolia pulmonar. Esses riscos são potencializados quando indivíduos utilizam de forma indevida altas dosagens de testosterona e esteroides anabolizantes para ganho de massa muscular. Infelizmente é cada vez mais comum em nosso meio. Concluiu Dr Lucas Costa.