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Ela marcou época com personagens emblemáticas como a Dara de Explode Coração (1995) e Joaninha de Renascer (1993), e agora está novamente chamando atenção por suas belas interpretações como a Santana na série Justiça 2, e atualmente com a Doralice em Volta Por Cima. Mas com Tereza Seiblitz não seria diferente. Talentosa, inquieta e plenamente dedicada ao seu ofício de atriz, Tereza vai muito além do que se vê na TV, ela brilha nos palcos e na vida. E nessa entrevista exclusiva para a MENSCH ela nos surpreende com um papo gostoso que nos deixa ainda mais fãs dessa atriz brilhante e essa mulher incrível.
Tereza, pelo que vimos, as artes surgiram em sua vida desde muito cedo. Dança, música e dramaturgia… como começou a despertar para isso? De que forma a arte lhe tocou? Acho que fui uma criança muito sensível e cheia de imaginação. Cresci num ambiente que acolheu isso, com mãe e pai que olhavam pra isso com carinho e humor. Família grande com irmãos, primos, avós… Lembro de escrever e dirigir uma peça de época (risos)… Eu e minha prima – eu com 9, ela com 13…na sala de casa, com figurino e cenário… a gente levava muito a sério essa brincadeira. E lembro bem da sensação quando entrei nas coxias do teatro, O Tablado, criança ainda, em alguma peça que minha mãe me levou, e de pensar “isso aqui é o melhor lugar do mundo”.
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Sua estreia na TV foi em Barriga de Aluguel (1990), mas talvez o grande divisor de águas na sua carreira tenha sido a Dara de Explode Coração (1995). Foi isso mesmo? O que essa personagem marcou em sua vida? A Dara foi a minha primeira protagonista de novela na TV. Trouxe o encanto de um povo andarilho que canta e dança. Embora ela fosse uma cigana rebelde era muito ligada ao seu povo, no jeito de ver o mundo e o desejo de liberdade. Essa personagem marcou minha vida numa conexão direta com as pessoas que se identificam com esses princípios de liberdade e celebração da vida, cantando e dançando.
Ao longo desses 40 anos de carreira, uma outra personagem marcante foi a Joaninha de Renascer (1993). Personagem forte que, recentemente,voltou a chamar atenção na refilmagem da novela. Como foi pra você na época e como enxergou a Joaninha de 2024? A Joana foi um encontro, uma personagem muito especial pra mim. Ela trazia muitas questões, viveu muitos conflitos e, pra mim, era muito claro o que ela sentia. A entrada no manguezal me trouxe uma das experiências mais reveladoras da minha vida. Não foi à toa que, em 2015, escrevi uma peça chamada Carangueja que se passa nesse bioma berçário de espécies que é o manguezal. E durante a novela toda, eu tinha esse vivência no corpo. Quanto à versão de 2024, eu não consegui acompanhar porque estava em temporada com duas peças em São Paulo e, depois, emendei em Volta Por Cima, novela que está no ar agora. Mas o pouco que vi da Alice Carvalho em posts no Instagram me faz imaginar que tenha sido um lindo trabalho.
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Como foi voltar à Globo com Justiça depois de tanto tempo afastada da emissora? E na sequência, já encarar uma novela? Foi muito gostoso. Sempre gostei de fazer TV e encontrei muita gente que já conhecia. Justiça foi um tipo de trabalho que deu pra fazer junto com a estreia do meu primeiro monólogo como atriz e autora. Gravei até um dia antes da estréia, no SESC Copacabana. E a série, foi lançada quase 1 ano depois quando eu estava estreando a Carangueja no SESC Ipiranga em São Paulo junto com outra peça, Mutação de Apoteose no Teatro Oficina. E nesse meio tempo já começavam as conversas para fazer a Doralice da novela Volta por Cima, da TV Globo. Eu gosto de trabalhar.
Digamos que o público e diretores descobriram uma nova Tereza? Aí talvez seja bom perguntar pra eles, (risos). Não sei responder isso, mas sou inquieta e curiosa. Então, minha vida não parou quando eu não estava fazendo TV. Tive três filhos de barriga, fiz muito teatro, muito mesmo. Fiz uma graduação e um mestrado em Literatura. Imagino que isso tudo se faça sentir no meu trabalho de alguma forma, já que a matéria prima do nosso trabalho é essa – a vida.
Sente na pele o que muitas atrizes lamentam sobre o etarismo? As mulheres como sempre mais cobradas do que os homens. Como combater isso? Sempre fico de olho nas boas personagens que não são mais moçoilas. Mas não sou da lamentação, sou da ação.
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Em Volta Por Cima a Doralice é uma mulher forte de saúde fraca. Como foi achar o tom certo para a personagem? Alguma referência ou inspiração? As costureiras que conheci, mulheres intensas, delicadas, caprichosas e animadas com a vida. Conversei pelo Instagram também com uma mulher que tem essa mesma situação cardíaca da Doralice e foi muito bonita a troca. A Doralice é uma tapeçaria de vários fios desses, de várias mulheres que conheci por aí, na vida.
Onde se sente mais desafiada como atriz? Depende da personagem, da dramaturgia… gosto de todos os meios.
O mercado audiovisual hoje em dia está muito ligado às redes sociais e número de seguidores. Como você enxerga esse novo panorama?
Não sei analisar isso, mas tenho gostado de ver a reação das pessoas à Doralice de uma maneira mais rápida e direta. Às vezes, interajo com uns e outros.
Somos de uma geração que viu o digital nascer e foi se adaptando. Como lida com isso? Gosto bastante, mas tomo cuidado pra não ficar demais na tela. Sinto falta de olhar o céu, dar um mergulho no mar, ver as árvores, uma cachoeira…
E como lida com vaidade e beleza x tempo? Procuro comer bem, dormir bem e fazer exercícios todos os dias. E dançar sempre que dá.
Quando finalizar a novela quais os planos? Algo em vista? Pretendo fazer uma turnê com a minha peça Carangueja.
Para conquistar Tereza basta… Eita… não sei não…acho que não basta uma coisa só, (risos)… talvez talento e generosidade.
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Fotos e beleza e @beauty_aramisfreitas
Styling @marianameirellesatelier @tntassessoria
Joias @dritrivelato