VAIDADE: A FORÇA ESTÁ NO CABELO

Por Edi Souza

A queda de cabelo pode ser o topo de um problema que o indivíduo desconhece. Segundo a literatura médica, 80% dos homens, após os 80 anos, sofrem de calvície e 30% das mulheres com mais de 50 anos, também. Os motivos podem ser inúmeros. Mas é preciso identificá-los, para então ocorrer o tratamento adequado, conforme explica o Dr. Cláudio Dias, formado em Medicina pela Universidade de Pernambuco e com pós-graduação no BWS em São Paulo.

Ele, que tem clínicas em Recife e na capital paulista, explica que é importante entender algumas diferenças neste assunto. “A gente tem que separar a queda do homem e da mulher. No homem, existe a queda mais comum, a de fatores genéticos. Na mulher, os caminhos são outros”, adianta. Ainda segundo o especialista, a alopecia genética ocorre de maneira progressiva, podendo afetar homens e menos comumente, mulheres. “É uma queda que segue padrão específico, o próprio homem não vê uma queda. Vê que o cabelo vai desaparecendo ao longo dos anos”, diz.

O cabelo, inicialmente grosso e escuro, que vai até a linha da frente, com o passar dos anos, geralmente aos 25 ou 27, começa a afinar até aparecer as famosas entradinhas. Às vezes, esses espaços vazios surgem na parte de trás da cabeça, com os fios ficando mais finos até chegar à calvície, sendo que em cada pessoa, o problema vai variar de acordo com fatores genéticos.

“Pessoas com genética forte, chegam aos 30 com o problema mais evoluído. Por aqui, trabalhamos para todos os tipos. Se uma pessoa está no nível cinco, por exemplo, vamos atuar para trazer o nível três ou dois, sempre alcançando o nível mais baixo possível”, comenta Dr. Cláudio.

TRATAMENTOS POSSÍVEIS

Já a alopecia androgenética, que também pode afetar mulheres, evolui de forma diferente. Nesse sentido, geralmente, não tem o aparecimento da entrada, mas há o alargamento da linha média. “Então, o processo mais específico da alopecia androgenética é a substituição dos cabelos de verdade, por um fio de cabelo extremamente fino e sem cor. Nele, o ciclo de vida é mais curto e atrofiado. Vai chegar no ponto em que a unidade vai morrer completamente. E quando está morto, você não tem mais nada para fazer e renovar. É possível o transplante”, explica o médico.

“Mas enquanto está no processo, você tem muita raiz de cabelo, com fios quase invisíveis. A gente consegue fazer com que esse fio volte a ser mais grosso e visível. Não vamos criar fios, a gente vai pegar aquele quase morrendo e trazer para a vida”, conclui.

Para isso, são várias ferramentas. É possível trabalhar com comprimidos, loções, laser ou aplicações em consultório. Tudo vai depender do que está acontecendo com cada pessoa. De acordo com o médico, muitas vezes é preciso solicitar exame de sangue para saber o que está acontecendo no corpo. “Porque quando falamos de perda de cabelo, falamos de causas inflamatórias, causas nutricionais, doenças da pele do couro cabeludo, de hormônio, de aspectos psicológicos e até de doenças crônicas e reumáticas. Se tiver algo que indica alteração, a gente solicita exames para esclarecer, e a partir disso também avaliamos o couro cabeludo com exame computadorizado”, reforça.

MOTIVOS ESPECÍFICOS 

Na mulher, há outra questão – o chamado eflúvio, que são quedas extremamente extensas e em período curto. Acontece na paciente que teve um parto e depois de dois ou três meses, percebe queda de cabelo, por exemplo. Aquela que fez cirurgia ou que teve uma doença grave como a Covid. É mais visível no público feminino porque elas têm cabelo longo e a queda fica mais visível. Mas também pode ocorrer em homens.

“No processo de doença grave o corpo para de alimentar o cabelo e as unhas, porque considera desnecessário. O cabelo vai morrer, mas demora um tempo de três a quatro meses para descolar da cabeça. O fio fica morto até cair. Depois, começa a queda intensa e a pessoa esquece o que a desencadeou. Isso é o eflúvio. Pode ser causado por cirurgia, dieta forte, doença e uso de medicações, como antibióticos e remédio para depressão”, o médico orienta.

Ainda assim, essa é uma questão relativamente tranquila, porque os cabelos tendem a crescer depois do episódio. “Mas podemos tratar para uma duração menor e que eles voltem ao normal o mais rápido possível”, ele conclui.