PERFIL: O adeus de David Beckham, de ídolo do futebol a ícone masculino do século XXI‏

Em maio de 2013 o atleta encerrou definitivamente sua brilhante carreira. O ex-capitão do British Team deixa os gramados aos 38 anos, com um currículo recheado de títulos e passagens por grandes clubes do futebol mundial. Seu choro na semana passada, diante da torcida do Paris Saint-Germain, foi o ocaso do atleta, mas não o da celebridade. Hoje, o talentoso meio-campista é história, mas ainda ouviremos falar muito do mito da moda e da publicidade; uma referência do show business. A MENSCH mostra quem foi esse grande atleta e quem é esse ícone do universo masculino.

O ATLETA 
Por trás do modelo, sexy simbol e celebridade que atrai os flashes dos paparazzi em busca dos melhores ângulos de sua vida pessoal, existe um atleta que marcou época no futebol do seu país e alcançou o estrelato dentro das quatro linhas. O meio-campista inglês David Beckham é também um dos melhores jogadores de futebol de sua geração, um líder que conduziu a seleção inglesa em três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006) e foi durante o auge da sua carreia alvo de cobiça dos grandes clubes do futebol mundial.

Beckham começou sua carreira juvenil em 1991 no poderoso Manchester United, conduzido pelo lendário treinador Sir Alex Ferguson. Desde muito cedo, seu futebol diferenciado chamou a atenção do técnico do time principal, sendo lançado nos profissionais em 1993. Nos Red Devils, Beckham logo se tornou o eixo do time, sendo peça fundamental na reestruturação da equipe dentro de campo, vencendo seis campeonatos ingleses em oito anos e com a incrível conquista da Champions League de 1999 (em uma final eletrizante contra o Bayern de Munique em Barcelona) e o posterior título mundial no Japão, além de ajudar o clube inglês a se tornar a maior potência econômica do futebol mundial.
Surgia então o jogador Beckham, o camisa 7 do English Team, que daria origem ao cultuado personagem. De passe refinado, Beckham era capaz de colocar os companheiros na cara do gol com lançamentos milimétricos, além de ser um exímio cobrador de faltas. Sua presença em campo era a garantia de um jogo cadenciado, surpreendente e decisivo, o sonho de qualquer treinador. Durante os noventa minutos de jogo, só existia um atleta de futebol apurado, passes precisos e taticamente disciplinado, o que o levou a ser eleito segundo melhor jogador do mundo pela Fifa por dois anos (1999 e 2001) e segundo melhor da Europa, na tradicional Bola de Ouro da revista France Football (1999).

Seus anos de sucesso no United fizeram o Real Madrid contratá-lo, em 2003, pela bagatela de 120 milhões de reais, para que fizesse parte do time galáctico, que reunia a nata do futebol mundial, como Ronaldo, Figo, Roberto Carlos e Zidane, e um expressivo potencial de marketing, fazendo do time uma verdadeira marca venerada pelos quatro cantos do mundo. Sucesso nos negócios, o time merengue fracassou em campo e começou a se desfazer dos seus preciosos garotos-propaganda. Em uma excelente oportunidade financeira (também para a sua mulher Victoria, ex-Spicy Girl, Beckham seguiu para o Los Angeles Galaxy, numa tentativa do time e da liga americana de popularizar o futebol nos EUA. Sem muito sucesso, ele voltou por empréstimo à Europa para jogar no Milan, não conseguindo muita expressão. Sua casa parece ser mesmo Los Angeles, onde continua jogando, aproveitando possíveis transferências nos intervalos dos calendários das competições.
Aos 36 anos, David Beckham continua na ativa, mas em outro patamar da carreira. Passado o auge, hoje vê brilhar uma nova geração de vinte e poucos anos, a de Messi, Cristiano Ronaldo e Kaká, e se junta a seus ex-companheiros de jornada nos anos 90 e 2000, encarando contratos rentáveis, porém de pouca visibilidade futebolística enquanto a hora de pendurar as chuteiras não chega. Embora hoje seu status de celebridade reluza mais do que o de jogador de futebol, a respeitável carreira de Beckham precisa ser exaltada. Sua contribuição para o futebol mundial supera de longe os bafafás que a imprensa sensacionalista tanto faz questão de mencionar. Certamente não foi por seus “feitos” extracampo que a rainha Elizabeth II lhe concedeu a Ordem do Império Britânico (OBE) e o Unicef lhe declarou embaixador. E quando todo o fuzuê em torno de sua imagem um dia arrefecer, quem emergirá é a memória do brilhante jogador de futebol, fazendo justiça a seu verdadeiro mérito.
A MARCA BECKHAM
David Beckham é muito mais do que faz nos campos com a bola no pé. É uma marca de sucesso que imprime sensualidade, ousadia, garra e uma boa imagem a qualquer produto ou serviço. Bonito, sexy, bem casado e super família, David é o “bom moço” reformulado do século XXI. Tem toque de Midas e é um grande astro do marketing, tal qual do futebol.
David Beckham, além de suspiros femininos, provoca altos índices de aceitação às marcas que divulga. Eleito, junto com a esposa, a ex-spicy Victoria, o casal mais bem vestido do mundo, é figura certa nos tablóides ingleses e publicações do mundo inteiro. E por que tudo isso? Para muitos analistas de negócios e marketing, Beckham é uma das maiores máquinas de marketing depois do astro do basquete Michael Jordan, reunindo todas as qualidades de um ícone: beleza, talento, imagem, personalidade, estilo e mais importante, seu estilo de vida como marido de uma popstar.

O sucesso em campo aliado ao carisma e ao comportamento do esportista também fora do campo vai associando a ele cada vez mais percepções positivas. A família grande e bem estruturada que é mostrada em revistas de famosos, ajudam a construir e consolidar a marca Beckham, que além de tudo, é também símbolo de saúde e qualidade de vida, conceitos importantes nos tempos de hoje.
Beckham não só ajuda a vender um importante número de produtos de diferentes categorias como também ajuda a lançar tendência. Ele é, senão o primeiro, um dos primeiros a despertar o interesse em como um esportista se veste fora de campo, mostrando o seu potencial para marcas de vestuários masculinos. Depois de alguma insistência o jogador lançou uma marca própria de produtos de estética e perfumaria em parceria com a Coty.
Sobre se lançar por outros campos que não o futebol David Beckham afirma: “Não faz parte da minha inclinação pessoal me enxergar como uma marca, eu sou apenas uma pessoa que teve a boa sorte de explorar outros interesses e paixões além do futebol, que eu adoro.” Grandes marcas que tiveram David Beckham como garoto-propaganda, atrelando a imagem do atleta a seus produtos: Adidas, Emporio Armani, Pepsi, Motorola, Yahoo, M&S e Electronic Arts and Police. Prova de que David Beckham ainda é um grande investimento. Uma marca à prova do tempo.

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