A carioca Giovanna Rangel, 25 anos, fez sua estreia na TV em “Malhação Vidas Brasileiras”, onde interpretou Fabiana, a vilã da temporada. Em novembro passado estreou o musical “Anastasia”, em São Paulo, no teatro Renault, onde dá vida à protagonista Anya, mais conhecida com Anastasia. Será sua primeira protagonista em um grande musical. O espetáculo é baseado no filme de animação homônimo de 1997, e se adapta à lenda da grã-duquesa Anastasia Nickolaevna. Anastasia estreou na Broadway em 24 de abril de 2017 e agora, em 2022, chegou ao Brasil!
“Estar no elenco de Anastasia é a realização de um sonho! Sinto que a ficha não caiu ainda! Estar protagonizando um musical desse tamanho, em São Paulo, onde o mercado é tão concorrido, é muito especial para mim. Desde pequena eu me imaginava nesse lugar e estou muito feliz em poder contar essa história que fez parte da infância de tanta gente! Espero que seja uma linda temporada de muito sucesso e que o público se emocione com a jornada da Anastasia.’, declara Giovanna.
Quando você percebeu o seu dom para investir também no teatro musical? Eu comecei a atuar bem pequena, com 6 anos, mas a princípio era só teatro, não tinha o canto, mas quando eu tinha uns 11 anos, minha professora de teatro viu no jornal que estavam abrindo audições para a Noviça Rebelde. Ela mandou o anúncio para a minha mãe e sugeriu que eu mandasse meu material. Até ali, eu gostava de cantar, e era afinadinha, mas não tinha noção que eu poderia juntar o canto e a atuação. Quando cheguei nas finais dos testes e não passei, fiquei triste porque percebi que seria incrível poder fazer parte daquilo, mas não desisti, no ano seguinte mandei material pro musical Gypsy e fui aprovada. Ali começou essa paixão por musicais.
Você foi a escolhida para fazer a primeira Anastasia brasileira. Como está sendo essa preparação? Antes de começarem os ensaios, eu já fui aprendendo as músicas e me preparando com o diretor musical para que eu chegasse com uma maior noção do que iríamos fazer, devido a grande quantidade de solos, trios e duetos. Assisti ao musical algumas vezes, pois como estamos fazendo uma réplica, as marcações provavelmente seriam as mesmas. Falei também com a minha fono que me passou dicas para manter uma voz saudável, e durante os ensaios temos coach vocal que nos ajuda com ajustes e técnicas vocais.
Para viver essa nova personagem, sucesso na Broadway, você teve que aprender algo novo, algum desafio? Acho que o maior desafio dessa peça é cantar o número “Vai Virar Verdade” sem perder o fôlego. É uma música bem longa com muitas danças agitadas e isso dificulta na hora de cantar. Um detalhe também que não chega a ser um desafio, mas algo que eu tento prestar atenção, é o sotaque do Rio. Eu fico me policiando para não chiar tanto no “S” e deixar o mais neutro possível, não por estar em São Paulo, mas para o maior entendimento das falas mesmo.
Você já conhecia a história? Já tinha assistido a peça ou ao filme? Eu conhecia a princesa, mas não sua história. Fui assistir ao filme quando o meu material foi selecionado para a audição, pois queria ter um parâmetro do que apresentar para a banca. O musical eu só fui assistir depois do resultado, e acabei assistindo três vezes. Depois que começamos a ensaiar eu preferi não ver mais para não me influenciar com nada, nem com as versões em português que são diferentes do filme para a peça.
Qual a mensagem que você espera passar com esse musical? Uma mensagem de garra, força e amor. A Anya é uma menina que não tem ninguém e mesmo assim continua atrás de saber quem é, de onde veio. Ela cresceu nas ruas sozinha e nunca deixou de acreditar que um dia ela descobriria o seu passado. Com a ajuda do Dmitry e do Vlad ela vai chegando mais perto de descobrir a sua jornada e eles ficam muito próximos, eles passam a se importar um com o outro e eu acho isso lindo. Uma relação que começa pelo interesse, mas que termina em afeto.
Em Malhação – Vidas Brasileiras, você viveu a vilã Fabiana. A Anastasia tem algo em comum com a Fabiana? Eu não consigo pensar em nenhuma semelhança. Anastasia mesmo tendo crescido sem ninguém a sua volta, é uma menina doce, sensível e inocente, já a Fabiana era uma menina rancorosa, cheia de preconceitos e muitas vezes sem noção. Ela sofria com a ausência da mãe que viajava muito, e acabava descontando nos outros.
Quais são seus projetos para 2023? Nada concreto ainda, mas espero muito emendar um trabalho no outro. Que venham muitas oportunidades e que 2023 seja um ano tão iluminado como 2022 está sendo. Não me limito apenas aos musicais, se surgirem oportunidade na TV, séries ou cinema, também ficaria muito feliz, apesar do amor maior ser pelos palcos.
Fotos Rodrigo Lopes