CINEMA: OPPENHEIMER DE CHRISTOPHER NOLAN É IMPACTANTE

O longa-metragem OPPENHEIMER chega aos cinemas no próximo dia 20 de julho com altas expectativas: além de trazer a história do ‘pai’ da primeira bomba atômica, no Projeto Manhattan, detonada no Novo México em 1945, chega também às telonas com um elenco de peso. O filme é estrelado por Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer e Emily Blunt como sua esposa, a bióloga e botânica Katherine “Kitty” Oppenheimer. O ator vencedor do Oscar, Matt Damon, interpreta o General Leslie Groves Jr., diretor do Projeto Manhattan.

O elenco traz ainda Florence Pugh, indicada ao Oscar, no papel da psiquiatra Jean Tatlock; Benny Safdie como o cientista físico Edward Teller; Michael Angarano interpreta Robert Serber; e Josh Hartnett retrata o pioneiro cientista nuclear americano Ernest Lawrence. Oppenheimer também é estrelado pelo vencedor do Oscar Rami Malek, e marca mais uma parceria entre Nolan e o ator, escritor e cineasta oito vezes indicado ao Oscar, Kenneth Branagh.

ELENCO AFIADO

Em entrevista à Indiwire, o ator Robert Downey Jr., que interpreta Lewis Strauss, um dos comissários fundadores da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, afirmou que esse é seu melhor papel em toda a carreira. “Só vou dizer isso: este é o melhor filme em que já atuei. E mal posso esperar para que todos vocês o experimentem”, afirmou ele. O ator interpretará Lewis Strauss, ex-presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA, um dos antagonistas do filme.

Segundo Matt Damon e Emily Blunt, que também fazem parte da produção, contaram algumas curiosidades sobre o comportamento de Cillian – intérprete de J. Robert Oppenheimer. “Estávamos todos no mesmo hotel, no meio do deserto. Éramos as únicas companhias uns dos outros. Eu e o Matt éramos colegas de quarto, então sempre saíamos para jantar, mas o Cillian nunca ia. O peso de tudo que ele tem que interpretar e aguentar é enorme”, comentou Blunt.

DIREÇÃO IMPECÁVEL

Escrito, dirigido e produzido por Christopher Nolan, com a trilha sonora de Ludwig Göransson, o filme traz um ritmo intensos onde lapsos de tempo são intercalados com imagens em p&b e colorido, além de sons e efeitos visuais que dão a noção do que se passava na cabeça genial do cientista J. Robert Oppenheimer. Esse é o 12º filme de Nolan que já possui no currículo filmes como Tenet, Dunkirk, Interstellar, A Origem e a trilogia O Cavaleiro das Trevas, arrecadaram mais de US$ 5 bilhões nas bilheterias de todo o mundo, e conquistaram 11 prêmios Oscar e 36 indicações à estatueta dourada, incluindo duas de Melhor Filme.

“Algumas pessoas saem do filme absolutamente arrasadas”, disse Nolan à revista Wired sobre as primeiras exibições. “Eles não conseguem falar. Quero dizer, há um elemento de medo presente na história e nas bases. Mas o amor pelos personagens, o amor pelos relacionamentos, é mais forte do que nunca.”

Nolan acrescentou mais tarde: “É uma experiência intensa, porque é uma história intensa. Eu mostrei a um cineasta recentemente que disse que é uma espécie de filme de terror. Eu não discordo.”

“A história de Oppenheimer é toda de perguntas impossíveis”, acrescentou Nolan. “Dilemas éticos impossíveis, paradoxo. Não há respostas fáceis em sua história. Existem apenas perguntas difíceis, e é isso que torna a história tão atraente. Acho que fomos capazes de encontrar muitas coisas para sermos otimistas no filme, genuinamente, mas há esse tipo de questão maior que paira sobre ele. Parecia essencial que houvesse perguntas no final que você deixasse na cabeça das pessoas e levasse à discussão.”

A produção de Oppenheimer traz inovações para a indústria, além de cenas inéditas, Oppenheimer foi filmado em IMAX 65 mm e 65 mm em grande formato combinados, incluindo, pela primeira vez, seções de cinematografia analógica em preto e branco em IMAX. Outro ponto importante no filme de Nolan, todas as três horas de filme não possuem nenhuma tomada de CGI, ou seja, sem efeitos especiais, destacou o diretor em entrevista ao portal Collider. Para recriar os testes do Projeto Manhattam, Nolan de fato recriou o Teste Trinity (o primeiro nuclear), com apoio de cientistas — que inclusive aparecem como figurantes no filme.

A HISTÓRIA QUE MUDOU O MUNDO

Oppenheimer é baseado no livro vencedor do Prêmio Pulitzer, American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer (Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer), de Kai Bird e Martin J. Sherwin. Na aclamada biografia, vinte e cinco anos em produção, Kai Bird e Martin Sherwin capturam a vida e os tempos de Oppenheimer, desde o início de sua carreira até seu papel central na Guerra Fria.

Agora, adaptado aos cinemas pelas mãos do Nolan, Oppenheimer também irá contar a história do físico na sua determinação para alcançar os nazistas na corrida atômica, trazendo o público ao paradoxo entre ousar destruir o mundo para salvá-lo. “Escrevi o roteiro em primeira pessoa, coisa que nunca tinha feito antes. Não sei se alguém já fez isso, se é algo que as pessoas fazem ou não… O filme é objetivo e subjetivo. As cenas coloridas são subjetivas; as cenas em preto e branco são objetivas. Escrevi as cenas coloridas na primeira pessoa. Então, para um ator que lê isso, de certa forma, acho que seria bastante assustador”, comentou ao portal Total Film.

Veja trailer: