Fernando Pessoa já poetizava sobre o mar, seus encantos e mistérios. O Mar das grandes rotas de navegação, dos descobrimentos e dos esportes, claro! E esse mar está pra peixe, pra surf, pra SUP, pra mergulho, pra nadar e pra praticar o Windsurf. Pegue sua vela e navegue com a gente neste esporte que vem ganhando os mares, desafiando os ventos e quebrando ondas.
UMA PRANCHA, UMA VELA E UMA IDEIA
A década de 60 é o tempo de surgimento do windsurf. Foi nessa época que o casal, Newman e Naomi Darby desenvolveram o primeiro protótipo da prancha com vela. A experiência deles, ela canoísta e ele velejador, foram fundamentais para esta ideia, bem como o desejo de Naomi de por uma vela na sua canoa para poder se locomover mais rápido, contudo como a proposta não deu certo de primeira eles abandonaram a ideia antes mesmo de patenteá-la. E quem acabou levando adiante foram os amigos Hoyle Schweitzer (engenheiro aeroespacial) e Jim Drake (empresário e surfista), que, baseados num conceito um pouco diferente do inicial e com mais recursos financeiros, requereram patente do novo equipamento esportivo chamado windsurf, em 1968.
Pra coisa dar certo era necessário conciliar o movimento da vela com a direção da prancha, foi quando perceberam que a ação da vela mais os movimentos do corpo em uma prancha do surf poderiam dar o controle da direção, a partir daí Drake ficou responsável pelo desenvolvimento da vela e Schweitzer pelo shape e tamanho da prancha. Em 1973, foi produzida a primeira prancha em série e em 1984, o windsurf já estava participando dos Jogos Olímpicos.
A PRÁTICA
O windsurf é considerado por seus praticantes um esporte completo, já que trabalha todos os músculos do corpo, necessita de coordenação, equilíbrio e concentração para a precisão dos movimentos. Ainda assim é considerado um dos esportes aquáticos mais fáceis e, portanto o mais recomendado para os aprendizes ansiosos por resultados rápidos. Isso é o que dizem, só tentando mesmo pra saber.
A verdade mesmo, é que o windsurf acaba sendo considerado um esporte radical tamanha as acrobacias realizadas por seus adeptos. A depender do vento os windsurfers chegam a atingir velocidades altíssimas, o recorde que se tem registro é de cerca de 90 km por hora. Consegue imaginar? Como é um esporte aquático e que depende do vento, conhecimento sobre marés e correntes é fundamental para um bom aproveitamento da modalidade. Saber nadar é essencial inclusive para a segurança do praticante.
AS MANOBRAS
• Aerial Jibe – você salta sem soltar os pés das alças, gira a prancha em 180º e vira a vela no ar.
• Back Loop – O atleta dá um loop para trás.
• Body Drag – O velejador tira os pés da prancha e arrasta-os na água, retornando à posição inicial.
• Jump Jibe – Quando a troca da direção da prancha é feita no ar.
• Loop – Uma volta completa com a vela no ar.
• Push Loop – Um Back Loop contra o vento.
• Table Top – O velejador dá um salto e deixa a prancha horizontal ao mar.
NOS VENTOS DE JERI
Mari Patriota, fotógrafa super conceituada, esteve em Jericoara, uma das mecas do windsurf, e conversou com dois grandes nomes locais do esporte, o Bené e o Samuel. Moradores de Jeri, de vida simples, mas rica de sonhos e amor pelo vento, os meninos, que são praticantes do esporte há um bom tempo e até já participaram de campeonatos montaram há pouco mais de 4 meses uma escola de Windsurf e foram parceiros no projeto Provador. Além de ensinar as meninas a velejar na prancha de Wind, Bené e Sassá conversaram com Mari sobre o sonho de abrir a escola e o prazer de levar cada vez mais pessoas à prática da paixão deles. Esse foi o jeito ideal de ter o próprio negócio, na cidade onde gostariam e fazendo exatamente o que amam, espalhando esse amor em cada novo aluno. Fantástico, não?
O Bené explicou que a maior dificuldade dos iniciantes é entender sobre a direção do vento e essas noções são básicas para a prática do esporte. Para quem tá começando, o ideal é o mar com pouco vento, em média 2/4 nós, assim o aluno vai por partes trabalhando o equilíbrio e se familiarizando com o equipamento. Quanto às habilidades dos alunos, as mulheres tendem a pegar o jeito mais rápido que os homens, porém abandonam antes que eles que praticam por mais tempo. Quanto aos cuidados, o maior deles é evitar que numa queda, que é natural, o equipamento possa cair por cima do praticamente, fora isso, com esforço e afinco de 3h a 5h de aulas seguidas o aluno já consegue velejar sozinho, entrando e saindo do mar numa boa.
Acompanhe a MENSCH nas redes sociais: @RevMensch