
Nascido em 1944 em Minas Gerais, na cidade de Aimoré, Salgado é considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo. Ele iniciou a carreira em 1973 visitou mais de 120 países para desenvolver projetos como “Trabalhadores”, “Gênesis” e “Êxodos”. O fotógrafo anunciou sua aposentadoria do trabalho de campo em 2024. Sua carreira como fotógrafo começou no ano de 1974, quando trabalhou como freelancer para duas agências de fotografia, a Gamma e a Sygma. Na fotografia, Sebastião encontrou uma forma de denunciar ao mundo a desigualdade social e econômica de muitos países ao redor do mundo.
Em 1986, Sebastião Salgado lançou em seu primeiro livro a obra “Sahel: O Homem em Pânico”, que foi publicada nesse mesmo ano. A obra foi resultado de uma parceria com o programa Médicos sem Fronteiras, que nasceu em 1971. Esse trabalho levou 15 meses para ser concluído. Essa obra retrata principalmente os longos períodos de seca nos países onde o clima é mais severo na África. Então, de 1993 a 1999, passou a se dedicar à sua nova obra “Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo”, que também ficou famosa no mundo inteiro.


Com Amazônia, Sebastião Salgado faz um apelo e um alerta: o bioma precisa receber a atenção que merece, assim como ele e aqueles que nele vivem precisam ser protegidos. Salgado chamou atenção ainda para os outros biomas que foram historicamente destruídos, como a Mata Atlântica: “Olha bem o que acontece com a cidade de São Paulo na maioria do tempo: é o desespero de faltar água, porque as grandes represas, que mantêm uma quantidade considerável de água, estão ameaçadas. Os reservatórios não enchem porque nós matamos as fontes de água destruindo as florestas”, diz. “Nós precisamos viver em torno da biodiversidade. Precisamos replantar as árvores. Precisamos dos outros animais”.
E ele nunca escondeu a ligação afetiva que desenvolveu com os indígenas ao longo de suas expedições. “Foi um prazer imenso descobrir que quando eu cheguei na comunidade indígena, eu estava chegando na minha casa. (…) Quando encontrei os indígenas da Amazônia, eu estava encontrando a mim mesmo”.



Sebastião contribuiu com um valor inestimável para o mundo da arte e fotografia. Em 2015, lançou seu trabalho “Genesis”, em que passou mais de 8 anos viajando pelo mundo, nos lugares mais remotos e inóspitos, para mostrar que, apesar de a natureza estar sendo ameaçada pelos impactos ambientais, ainda há regiões em progresso. Algumas de suas fotos foram tiradas em locais como as águas geladas do mar na Patagônia e florestas intocadas de vários países, inclusive algumas regiões no próprio Brasil.



Uma das fotos mais icônicas de Sebastião Salgado, “Serra Pelada“, foi incluída pelo jornal “The New York Times” em uma seleção de 25 imagens que definem a modernidade desde 1955. O jornal destacou a escala impressionante e a força visual da composição, registrada em 1986. Ao chegar, Salgado ficou profundamente impactado. “Eu nunca vi nada parecido. Vi passar diante de mim, em frações de segundo, a história do humano, da humanidade, a Torre de Babel”, afirmou.
Em sua obra, Sebastião gostaria que as pessoas percebessem a situação precária em que muitas pessoas vivem, e para isso, não poderia usar cores, para que as pessoas não se distraíssem com elas. Ausência de cores em uma foto significa, na verdade, ausência de informações. E com essa ausência de informações, o foco de quem está observando se amplia e passamos a enxergar a imagem de fato como ela é e a mensagem que ela quer passar.
Durante sua carreira, publicou mais de 10 obras, expôs centenas de coleções e conquistou prêmios importantes dentro na fotografia mundial.


Fonte: Toppo Express, Boemi, Forbes, G1