Nem sempre os sinais de que a casa está pedindo uma reforma são tão visíveis aos olhos, assim como nós, a casa também precisa de check-up, só que a cada 5 anos. Existem empresas que procuram vazamentos e revisam as instalações elétricas. Telhados, calhas e rufos também devem ser vistoriados para que não ocorram infiltrações. Para tratar do assunto e dar outras dicas conversamos com as arquitetas Aline e Denise Bernacki e elas prepararam uma lista com sete situações que devem ser observadas para que ela possa ser planejada, evitando custos desnecessários e não programados.
Segundo as arquitetas é inevitável fazer a manutenção da casa e não fazer uma pequena reforma que seja. É importante por exemplos, não deixar aquele pequeno vazamento para consertar depois, o ideal é fazer uma verificação geral e planejar tudo para evitar surpresas desagradáveis ao longo do caminho. Isso vale para todos os itens da residência. Quando não há necessidade de reforma estrutural, mas pintou a vontade de uma mudança estética, a alternativa é fazer pequenas alterações que renovem os ambientes, como pintar ou adesivar azulejos, colocar um novo rejunte, pintar, comprar um novo tapete, alterar as cortinas ou colocar papel de parede em alguns locais, por exemplo.
1º – INFILTRAÇÃO
É o primeiro indício de problema na construção. Acontece tanto em apartamentos, como em casas e seus sinais mais comuns são o mofo, escurecimento ou estufamento das paredes, queda de azulejos, pisos levantados ou descolados. Ela pode vir do piso, das paredes ou do teto e, se não resolvida, pode chegar a danificar estruturas. “Evitar a infiltração é mais simples do que combatê-la, por isso, quando a reforma for realizada, é importante que os devidos cuidados sejam tomados para evitar retrabalho futuro”, explica a arquiteta Denise Bernacki.
2º – INSTALAÇÕES
Podem levar a sérios problemas, mas sua “validade” varia muito de acordo com a construção e qualidade dos produtos utilizados durante a execução do projeto. As instalações envolvem fiação elétrica, estrutura hidráulica, ar-condicionado e automação. Casos de curto circuito e quedas repentinas de chave elétrica, por exemplo, podem ser indicadores de que a fiação é muito fina, antiga ou que o quadro de energia não está mais dando conta da demanda da residência, principalmente quando o imóvel é mais antigo e passou a ter uso de mais equipamentos eletrônicos, nesses casos, é recomendada a troca da fiação para evitar acidentes graves e até mesmo incêndios. Canos estourados ou retorno de água pelo ralo indicam que está na hora de reformar a parte hidráulica do imóvel, “quando esses problemas começam a aparecer, o ideal é aproveitar e fazer uma transformação geral para aproveitar o quebra-quebra”, completa a arquiteta Aline Bernacki. A necessidade ou desejo de instalar ar-condicionado ou de automatização também pedem por reforma, pois necessitam alguns ajustes estruturais e técnicos para sua viabilização.
Aline reforça que a validade de uma instalação hidráulica, por exemplo, quando bem feita é infinita. O que acorre atualmente é que imóveis antes dos anos 70 eram feitos com tubulação de ferro, o que gera ferrugens e por isso a necessidade de troca, além dos fios serem finos para a quantidade de eletrodomésticos e eletroeletrônicos que utilizamos hoje, além dos quadros de disjuntores terem sido projetados para menos carga do que utilizamos hoje. Por isso o ideal é que os imóveis com 30/40 anos tenham toda a tubulação elétrica e hidráulica trocadas para se adequarem aos novos padrões de utilização. Atualmente aconselhamos fazer um bom projeto elétrico e hidráulico prevendo os usos e alternativas enérgicas (como a solar) e automação para ter o melhor aproveitamento das instalações da casa, além de contratar um bom executor que dê garantias dos serviços prestados.
3º – ESQUADRIAS
Com o tempo é normal que, além das perdas estéticas, elas comecem a emperrar ou não estejam mais isolando e protegendo o interior do imóvel. Ao trocá-las, o ideal é investir em esquadrias mais novas, de fácil manutenção, com vidro duplo para isolamento térmico e sonoro, por exemplo. “Manter as esquadrias em bom estado é essencial para a segurança e conforto dos moradores e da estrutura, além de valorizar muito o imóvel e sua fachada”, explicam as arquitetas.
4º – ACABAMENTOS
Pisos e pinturas naturalmente desgastam com o tempo e esse é mais um sinal da necessidade de uma reforma, assim como a troca de louças, telhado, revestimentos, papel de parede etc. Essas mudanças podem vir acompanhadas de outros motivos para reformar ou ainda para repaginar totalmente o imóvel, mas é importante lembrar que a manutenção é sempre mais fácil e econômica do que a substituição desses acabamentos, como os pisos de taquinhos, tipo parquet, que são de excelente qualidade, bom gosto e valorizam o imóvel, mas se sua manutenção for deixada de lado começam a descolar e devem ser trocados.
Mas se você pensa em trocar o piso, isso pode ser feito sem muito quebra-quebra e a necessidade de trocar o anterior com argamassa de piso sobre piso encontradas em lojas de materiais de construções, mas nesse caso é necessário ajustar as portas e rodapés, pois eleva-se aproximadamente 2 cm quando o piso antigo não é retirado.
5º – COMPRA DO IMÓVEL
Quem nunca achou um imóvel “quase” dos sonhos? Localização perfeita, espaço ótimo e até área externa, mas a sala é muito pequena ou é antiga. É normal que isso aconteça e nesse momento uma reforma é sempre bem-vinda para adaptar a residência à necessidade do comprador. É possível quebrar paredes para ampliar a sala, por exemplo, ou ainda trocar a fiação elétrica de um apartamento antigo antes da mudança.
6º – ESTILO ARQUITETÔNICO
Enjoar daquele estilo ou achar que algo não tem mais o seu perfil também são ótimos motivos para reformar. O imóvel pode ser completamente repaginado, por que não? A reforma contempla principalmente mudança na decoração e no revestimento. “Na hora de vender um imóvel, esse tipo de reforma também pode ajudar muito a valorizá-lo”, dão a dica as arquitetas.
7º – ESTILO DE VIDA
Bebês nascem, filhos saem de casa, mas seus quartos continuam lá ou ainda nunca foram planejados. A mudança do estilo e situação de vida dos moradores também pode pedir uma reforma para adaptar e renovar os ambientes. “Quando um filho sai de casa, você pode transformar seu quarto em um escritório ou sala de televisão, por exemplo. São essas mudanças que fazem com que a residência seja tão dinâmica e viva quanto seus moradores”, completam as arquitetas Bernacki.