CAPA: FIUK – ENTRE APRENDIZADOS E EVOLUÇÕES

Que todos nós vivemos em eterna evolução enquanto vivos, tem uma pessoa que este ano passou por transformações e evoluiu nitidamente aos olhos do grande público. Esse cara é Fiuk! Famoso por seus trabalhos como ator e cantor, filho e irmão de pessoas igualmente conhecidas do público, se viu totalmente solto (e desnudo) no mundo através das lentes do “grande irmão”. A participação dele no BBB 21 apresentou para o público um cara como outro qualquer. Com suas dúvidas, medos, vaidades, certezas e desejo de aprender. O Fiuk do início da jornada não é a metade do Fiuk que encontramos hoje. Desse que está aqui na nossa capa, que está cheios de projetos e vontade de fazer muito mais. Um cara em evolução. “Fiuk hoje continua em construção, mas diria que com um olhar mais gentil e acolhedor para as próprias dores”, conclui ele ao final desta entrevista. E que venha muito mais!

Fiuk, passado o turbilhão de emoções que foi o BBB, como está a vida? Saldo positivo? Graças a Deus estou em uma loucura de trabalho muito boa e positiva, adoro essa movimentação. Com certeza tiro de toda essa experiência um saldo muito positivo. Foi um momento transformador, sendo o começo mais difícil do mundo e o final mais lindo de todos. Estou focado agora nos meus projetos profissionais, no novo álbum que logo mais quero lançar, nos filmes que tenho para estrear… Tem muita coisa legal vindo.

Voltando no tempo, faria tudo novamente em relação ao BBB, mudaria algo? Com a cabeça que eu tenho hoje, depois de tudo que passei, com certeza faria outras coisas em algumas situações. A decisão de participar do programa causou uma transformação na minha vida, era algo que eu precisava viver. Talvez eu lidaria de forma diferente em determinadas situações, mas fui muito aberto para aprender também, para trocar experiências. Eu nunca tive coragem de expor questões pessoais minhas como a depressão, o TDAH. Então, me assumir de fato e mostrar as minhas vulnerabilidades mudou muito a minha percepção de muita coisa, até para a minha família. Na época, eu tinha medo de mostrar os meus defeitos, as minhas inseguranças… E no programa, não tem como esconder essas questões, você vai do céu ao inferno em questão de dias, às vezes. Por mais que eu tenha entrado mais cauteloso e inseguro, hoje eu sou muito grato por tudo o que vivi e passei.

Entre ajustes, brigas e laços criados, quem da turma do BBB ficou pra vida real? Claro que, nesses primeiros momentos depois do ‘Big Brother’, fica todo mundo numa correria muito louca. Mas, com certeza, vou levar eles para o resto de minha vida, e vira e mexe fazer alguma coisa, tentar bolar alguma coisa juntos. Óbvio que com a pandemia estamos mais limitados, mas quando puder com certeza. Quero eles na minha vida e nos meus trabalhos. Tenho uma boa relação com todos, mas hoje em dia ainda carrego muito próximo de mim a minha amizade com o Gil. Mas eu tenho um carinho por todos.

As questões levantadas ao longo do programa foram sofridas para quem viveu isso, no caso vocês, mas teve uma importância muito grande para o público, gerando discussões necessárias sobre racismo, machismo e preconceito. Como vê sua participação nisso tudo. Você sente que evoluiu nessas questões. O que mudou em sua forma de pensar? Com certeza eu aprendi demais com o pessoal da casa, eles me abriram os olhos para muitas questões. Foi uma troca importante para mim, eu sou um cara aberto que estou sempre buscando entender e aprender mais sobre lugares que não me atingem, mas que, eu como homem cis branco, posso ajudar de alguma forma (seja revendo conceitos e atitudes minhas ou observando isso naqueles que me rodeiam). E não acho que tenha sido uma forma de mudança de pensamento, mas sim novos conhecimentos a respeito de assuntos que eu tinha uma proximidade e que já vinha de um processo de buscar entender esse lugar e como contribuir para não perpetuar situações de opressão, que às vezes perpetuamos sem nem saber. São discussões sobre temas importantes e necessários, principalmente dentro de um programa de grande audiência. Eu ainda tenho muito para aprender, mas estou sempre buscando.

O grande público pôde acompanhar seu crescimento e amadurecimento como ser humano. O que destacaria mais nisso tudo? É louco isso, né. Eu vivi tantas coisas dentro da casa e tantas modificações e amadurecimentos que nem parece que foram quatro meses de confinamento… Parece mais. Com certeza eu entrei muito inseguro em um primeiro momento, com medo de me expor demais, medo de como encararia os meus defeitos. Tem toda uma questão também que envolve você estar ao redor de pessoas e conviver com elas, sem nem as conhecer. Foi bem complicado. Eu destacaria o momento em que decidi me jogar mesmo no jogo e encarar aquela experiência de frente. Até o momento do meu primeiro paredão eu estava em uma bad trip muito forte, me sentindo muito acuado, muito fora da minha zona de conforto… Após esse primeiro paredão veio um gatilho mais positivo para mim, voltei muito mais leve dessa experiência, um pouco mais confiante em aproveitar a oportunidade e viver. Acabou sendo um processo muito natural meu estar mais confortável para ser eu mesmo lá dentro e, consequentemente, estar aberto para amadurecer os relacionamentos lá dentro, de me tratar com mais carinho e gentiliza, me acolher mesmo. Hoje consigo enxergar melhor tudo isso. Participar do programa foi um presente, para mim.

A mesma proporção de amor e carinho que vem das redes sociais, também veio de polêmica e até ódio. Como você enxerga esses extremos nas redes sociais? O ódio nunca leva a nada, ainda mais nas redes sociais. É importante filtrar o que se lê na Internet e o que podemos levar de construtivo mesmo para a vida. Caso contrário, eu repúdio esses ataques e cancelamentos. Estamos falando de pessoas, de sentimentos, de saúde mental e isso é muito sério. Hoje, procuro focar muito mais no amor e carinho que recebo.

Ficou marcante a sua relação com a família. Sempre foi assim ou isso se intensificou mais ainda com o confinamento? Sempre foi assim, mas claro que no programa foi bem intenso. Não sei quem sofreu mais. Meu pai, minha mãe ou a Cleo. Toda a família. A Kika, minha outra irmã, é a mais quietinha. Minha mãe virou a blogueira do ano (risos).

Você é literalmente filho do pai (risos). Traços físicos, voz e trejeitos iguais. Em que mais vocês se parecem e onde são completamente diferentes? É engraçado, a gente é muito parecido em algumas coisas e muito diferente em outras. Nos gostos, eu gosto de certas coisas que ele não, eu dou valor para outras que ele não e vice versa, e, ao mesmo tempo, pensamos muito igual.

Quando a música surgiu em sua vida e quanto disso veio de influência de seu pai? A música sempre foi muito latente na minha vida, não teria como eu escolher um único momento em que essa vertente surgiu. E, sim, é claro que muito de minha paixão pela música tem uma influência de meu pai, mas ele nunca me pressionou para ser artista – sempre foi mais de apoiar os meus sonhos mesmo. Eu confesso que até demorei um tempo para aceitar esse meu lado mais romântico (risos). Tentei fugir disso por um tempo, mas chegou a um ponto em que eu tive que abraçar esse meu lado, porque faz muito parte do que eu penso e do que eu sinto. 

Falando em música, você era um dos poucos brothers a curtir e preferir rock. Quais suas referências e influências musicais? Gosto desde Cazuza, Renato Russo, Tim Maia, Roberto Carlos até AC/DC, The Doors, Blink-182 e John Mayer. Mas vou te confessar que eu saí do BBB escutando sertanejo (risos). Tenho muitas referências do rock, sempre tive também do meu pai, gosto muito das músicas dele, acho que está no sangue.

Recentemente você lançou a música Big Bang, uma baladinha romântica que pega fácil, com um clip igualmente inspirador. Como foi a criação e concepção? A música tem acordes de pop. A letra romântica fala sobre um amor tão intenso que parece de outra dimensão. Big Bang começou por alguns amigos compositores meus que estavam criando aqui fora, enquanto eu estava confinado.  Ao sair, eu amei a música e terminamos a composição juntos. A música, de certa forma, também traz uma referência ao programa. O clip foi feito por uma equipe de profissionais incríveis, que contou com a participação especial dos meus ex-parceiros de BBB, Gil e Lumena, além da atriz Dandara Mariana, com quem eu contracenei junto em A Força do Querer e por quem tenho um carinho enorme. Estou muito feliz que a música tenha chegado a número um nas principais rádios de pop de São Paulo e da região sul. Fico muito grato por toda a repercussão do projeto!

E o que mais vem por ai musicalmente? Vou lançar mais dois singles. O álbum completo pretendo lançar ainda esse ano, é um álbum que faz um tempo já que estou construindo para lançar. Atualmente, tenho ido ao estúdio para finalizar algumas músicas… Tenho outras prontas e uma parceria com o Jorge Ben Jor inédita, feat com outros cantores e artistas também. Quero focar bastante nisso agora.

O quanto sua irmã Cleo te ajuda e influencia? Ah, em tudo! A Cleo é uma grande inspiração, é uma ótima conselheira também (risos). Temos uma troca muito grande, eu aprendo muito com ela. A gente é muito parecido em várias coisas, principalmente quando falamos de arte. Somos dois apaixonados por toda forma de arte existente.

E o Fiuk ator, ainda está nos seus planos? Com certeza! Eu comecei no cinema. A arte da atuação faz parte de minha carreira e de minha vida. Estou com três filmes para serem lançados, entre eles o Me Tira da Mira, que fiz com o meu pai e a Cleo, que além de atuar produziu também esse longa. Ainda estou rodando outro longa no momento, que não posso abrir muito a respeito, e tenho outro que vou começar a gravar ainda.

Onde busca inspiração e o que curte pra relaxar? Eu me inspiro muito em artistas que eu acompanho desde criança, me inspiro muito na vida, em Deus, na fé, e eu adoro fazer drift para relaxar – por incrível que pareça, me relaxa muito. Busco em oração também, cozinhar, cantar, tocar uns instrumentos.

Sobre vaidade, do que não abre mão? Adoro chapéus, cachecol, estes são acessórios que sempre curti usar. Camiseta gola V, uso desde que me conheço por gente também.

E sobre futuro, o que vem por ai? Muito trabalho, assim eu espero! Álbum novo, projetos no cinema e para a TV. Tem muita coisa legal surgindo. Gostaria de realizar projetos relacionados ao drift também, que eu curto muito e já faz parte da minha vida há mais de 10 anos.

Para encerrar, quem é Fiuk hoje dia? O Fiuk hoje continua em construção, mas diria que com um olhar mais gentil e acolhedor para as próprias dores. Tive uma grande virada de chave na minha vida neste ano e me sinto mais tranquilo, mais leve e certo de onde quero chegar. Sei que vão existir percalços no caminho e tudo bem, faz parte também, mas me sinto mais preparado para isso.

Foto Victor Daguano (@vdaguano)

Direção criativa Andressa Ocker (@dessaocker)

Styling & prod. moda Rafael Lazzini (@rafaellazzini)

Beauty Karina Saib (@karinasaib)

Produção Natália Koyama e Rosa Silva (@nataliakoyama_ & @rosynha)

Time digital Zel Junior (@zeljunior)

Assessoria Melina Tavares (@melinatavarescomunicacao)